Área de Proteção Ambiental (APA) Ilha do Bananal/Cantão - A maior ilha fluvial do planeta está localizada no Brasil, mais especificamente na região oeste do Tocantins, na divisa com os estados de Goiás e Mato Grosso, abrangendo os municípios de Lagoa da Confusão, Pium, Formoso do Araguaia, Caseara e Marianápolis do Tocantins.
A ilha é considerada um dos santuários ecológicos mais importantes do país por estar na faixa de transição entre a Floresta Amazônica e o cerrado, apresentando, assim, fauna e flora bastante diversificadas. A fauna tem espécies comuns ao Pantanal Mato-Grossense, como onça-pintada, boto, uirapuru, garça-azul e tartaruga-da-amazônia, entre outros. Na flora destacam-se vários gêneros de orquídeas terrestres e árvores como maçaranduba, piaçava e canjerana.
Histórico
É a maior Unidade de Conservação do Estado do Tocantins e contribui de forma direta para a manutenção da biodiversidade do Parque Estadual do Cantão, cuja zona de amortecimento localiza-se em seus limites. A imensa variedade de recursos hídricos e a diversidade de ecossistemas existentes no seu interior faz desta Unidade de Conservação um lugar privilegiado.
A Ilha do Bananal foi descoberta no dia 26 de julho de 1773 pelo sertanista José Pinto Fonseca, quando com seus “batedores de mato” campeavam pelos sertões atrás de malocas de índios para abater e vender como mercadoria bastante valorizada àquela época.
O sertanista deu o nome da ilha de Santana e, mais tarde, o nome foi mudado para Ilha do Bananal devido aos densos bananais existentes. Um ano após a descoberta, em 1774, José de Almeida Vasconcelos, o Visconde da Lapa, instalou na ilha um presídio para início da colonização e garantir a navegação no rio Araguaia.
Os índios Carajás ficaram vários anos em contato com o homem branco e viram surgir uma rede de guarnições militares, diversos núcleos de comércio ativo e até colégios, criados especialmente para seus filhos. Essa euforia não durou 20 anos.
No final do século 19, os três grupos indígenas se dividiam, Carajá, Xambioá e Javaés perfaziam cerca de 4.000 índios.
O nome do Parque Nacional do Araguaia se deve ao rio Araguaia, que se divide em dois braços formando a Ilha do Bananal. O Parque foi designado Sítio Ramsar - área úmida de importância internacional em 1993.
Aspectos naturais
Solo
São 05 (Cinco) os tipos de solos classificados no Atlas do Tocantins presentes na APA Ilha do Bananal/Cantão, a saber: - Solos Hidromórficos; - Solos Concrecionários; - Latossolos; Areias Quartzozas e; Podzólicos.
Geologia
A APA Ilha do Bananal/Cantão é caracterizada por dois acontecimentos geológicos. Um deles foram os Dobramentos Antigos (formação de cadeias de montanhas) acontecidos há aproximadamente 2,6 Bilhões de anos atrás, na Era Proterozóica. Esta área geológica está presente no interior da Unidade. Já o outro acontecimento, Cobertura do Cenozóico (65 Milhões de anos), ocorreu com a sedimentação de materiais desprendidos dos Dobramentos, que foram influenciados pela ação de intempéries (Chuva, sol, frio). Esta área acompanha importantes cursos d’agua localizados no interior da APA, como: Rio Araguaia, Caiapó, Coco, etc).
Hidrologia
Os municípios pertencentes à APA Ilha do Bananal/Cantão, estão inseridos no Sistema Hidrográfico do Rio Araguaia. Neste sistema pertencem as seguintes Bacias Hidrográficas: Bacia do Araguaia (A01); Bacia do Pium (A05); Bacia do Rio do Côco (A06); Bacia do Rio Caiapó (A07) e Bacia do Rio Lajeado (A08).
Relevo
O relevo da APA está classificado em três tipos diferentes: Formas Erosivas, Tipos de Dissecação e Formas de Acumulação. As Formas erosivas são constituídas a partir de processos predominantemente erosivos, onde houve um rebaixamento das saliências, tendendo ao nivelamento do relevo. Os Tipos de Dissecação são formas de relevo entalhadas pelos agentes erosivos, havendo uma dissecação diferencial do relevo, principalmente ao longo da rede de hidrográfica. E as Formas de Acumulação são relevos resultantes da sedimentos, em regiões fluviais, paludais e lacustres, normalmente sujeitos a inundação.
Clima
Clima úmido com moderada deficiência hídrica no inverno, evapotranspiração potencial apresentando uma variação média anual entre 1.400 e 1.700 mm, distribuindo-se no verão em torno de 390 e 480 mm ao longo dos três meses consecutivos com temperatura mais elevada.
Fauna e flora
A ilha é considerada um dos santuários ecológicos mais importantes do país por estar na faixa de transição entre a Floresta Amazônica e o cerrado, apresentando, assim, fauna e flora bastante diversificadas. A fauna tem espécies comuns ao Pantanal Mato-Grossense, como onça-pintada, boto, uirapuru, garça-azul e tartaruga-da-amazônia, entre outros.
Na flora destacam-se vários gêneros de orquídeas terrestres e árvores como maçaranduba, piaçava e canjerana. Na região predominam os campos, conhecidos na região pelo nome de varjões. Aparecem ainda o cerrado, a mata seca de transição, as matas ciliares de igapó, vegetação das encostas secas e de bancos de areia.
Flora
Em sua maioria, a Unidade apresenta região do Cerrado, que é uma região com predominância de vegetação xeromorfa (plantas adaptadas a viverem em climas secos) aberta, dominada e marcada por um estrato herbáceo. Ocorre em quase todo o Estado, preferencialmente em clima estacional (mais ou menos 6 meses secos), sendo encontrada também em clima ombrófilo (presença de muita chuva), quando obrigatoriamente reveste solos lixiviados (lavados) e/ou aluminizados (com a presença de alumínio).
Apresenta ainda, uma pequena porção representada pela Região da Floresta Estacional Semidecidual, um tipo de vegetação predominantemente constituída por fanerófitos (grupo de plantas onde suas gemas estão localizadas há 25 cm ou mais acima do solo) com gemas (brotos ou botões) foliares protegidas da seca por escamas, tendo folhas adultas esclerófilas (deficiência hídrica sazonal e baixo teor de nutrientes no solo) ou membranáceas deciduais (queda de folhas e sua consequente reposição). Ocorre principalmente em áreas de altitude e/ou situadas no sul e sudeste do Estado.
Ilha do Bananal
A Ilha do Bananal é a maior ilha genuinamente fluvial do mundo, com cerca de vinte mil quilômetros quadrados de área (1.916.225 hectares), cercada pelos rios Araguaia e Javaés. Reserva ambiental brasileira desde 1959, é considerada Reserva da Biosfera pela UNESCO desde 1993, sendo também uma das zonas Húmidas de importância internacional, classificadas pela Convenção de Ramsar. A ilha localiza-se no estado brasileiro do Tocantins, estando subdividida entre os municípios de Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão e Pium. Bananal está na divisa de Tocantins com os estados do Mato Grosso (no rio Araguaia) e de Goiás (na porção sul do rio Javaés). Na foz do rio Javaés, localizada no extremo norte da ilha, está a tríplice divisa entre os estados de Tocantins, Mato Grosso e Pará. Essa região insular posiciona-se entre as latitudes 9°44'S e 12°49'S e entre as longitudes 49°52'O e 50°44'O.
Parte da ilha é ocupada pela Terra Indígena Parque do Araguaia, a qual abrange toda a porção sul e boa parte da porção oeste de Bananal até a latitude da cidade de Santa Terezinha (MT); pelo Parque Nacional do Araguaia, que abrange as porções norte e nordeste da ilha; pela Terra Indígena Inãwébohona, que se sobrepõe ao Parque Nacional do Araguaia, estando localizada na porção nordeste da ilha; e pela Terra Indígena Utaria Wyhyna/Iròdu Iràna, que também se sobrepõe ao Parque Nacional do Araguaia e está localizada na porção norte da ilha. Deste modo, toda a Ilha do Bananal é considerada pela constituição federal como terra da união, sendo o maior complexo de reservas existente no estado do Tocantins.
Indígenas
Desde antes da descoberta do Brasil, Bananal é habitada por índios. No presente, existem alguns grupos indígenas presentes nas aldeias da ilha, especialmente das etnias Karajá-Javaé, Avá-Canoeiro e Tapirapé, que ocupam a Terra Indígena Parque do Araguaia e a Terra Indígena Inãwébohona.
No interior da "Mata do Mamão", imensa floresta localizada no centro-norte da ilha, existe um pequeno grupo de Avá-Canoeiros que rejeitam qualquer tipo de contato com a civilização, inclusive com os indígenas das aldeias mais próximas. Esse é o único grupo de índios que até hoje permanece isolado da civilização no Tocantins.
As seguintes aldeias do subgrupo Karajá estão dispostas às margens do rio Araguaia:
Aldeia Karajá Santa Isabel do Morro
Aldeia Karajá Fontoura
Aldeia Karajá Macaúba
Aldeia Karajá Mirindiba
Aldeia Karajá Tytema
Aldeia Karajá JK
Aldeia Karajá Itxalá
Aldeia Karajá Axiwé
Aldeia Karajá Watau
Aldeia Javaé Waritaxi
Aldeia Javaé São João
Aldeia Javaé Wari-Wari
Aldeia Javaé Canoanã
Aldeia Javaé Cachoeirinha
Aldeia Javaé Barreira Branca
Aldeia Javaé Boa Esperança
Aldeia Javaé Txiodé
Aldeia Javaé Barra do Rio Verde
Aldeia Javaé Txuiri
Aldeia Javaé Boto Velho
Aldeia Javaé Imotxi
Transbananal e Transaraguaia
Bananal é cortada de leste a oeste pela rodovia BR-242, que neste trecho é apenas uma precária estrada de terra em leito natural (sem revestimento primário ou aterro) que fica completamente intransitável no período de chuvas. O trecho da BR-242 que atravessa a Ilha do Bananal é popularmente conhecido na região como Transbananal. Na Ilha do Bananal, a BR-242 faz a ligação entre a Aldeia Txuiri (no rio Javaés), a Aldeia Imotxi (no rio Riozinho) e as aldeias Watau e JK (no rio Araguaia), havendo ainda uma pequena extensão não-oficial que segue até a Aldeia Santa Isabel do Morro. Nos últimos anos, a Transbananal vem se tornando alvo de uma grande polêmica, já que há um projeto orçado em 650 milhões de reais para pavimentar este trecho da BR-242 que passa por dentro da Terra Indígena Parque do Araguaia.
Municípios que compõe a região
A região turística Ilha do bananal é composta pelos municípios de Formoso do Araguaia, Gurupi, Lagoa da Confusão e Peixe. Banhados pelos Rios Formoso, Urubu, Araguaia e Javaé, Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia são porta de entrada para a Ilha do Bananal e o Parque Nacional do Araguaia. Com topografia plana e grande quantidade de água, a área tem como característica a quantidade de alimentos, que atrai uma diversidade de aves típicas da região, além de aves migrantes.
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