O Parque Indígena do Xingu, anteriormente Parque Nacional Indígena do Xingu, é uma terra indígena brasileira, considerada a maior e uma das mais famosas reservas do gênero no mundo. Fica no coração do Brasil, no norte de Mato Grosso, divisa com o Pará,
O parque foi criado em 1961 pelo então presidente brasileiro Jânio Quadros, tendo sido a primeira terra indígena homologada pelo governo federal. Seus principais idealizadores foram os irmãos Villas Bôas, mas quem redigiu o projeto foi o antropólogo e então funcionário do Serviço de Proteção ao Índio, Darcy Ribeiro.
Em mais de meio século de existência, o Xingu passou por diversas mudanças que coincidem com a história da questão indígena nas últimas décadas. No início, a filosofia aplicada pelos Villas-Bôas visava a proteger o índio do contato com a cultura dos grandes centros urbanos. Na época, por exemplo, não era permitido nem usar chinelos ou andar de bicicleta, para que nada mudasse no cotidiano da comunidade
Lugar
A área do parque, que conta com mais de 2,6 mil hectares está situado ao norte do estado de Mato Grosso, numa zona de transição entre os biomas de cerrado e amazônico. A região, toda ela plana, onde predominam as matas altas entremeadas de cerrados e campos, é cortada pelos formadores do Rio Xingu, e pelos seus primeiros afluentes da direita e da esquerda. Os cursos formadores são os rios Kuluene, Tanguro, Kurisevo e Ronuro - o Kuluene assume o nome de Xingu a partir da desembocadura do Ronuro, no local conhecido pelos indígenas como Mÿrená (Morená). Os afluentes são os rios Suiá Miçu, Maritsauá Miçu, Auaiá Miçu, Uaiá Miçu e o Jarina, próximo da cachoeira de Von Martius.
Turismo
O Parque Indígena do Xingu engloba, em sua porção sul, a área cultural conhecida como alto Xingu, formada pelos povos Aweti, Kalapalo, Kamaiurá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Trumai, Wauja e Yawalapiti . A despeito de sua variedade linguística, esses povos caracterizam-se por uma grande similaridade no seu modo de vida e visão de mundo. Estão ainda articulados em uma rede de trocas especializadas, casamentos e rituais inter-aldeões. Entretanto, cada um desses grupos faz questão de cultivar sua identidade étnica e, se o intercâmbio cerimonial e econômico celebra a sociedade alto-xinguana, promove também a celebração de suas diferenças.
O Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso - uma das maiores reservas indígenas da América Latina, que abriga hoje cerca de 4 mil índios de 14 etnias -, foi criado em 1961 para garantir melhores condições de vida para a população local. Embora esteja numa área de 28 mil quilômetros quadrados - que corresponde ao Estado de Alagoas -, o parque não é aberto à visitação. Estudiosos das causas indígenas só têm acesso por meio de uma autorização emitida pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que pode levar meses para ser expedida.
Filme:
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Atrativo Turístico
Atualmente, vivem, na área do Xingu, aproximadamente, 5 500 índios de quatorze etnias diferentes pertencentes aos quatro grandes troncos linguísticos indígenas do Brasil: caribe, aruaque, tupi e macro-jê. Centros de estudo, inclusive a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, consideram essa área como sendo o mais belo mosaico linguístico puro do país. As tribos que vivem na região são: cuicuros, calapalos, nauquás, matipus, icpengues (todos de tronco linguístico caribe), meinacos, uaurás, iaualapitis (tronco linguístico aruaque), auetis, camaiurás, jurunas, caiabis (tronco linguístico tupi), trumais (língua isolada), suiás (tronco linguístico macro-jê); já tendo ainda morado na área do parque os panarás (kreen-akarore), os menbengokrês (caiapós) e tapaiunas (beiço-de-pau). Criado o Parque Nacional do Xingu, posteriormente denominado Parque Indígena do Xingu, em 1961, Orlando Villas-Bôas foi nomeado seu administrador-geral. No exercício dessa função, pôde melhorar a assistência aos índios, garantir a preservação da fauna e da flora da região e reaparelhar os postos de assistência. Ainda como administrador do parque, Orlando Villas-Bôas favoreceu a realização de estudos de etnologia, etnografia e linguística a pesquisadores não apenas nacionais como de universidades estrangeiras. Autorizando, ainda, a filmagem documentária da vida dos índios, deu margem a um valioso acervo audiovisual.
A épica empreitada dos irmãos Villas-Bôas é um dos mais importantes e polêmicos episódios da antropologia brasileira e da história indígena. A concepção do Parque Indígena do Xingu, os custos para sua implementação e suas drásticas consequências, o constante ataque de madeireiros e latifundiários e as políticas indigenistas do estado brasileiro são temas importantes para a reflexão sobre o significado de toda esta experiência.
Atrações
As cerimônias estão estreitamente vinculadas com o universo mítico. No Alto Xingu, há duas espécies principais de rituais. Existem as festas que recebem o nome de um espírito, geralmente aquele identificado como causador da doença que acometeu o promotor da festa, e que se restringem ao âmbito da aldeia. Os participantes ativos desse tipo de ritual - dançarinos, cantores e músicos - representam visual ou musicalmente esse espírito. As cerimônias da outra categoria envolvem várias aldeias do Alto Xingu, como a celebração dos aristocratas mortos (mais conhecida por seu nome kamaiurá, Kwarup) e o duelo de dardos (''Jawari'', em kamaiurá). Esta última classe de cerimônias foi instituída pelos gêmeos Sol e Lua. As aldeias participantes, no mito, são compostas de animais que vivem em meios diferentes, como animais terrestres versus pássaros, ou peixes versus animais terrestres.
Em geral, o que se faz nesses rituais interaldeias é algo que está descrito em um mito, mas que não é apenas uma simples repetição ou encenação sua. O que o rito celebra, de fato, é a impossibilidade de uma repetição idêntica: "agora só vai ter festa", disse o demiurgo ao fracassar na tentativa de ressuscitar os primeiros seres humanos que morreram, inaugurando assim a mortalidade (a descrição dessa celebração está no item "o longo ritual do Kwarup"). Em suma, o ritual é um modelo icônico reduzido dos sucessos sobrehumanos descritos no mito.
Cultura
As 16 etnias que habitam o Parque: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kisêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudja, Yawalapiti.
Línguas: Kamaiurá e Kaiabi (família Tupi-Guarani, tronco Tupí); Yudja (família Juruna, tronco Tupí); Aweti (família Aweti, tronco Tupi); Mehinako, Wauja e Yawalapiti (família Aruák); Kalapalo, Ikpeng, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu (família Karíb); Kisêdjê e Tapayuna (família Jê, tronco Macro-Jê); Trumai (língua isolada).
Apesar do intenso intercâmbio entre diferentes povos do Parque, cada qual mantém a sua língua. Nele estão representadas as seguintes famílias linguísticas:
Família Tupi-Guarani (do tronco Tupi): Kamayurá e Kaiabi
Família Juruna (do tronco Tupi): Yudja
Família Aweti (do tronco Tupi e com uma única língua): Aweti
Família Aruak: Mehinako, Wauja e Yawalapiti
Família Karib: Ikpeng, Kalapalo, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu
Família Jê (do tronco Macro-Jê): Kisêdjê e Tapayuna
Língua não classificada em qualquer família: Trumai
O Português é usado como língua de contato entre as diferentes etnias, sendo falado mais fluentemente pelos homens jovens e adultos. Ultimamente, o número de falantes do Português vem aumentando e muitas mulheres jovens começam a falar e entender a língua.
Hoje em dia, com o grande número de estradas ligando o PIX às cidades e fazendas, muitos índios circulam pelo entorno do Parque, se valendo da língua portuguesa para transações comerciais e demais formas de relacionamento com a população regional. Pela televisão, presente em quase todas as aldeias, também se aprende a língua portuguesa. Ademais, nas escolas os professores indígenas ensinam a falar e escrever em Português, embora todas as aulas sejam dadas nas línguas nativas.
Serviços Turísticos
Além disso, o local está aberto para visitantes, que devem adentrar somente quando acompanhados de algum agente da FUNAI para não serem considerados invasores e, consequentemente, sofrerem as punições por parte da população nativa. Proteger os índios é dever do Estado e de todos os cidadãos, segundo as normas sociais.
Aspectos naturais
Em seus 2.642.003 hectares, a paisagem local exibe uma grande biodiversidade, em uma região de transição ecológica, das savanas e florestas semideciduais mais secas ao sul para a floresta ombrófila amazônica ao norte, apresentando cerrados, campos, florestas de várzea, florestas de terra firme e florestas em Terras Pretas Arqueológicas. O clima alterna uma estação chuvosa, de novembro a abril, quando os rios enchem e o peixe escasseia, e um período de seca nos meses restantes, época da tartaruga tracajá e das grandes cerimônias inter-aldeias.
Ao sul do Parque estão os formadores do rio Xingu, que compõe uma bacia drenada pelos rios Von den Stein, Jatobá, Ronuro, Batovi, Kurisevo e Kuluene; sendo este o principal formador do Xingu, ao se encontrar com o Batovi-Ronuro. A demarcação administrativa do Parque foi homologada em 1961, com área incidente em parte dos municípios matogrossenses de Canarana, Paranatinga, São Félix do Araguaia, São José do Xingu, Gaúcha do Norte, Feliz Natal, Querência, União do Sul, Nova Ubiratã e Marcelândia.
Relevo e clima
O período de seca acontece nos meses de maio a outubro. Época da chamada tartaruga tracajá e também das inúmeras cerimônias realizadas entre as aldeias.
Não há inventários de fauna e flora no território do Parque, embora a região das cabeceiras do Xingu seja considerada uma das Áreas Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira (Probio), um programa do Ministério do Meio Ambiente para mapear as áreas de maior importância biológica do Brasil.
Fauna e flora
A categoria híbrida de "Parque Nacional" deveu-se ao duplo propósito de proteção ambiental e das populações indígenas que orientou sua criação, estando a área subordinada tanto ao órgão indigenista oficial quanto ao órgão ambiental. Foi apenas com a criação da Funai (em 1967, substituindo o SPI - Serviço de Proteção aos Índios) que o "Parque Nacional" passou a ser designado "Parque Indígena", voltando-se então primordialmente para a proteção da sociodiversidade nativa.
Histórico
O Parque Indígena do Xingu é considerado a maior e uma das mais famosas reservas do gênero no mundo. Criado em 1961, durante o governo de Jânio Quadros, foi resultado de vários anos de trabalho e luta política, envolvendo os irmãos Villas-Bôas, ao lado de personalidades como o Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, Noel Nutels, Café Filho e muitos outros.
Em mais de meio século de existência, o Xingu passou por diversas mudanças que coincidem com a história da questão indígena nas últimas décadas. No início, a filosofia aplicada pelos Villas-Bôas visava a proteger o índio do contato com a cultura dos grandes centros urbanos. Na época, por exemplo, não era permitido nem usar chinelos ou andar de bicicleta, para que nada mudasse no cotidiano da comunidade.
A criação do parque foi uma das consequências da Expedição Roncador-Xingu e da chamada "Marcha para o Oeste", movimento planejado sob o governo de Getúlio Vargas para conquistar e desbravar o coração do Brasil. Iniciada em 1943, o desbravamento adentrou a região central do Brasil, desvendou o sul da Amazônia e travou contato com diversas etnias indígenas ainda desconhecidas.
A liderança dos irmãos Villas-Bôas transformou o caráter militarista da Marcha para o Oeste. Baseada na filosofia do Marechal Rondon de "morrer se preciso for, matar nunca", o que seria meramente uma missão potencialmente violenta, tornou-se uma expedição de contato, pacificação e respeito para com os diversos povos indígenas da região centro-oeste brasileira. Um trabalho reconhecido em todo mundo como um dos mais importantes para a preservação da diversidade das pessoas.
Objetivos específicos da unidade
O Parque Indígena do Xingu (antigo Parque Nacional Indígena do Xingu) foi criado em 1961 pelo então presidente brasileiro Jânio Quadros, tendo sido a primeira terra indígena homologada pelo governo federal. Seus principais idealizadores foram os irmãos Villas Bôas, mas quem redigiu o projeto foi o antropólogo e então funcionário do Serviço de Proteção ao Índio, Darcy Ribeiro.
E pelo decreto nº 50.455, de 14 de abril de 1961, foi finalmente criado o Parque Nacional do Xingu. Assinado na época pelo presidente Jânio Quadros, e sua área tinha somente um quarto do que havia sido delimitada.
E somente em 1978 veio a ter a demarcação do perímetro que havia sido planejado inicialmente e que corresponde aos atuais.
Com mais de meio século de “vida”, o parque abriga atualmente mais de 5,5 mil índios de 16 etnias diferentes, além de milhares de animais selvagens. E tem sua história repleta de marcas de invasores, lutas e epidemias. Antes classificado como Parque Nacional, tinha como foco principal, não somente a proteção das aldeias indígenas, como também a preservação ambiental de toda aquela área.
Almanaque socioambiental Parque Indígena do Xingu 50 anos - Link Aquivo
Localização
O Parque Indígena do Xingu (PIX) localiza-se na região nordeste do Estado do Mato Grosso, na porção sul da Amazônia brasileira.
O Parque Indígena do Xingu é a maior e mais importante reserva indígena brasileira. Fica no coração do Brasil, no norte de Mato Grosso, divisa com o Pará, numa região de transição entre o cerrado e a Floresta Amazônica.
Como chegar
Saindo de Canarana, 10 horas de estrada de terra e mais 7 horas de barco
Fonte:
https://www.wikiparques.org/wiki/Parque_Ind%C3%ADgena_do_Xingu
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Ind%C3%ADgena_do_Xingu
https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Xingu
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