segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Turismo Cultural e sua importância - Educação patrimonial, valorização e inserção cultural



O turismo cultural tem múltiplas facetas e varia entre as diferentes regiões geográficas. Hoje, os turistas culturais desejam conhecer e compreender os lugares que visitam, particularmente, o patrimônio material e imaterial de uma região ou país. O desenvolvimento do turismo cultural tem atraído a atenção de vários investigadores, especialmente, do campo da Sociologia, da Antropologia, da Geografia e do Turismo que procuram analisá-lo na vertente da oferta e da procura.

A definição de Turismo Cultural está relacionada à motivação do turista, especificamente a de vivenciar o patrimônio histórico e cultural e determinados eventos culturais, de modo a experienciá-los e preservar a sua integridade. Vivenciar implica, essencialmente, em duas formas de relação do turista com a cultura ou algum aspecto cultural: a primeira refere-se ao conhecimento, aqui entendido como a busca em aprender e entender o objeto da visitação; a segunda corresponde a experiências participativas, contemplativas e de entretenimento, que ocorrem em função do objeto de visitação.

O turismo cultural não só estimula os países e as regiões a protegerem as culturas das suas comunidades, como também desempenha um papel crucial na reabilitação das identidades locais e culturais, contribuindo para a sua difusão mundial.

Se o turismo cultural permite o acesso à história, à cultura e ao modo de viver dos outros povos ou regiões, então, ele fomenta o conhecimento de um universo em relação ao outro, oferecendo uma maior compreensão e comunicação entre as diferentes populações. 

Para os destinos onde não há reputação para o turismo cultural ou elementos culturais globais para atrair visitantes, existe a necessidade de desenvolver novos produtos e atracões que prendam a atenção dos ‘amantes’ da cultura global. Também tem representado uma das mais amplas estratégias de desenvolvimento sustentável, já que há uma preocupação em aliar planejamento econômico e de infra-estrutura à percepção da procura por bens culturais e estilos de vida, buscando preservar os recursos naturais e culturais para as gerações futuras e desenvolver a economia. 

Por que é interessante investir no turismo cultural?

Desde os primórdios da história da humanidade, a cultura é uma das principais motivações de viagens em todo o mundo. 

Por conta disso, muitas atrações se destinaram exclusivamente a construção de grandes conjuntos arquitetônicos, museus e locais que abrigavam elementos tradicionais e de sociedades passadas.

Mas foi a partir dos anos de 1970, quando a UNESCO desenvolveu a Convenção para Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, que a modalidade chegou ao seu auge, especialmente na Europa.

Atualmente, há mais de 1.212 lugares declarados Patrimônio da Humanidade, a maioria distribuída na Itália (55), China (55) e Espanha (48). 

Percebe-se que dois deles estão no Velho Continente, fora os demais países europeus que frequentemente recebem viajantes interessados no turismo cultural das cidades.

Quer dizer que o turismo cultural é praticado desde as primeiras viagens, mas a modalidade tem conquistado o mundo com a modificação do próprio conceito de “cultural”, que ampliou e resinificou as atrações turísticas e de preservação.

Agora, não só os museus e obras arquitetônicas são consideradas elementos históricos, mas toda produção de eventos que busca resgatar a identidade de um povo e incentivar a preservação de costumes.

Valorização e promoção dos bens materiais e imateriais da cultura

A utilização turística dos bens culturais pressupõe sua valorização, promoção e a manutenção de sua dinâmica e permanência no tempo como símbolos de memória  e de identidade.

Valorizar e promover significa difundir o conhecimento sobre esses bens e facilitar seu acesso e usufruto a moradores e turistas. Significa também reconhecer a importância da cultura na relação turista e comunidade local, aportando os meios para que tal relação ocorra de forma harmônica e em benefício de ambos.

Convém ressaltar que os deslocamentos motivados por interesses religiosos, místicos, esotéricos, cívicos e étnicos são aqui entendidos como recortes no âmbito do Turismo Cultural e podem constituir outros segmentos para fins específicos: Turismo Cívico, Turismo Religioso, Turismo Místico e Esotérico e Turismo Étnico. O Turismo Gastronômico, entre outros, pode também instituir-se no âmbito do Turismo Cultural, desde que preservados os princípios da tipicidade e identidade.

Saiba mais em: Turismo Cultural como forma de educação patrimonial para as comunidades locais

O turismo cultural é apenas uma parte da grande área do turismo e, embora tenha um roteiro de viagem diferente do tradicional, os profissionais do setor precisam conhecer o segmento como um todo, para assim propor os melhores itinerários.

Nesta relação entre turista e patrimônio cultural, o passado é revivido não apenas para ser legítimo, mas para servir como ponto de conexão entre saberes antigos e os que estão sendo construídos. Essa procura por cultura, de um lado leva ao crescimento do turismo urbano, e dentro dele uma procura por turismo histórico, artístico e nacional. Com essa forte tendência contemporânea do turismo, estamos assistindo ao crescimento e a criação de uma indústria mundial forte e o patrimônio cultural é um ator responsável nessa transformação.

No Brasil, o turismo cultural só tende a crescer, devido a grande imensidão de regiões com boas histórias para contar, além da diversidade cultural dos diversos cantos do país.




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