domingo, 5 de julho de 2020

Turismo de Aventura - Segmento do Turismo




Turismo de aventura é um segmento de mercado do sector turístico que compreende o movimento de turistas cujo atrativo principal é a prática de atividades de aventura de carácter recreativo. Podendo ocorrer em qualquer espaço: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não.

Primeiramente entendido como uma atividade associada ao Ecoturismo, o segmento de Turismo de Aventura, atualmente, possui características e consistência mercadológica próprias e, conseqüentemente, seu crescimento vem adquirindo um novo enfoque de ofertas e possibilidades.

Como decorrência do desenvolvimento observado na última década, vários empreendimentos foram constituídos no País, oferecendo produtos e serviços especializados aos turistas. Esses empreendimentos têm sido impulsionados pelas transformações no comportamento do consumidor, que busca estilos de vida mais saudáveis, apresentando maior sensibilidade frente aos assuntos ligados à diversidade cultural e à preservação da natureza, mudanças que se refletem na escolha das atividades de lazer e, assim, na definição dos destinos turísticos.


Os impactos econômicos desse segmento não se limitam aos destinos. Diversos envolvidos, que de modo geral não estão sediados nos núcleos receptores, são diretamente impulsionados – fornecedores de equipamentos, seguradoras, outros produtos e atividades associadas. Diante disso e considerando as especificidades do Turismo de Aventura, principalmente quanto ao quesito segurança, verificou-se a necessidade de delimitar a sua abrangência em relação a outros tipos de turismo, tanto para embasar a formulação e execução de políticas públicas como também orientar os interessados quanto às características e questões legais que podem implicar nas relações de mercado.

O conceito de Turismo de Aventura fundamenta-se em aspectos que se referem à atividade turística e ao território em relação à motivação do turista, pressupondo o respeito nas relações institucionais, de mercado, entre os praticantes e com o ambiente. Nesse contexto, define-se que

Conceituação: Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.


Para fins de delimitação desse segmento, são esclarecidos os termos a seguir:

Movimentos turísticos
São entendidos como movimentos turísticos os deslocamentos e estadas que presumem a efetivação de atividades consideradas turísticas. No caso do Turismo de Aventura, são geradas pela prática de atividades de aventura que dão consistência a esse segmento, envolvendo a oferta de serviços, equipamentos e produtos de

• hospedagem
• alimentação
• transporte
• recepção e condução de turistas
• recreação e entretenimento
• operação e agenciamento
• outras atividades complementares que existam em função do turismo

Prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo

Atividades de aventura
A palavra aventura – do latim adventura – o que há por vir, remete a algo diferente. Neste conceito, consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos que podem proporcionar sensações diversas como liberdade, prazer; superação, a depender da expectativa e experiência de cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade.

As atividades denominadas esportivas, sejam ou não de aventura, quando entendidas como competições, denominam-se modalidades esportivas e são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes.

A prática de atividades de aventura, aqui referidas como atrativo principal, identifica o segmento de Turismo de Aventura e pode ocorrer em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não. Também podem ser abordadas sob diferentes enfoques

• como de responsabilidade individual do turista quando ocorrem sem a interferência dos prestadores de serviços turísticos no que se refere especificamente à prática da atividade de aventura
• como de responsabilidade solidária quando conduzidas, organizadas, intermediadas via prestadores de serviços de operação de agências de turismo que dependem da orientação de profissionais qualificados e de equipamentos e técnicas que proporcionem, além da prática adequada, a segurança dos profissionais e dos turistas

Características básicas
As atividades de Turismo de Aventura variam sob diferentes aspectos, seja em função dos territórios em que são operadas, dos equipamentos utilizados ou das habilidades e técnicas exigidas, em relação aos riscos que podem envolver. A partir dessa inter-relação, apresentam as seguintes características

a) Diversidade
A variedade de atividades aventura e de locais das respectivas práticas é considerada fundamental na concepção do segmento, o que exige a compreensão de que cada atividade apresenta diferentes patamares de dificuldade e desafios, o que implica procedimentos e uso de equipamentos específicos. A diversidade das atividades de Turismo de Aventura tende a aumentar pela constante inovação decorrente do avanço tecnológico e da busca contínua de desafios e experiências inusitadas por uma parcela significativa de consumidores. O segmento dinamiza-se pela capacidade de absorver as novas tecnologias que se materializam nos equipamentos e técnicas que, a cada dia, surgem no mercado.

Assim, essa característica apresenta-se sob dois enfoques: o primeiro reside no leque de possibilidades de oferta dos produtos; o outro assenta-se na complexidade do processo de planejamento, gestão e promoção desse tipo de turismo.

b) Riscos controláveis
Compreender que as atividades de aventura sugerem determinado esforço e riscos controláveis, que podem variar de intensidade conforme a exigência de cada atividade e a capacidade física e psicológica do turista, significa entender que a segurança é um dos requisitos imprescindíveis para a realização da vivência turística. Isto é, ao submeter-se a um risco controlável, esse consumidor espera não enfrentar perdas materiais, psicológicas ou físicas.

Entende-se por risco a combinação entre a probabilidade da ocorrência de um determinado fato e as possíveis conseqüências. Promover o controle de tais riscos significa adotar e implementar, de forma sistemática, um conjunto de normas e técnicas específicas na busca da qualidade da experiência turística e da gestão de segurança.

Devido à seriedade e às questões legais que envolvem o tema, esse assunto vem sendo tratado pelo Ministério do Turismo junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, a partir de normas específicas para o Turismo de Aventura, as quais serão abordadas mais adiante.

c) Participação e interação
A prática da atividade de Turismo de Aventura favorece o estreitamento da relação positiva entre os turistas, dos turistas com o guia e o condutor, e do turista com o meio ambiente. Dessa forma, promove a troca de experiências e o espírito de camaradagem e, até mesmo, o surgimento de uma cultura própria com linguagem e estilos peculiares.

Essa intensa participação do turista como protagonista da vivência o torna a essência do próprio segmento. Essa característica exige cuidados adicionais na gestão da aptidão dos clientes, visando o conforto físico e emocional, a segurança e o prazer da experiência da atividade do Turismo de Aventura.

Atividades de Turismo de Aventura
Estabeleceu-se que o Turismo de Aventura consiste nos movimentos turísticos constituídos pelos deslocamentos e estadas que envolvem a efetivação de atividades tradicionalmente ditas turísticas (hospedagem, alimentação, transporte, recreação e entretenimento, recepção e condução de turistas, operação e agenciamento), as quais só existem em função da prática de atividades de aventura. Entende-se, portanto, que as atividades de aventura, neste caso, também são consideradas turísticas.

A diversidade de práticas de aventura que materializam este segmento varia sob diferentes aspectos, em função dos territórios em que são operadas, dos equipamentos, habilidades e técnicas exigidas em relação aos riscos que podem envolver e da contínua inovação tecnológica. Diante disso, a lista a seguir não se completa, apresentando as mais conhecidas 

pelo mercado de Turismo de Aventura. Optou-se por agrupá-las utilizando três elementos da natureza (terra, água e ar), com base em normas reconhecidas internacionalmente, cientes de que algumas podem envolver mais de um desses elementos e ocorrer em ambientes diversos, fechados, ao ar livre, em espaços naturais ou construídos. 

a) Terra
 • Arvorismo - locomoção por percurso em altura instalado em árvores e outras estruturas construídas
• Atividades ciclisticas - percurso em vias convencionais e não convencionais em bicicletas, também denominadas de cicloturismo
• Atividades em cavernas - observação e apreciação de ambientes subterrâneos, também conhecidas como caving e espeleoturismo
• Atividades eqüestres - percursos em vias convencionais e não convencionais em montaria, também tratadas de turismo eqüestre
• Atividades fora-de-estrada - percursos em vias convencionais e não convencionais, com trechos de difícil acesso, em veículos apropriados. Também denominadas de Turismo Fora-de-Estrada ou off-road
• Bungue jump - salto com o uso de corda elástica
• Cachoeirismo - descida em quedas d’água utilizando técnicas verticais, seguindo ou não o curso da água
• Canionismo - descida em cursos d’água transpondo obstáculos aquáticos ou verticais com a utilização de técnicas verticais. O curso d’água pode ser intermitente
• Caminhadas - percursos a pé em itinerário pré-definido
 Curta duração - caminhada de um dia. Também conhecida por hiking
 Longa duração - caminhada de mais de um dia. Também conhecida por trekking
• Escalada - ascensão de montanhas, paredes artificiais, blocos rochosos utilizando técnicas verticais
• Montanhismo - caminhada, escalada ou ambos, praticada em ambiente de montanha
• Rapel - técnica vertical de descida em corda. Por extensão, nomeiam-se, também, as atividades de descida que utilizam essa técnica
• Tirolesa - deslizamento entre dois pontos afastados horizontalmente em desnível, ligados por cabo ou corda

b) Água
• Bóia-cross - descida em corredeiras utilizando bóias infláveis. Também conhecida como acqua-ride
• Canoagem - percurso aquaviário utilizando canoas, caiaques, ducks e remos
• Mergulho - imersão profunda ou superficial em ambientes submersos, praticado com ou sem o uso de equipamento especial
• Rafting - descida em corredeiras utilizando botes infláveis

c) Ar
• Asa delta - vôo com aerofólio impulsionado pelo vento
• Balonismo - vôo com balão de ar quente e técnicas de dirigibilidade
• Parapente - vôo de longa distância com o uso de aerofólio (semelhante a um pára-quedas) impulsionado pelo vento e aberto durante todo o percurso, a partir de determinado desnível
• Pára-quedismo - salto em queda livre com o uso de pára-quedas aberto para aterrissagem, normalmente a partir de um avião
• Ultraleve - vôo em aeronave motorizada de estrutura simples e leve

Prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo
Atividades de aventura
A palavra aventura — do latim adventūrus ("o que advirá"), particípio futuro de advenīre ("advir") — remete a algo diferente, ao desafio, a certo risco capaz de proporcionar a sensação de prazer, liberdade e superação pessoal, que varia de acordo com a expectativa de cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade.

Para tais fins, consideram-se atividades de aventura aquelas cujo prêmio é a superação de limites pessoais, caracterizadas como atividades de recreação e não de competição (as atividades denominadas esportivas, sejam de aventura ou não, quando entendidas como competições são definidas como modalidades esportivas e tratadas no âmbito do segmento denominado "turismo de esportes").

As atividades de aventura aqui abordadas como o atrativo principal que identifica o segmento de turismo de aventura podem ocorrer em qualquer espaço: natural, construído, rural, urbano, estabelecidos como área protegida ou não. Também podem ser abordadas sob diferentes enfoques:

Como de responsabilidade individual do turista quando ocorre sem a interferência dos prestadores de serviços turísticos no que se refere especificamente à prática da atividade de aventura.
Como de responsabilidade solidária quando conduzida, organizada, intermediada via prestadores de serviços de operação de agências de turismo que depende de orientação de profissionais qualificados para a função e de equipamentos e técnicas que proporcionem, além da prática adequada, a segurança dos profissionais e dos turistas.
Assim, as atividades de aventura pressupõem determinado esforço e riscos até certo ponto controláveis, e que podem variar de intensidade conforme a exigência de cada atividade e a capacidade física e psicológica do praticante. Isso requer que o turismo de aventura seja tratado de modo particular, especialmente quanto aos aspectos relacionados à segurança. Devem ser trabalhadas, portanto, diretrizes, estratégias, normas, regulamentos, processos de certificação e outros instrumentos e marcos específicos.

O segmento de turismo de aventura deve contemplar, em sua prática, comportamentos e atitudes que possam evitar e minimizar possíveis impactos negativos ao ambiente, ressaltando o respeito e a valorização das comunidades receptoras. Entende-se por ambiente — natural e construído — o conjunto de inter-relações sociais, econômicas, culturais e com a natureza de determinado território.


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Conceitos Definições Siglas & Tipologias.
Aplicações em Gestão de Turismo - 2018.
Autor: Luis Falcão.
Nº de páginas: 1050.
Área de concentração: Pesquisa.
Google Drive.

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