Ser turista ou ser viajante? Pelo titulo do presente, podemos indagar. Porquê o turista é considerado melhor quando chega ao patamar do viajante?
Um dos pontos altos da pergunta é a terminologia da OMT para demarcar em pesquisas e contar a entrada e/ou saída de divisas através de sua definição.
Em nenhum momento encontramos em tal definição algo que indique a inteligibilidade do turista, pelo contrario o mesmo é conceituado para tão somente facilitar na sua transformação em números e estatísticas.
O interesse da OMT quando o define, é o de somente facilitar os paises nas contas satélites do turismo, ou seja, somente em demonstrar quanto economicamente ele é viável ou inviável para o local onde se hospeda.
Falando em hospedagem, podemos falar também em transportes, e dizer que esses dois produtos/serviços são o que interessam aos turistas assim como a diversão e/ou sossego (dos próprios), mas viajar é algo muito mais inteligente.
A inteligência a que me refiro, é o refinamento que o viajante possui em contraste com o turista que viaja a lugares onde lhe serão concedidos status em seu meio social, e convívios com pessoas do seu mesmo nível socioeconômico que lá estarão presentes fazendo da viagem ao destino escolhido uma reunião de felizes alienados. Porem, o viajante dificilmente será visto nesses locais onde o número de pessoas por metro quadrado é algo insuportável e em certo ponto irracional, e se por algum motivo ele for encontrado por lá não será visto utilizando os mesmos equipamentos da massa de alienados.
O viajante é uma categoria de pessoas, inteligentes do ponto de vista cultural, de quanto uma viagem pode enriquecê-lo pessoalmente, pois alem da beleza cênica do local, a riqueza do seu povo da o toque diferencial no local visitado, que já fora de antemão pesquisado não tornando necessária a compra de pacotes de viagem, uma vez que o roteiro e o tempo da estadia, estão de acordo com sua disponibilidade, e sua necessidade em conhecer e desfrutar da mais autentica troca de culturas e valores.
Creio que essa é a grande essência do turismo. E por mais que teorias e novos meios de gestão do turismo sejam preconizados por estudiosos que já defenderam o que acabei de dizer, a essência do fenômeno e as pessoas que os praticam de forma sabia irá continuar a existir, e nosso papel de viajantes e estudiosos do turismo será mostrar as pessoas o quanto bom e gostoso é viajar.
Por mais, que o futuro do turismo de massa industrial seja os postulados do pós – turismo, onde um mundo artificial é reproduzido, e as experiências por ele provocada, são seus atributos qualitativos, propulsores de novos deslocamentos, haverá ainda aqueles seres sábios e chamados de velhos pensadores, que farão de suas vidas um exemplo na difusão das idéias de um turismo edificante e não de um turismo no qual os coronéis do turismo revestidos de novas teorias e denominações almejam.
Lutaremos até o fim contra o obscurantismo e a fraqueza intelectual, com que o turismo é tratado e gerido e com que turistas são tratados (e até gostam) e facilmente convencidos.
Como gostamos de frisar aos que nos perguntam: não estudamos para fazer parte deste mercado turístico atual, e sim para ultrapassá-lo com méritos no lugar do apadrinhamento, com profissionalismo no lugar do amadorismo e com inteligência no lugar da burrice.
Autor: Daniel da Rocha Ramos
Estudante de Turismo da Faculdade Estácio de Sá de Vitória, ES.
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