A Paraíba é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Localiza-se no leste da Região Nordeste. Limita-se com três estados: Rio Grande do Norte (norte), Pernambuco (sul) e Ceará (oeste), além do Oceano Atlântico (leste). Seu território é dividido em 223 municípios e apresenta uma área de 56 469,778 km², pouco menor que a Croácia. Com uma população de 3,996 milhões de habitantes, a Paraíba é o décimo quarto estado mais populoso do Brasil. A capital e município mais populoso é João Pessoa. Outros municípios com população superior a cem mil habitantes são Campina Grande, Santa Rita e Patos.
A Paraíba é berço de vários notáveis poetas e escritores brasileiros como Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida, José Lins do Rêgo, Pedro Américo (este mais conhecido por suas pinturas de cenas da história nacional), Assis Chateaubriand (mais conhecido por ter fundado os Diários Associados, a TV Tupi e o Museu de Arte de São Paulo), Ariano Suassuna, entre muitos outros. O estado também deu origem a um dos economistas mais influentes da história latino-americana: Celso Furtado.
Etimologia
A raiz etimológica de maior aceitação é a que considera as palavras de língua tupi pa'ra = "rio ou mar" + a'iba = "ruim, difícil de invadir", originando, desse modo, o topônimo Paraíba, atribuído inicialmente ao principal rio da região. O geógrafo e governador da capitania da Paraíba Elias Herckmans confirma essa versão em sua obra «Descrição geral da Capitania da Paraíba», de 1639, dizendo que os mais entendidos da língua nativa se referiam a estreita boca do canal que dificultava ao invasor conquistar na primeira expedição e de cara visto que bastavam duas baterias de canhão em cada margem para abater os navios pretendentes, fora já um rochedo que havia e que aparece nos mapas antigos mas foi dinamitado por razões portuárias nas últimas décadas do século XX. Depois, tal potamônimo passou a designar também a capitania, que elevou-se à categoria de província em 1822, sendo, em seguida, transformada em estado em 1889.
História
Antes do descobrimento do Brasil, o território que hoje corresponde à Paraíba possuía inúmeras tribos indígenas. Entre o litoral e a região do Planalto da Borborema, os principais grupos indígenas eram os potiguaras, que habitavam em especial as margens do rio São Domingos, atual Rio Paraíba. Entre as tribos que habitavam desde a região da Borborema até o sertão estão os índios cariris e os ariús.
Geografia
A Paraíba está localizada a leste da Região Nordeste do Brasil, fazendo divisa com os estados do Rio Grande do Norte (norte), de Pernambuco (sul) e do Ceará (a oeste) e o Oceano Atlântico (a leste). A distância linear entre seus pontos extremos é de 263 quilômetros no sentido norte-sul e de 443 quilômetros no sentido leste-oeste. O ponto mais a leste da Paraíba, a Ponta dos Seixas, em João Pessoa, é também o ponto mais oriental do Brasil e da América. Sua área territorial é de 56 469,778 km², sendo um dos menores estados do país.
O relevo da Paraíba é diversificado, e varia desde planícies no litoral a depressões no sertão. No litoral há a Planície Litorânea e, no restante da zona da mata, os tabuleiros, formados a partir de acúmulos de terras que descem de localidades mais altas. No agreste, região de transição entre o litoral e o sertão, o relevo é formado por depressões situadas entre os tabuleiros e o Planalto da Borborema, com altitudes entre trezentos e oitocentos metros. Por último, no sertão, há a Depressão Sertaneja, desde o município de Patos até a Serra da Viração. Mais da metade do território estadual é dominada por rochas muito antigas e resistentes formadas durante o período Pré-Cambriano, há mais de 2,5 bilhões de anos. Desse período também se formaram alguns sítios arqueológicos do estado, como a Pedra do Ingá. As principais serras localizadas na Paraíba são: Serra do Teixeira (onde está localizado o Pico do Jabre, ponto culminante da Paraíba com uma altitude de 1 197 metros acima do nível do mar), Serra da Paula (1 147 m), Serra do Tabaquino (1 120 m), Serra do Pesa (1 084 m) e Serra do Cariris Velho (1 070 m).
Devido à sua proximidade com a Linha do Equador a Paraíba possui um clima quente, com temperaturas elevadas durante todo o ano, e variado conforme o relevo local. Na região litorânea, o clima é classificado como tropical úmido, com temperaturas médias em torno de 24 °C, e duas estações, uma seca no verão e outra chuvosa no outono e no inverno, e precipitações médias iguais ou superiores a 1 700 mm por ano. Mais para o interior, após a Serra da Borborema, o clima abundante é o semiárido, caracterizado pelas chuvas escassas e irregulares, com baixa pluviosidade, que por vezes é inferior aos 500 milímetros anuais. Cabaceiras, na região da Borborema, possui o título de município mais seco do país. Patos, no sertão, é a cidade mais quente da Paraíba. Quase 98% do seu território está incluído no Polígono das Secas.
Hidrografia
No Brasil, a Paraíba encontra-se inserida na região hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental.[57] Em se tratando apenas das bacias hidrográficas do estado, a Paraíba é abrangida por um conjunto de onze bacias, sendo a maior de todas a do rio Piranhas, que cobre 26 047,99 km² de área e é formada pelas sub-bacias hidrográficas do rio Piancó (9 424,75 km²), do Médio Piranhas (4 461,48 km²), do rio Seridó (3 442,36 km²), do rio do Peixe (3 420,84 km²), do rio Espinharas (2 981,60 km²) e do Alto Piranhas (2 588,45 km²).
Meio ambiente
No litoral, predominam os tabuleiros, com manguezais e espécies da Mata Atlântica, enquanto no sertão, especialmente após a formação do Planalto da Borborema, predomina a caatinga, típica do clima semiárido. Na flora, algumas das espécies mais encontradas são a baraúna, o batiputá, a mangabeira, o mandacaru, a peroba, a sucupira e xique-xique.
Com o objetivo de preservar e conservar a flora, a fauna, os recursos hídricos, as características locais, bem como recuperar ecossistemas degradados e promover o desenvolvimento sustentável, entre outros motivos, foram criadas algumas unidades de conservação. Em 2010, a Paraíba possuía 37 unidades de conservação, sendo dezesseis estaduais; nove reservas particulares do patrimônio natural (RPPN), dos quais sete sob jurisdição federal e duas sob jurisdição estadual; sete federais e cinco municipais.
Em virtude da remoção da cobertura vegetal ou da caça, de uma lista de 46 espécies ameaçadas de extinção na Paraíba, conforme estudo da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA), cerca de 25 têm (ou tinham) seu habitat na zona da mata.
Religião
Na Igreja Católica, a Paraíba pertence à Regional Nordeste II, que também abrange os estados de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte, e seu território está inserido na Província Eclesiástica da Paraíba,[80] formada pela Arquidiocese da Paraíba e suas quatro dioceses sufragâneas: Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira e Patos.
A Paraíba também possui os mais diversos credos protestantes ou reformados, entre as quais a Igreja Cristã Maranata, Igreja Luterana, a Igreja Cristã de Nova Vida, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Presbiteriana, a Igreja Metodista, as igrejas batistas, as igrejas Assembleias de Deus, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Congregação Cristã no Brasil, entre outras. Como já mencionado, 15,16% da população paraibana declararam-se evangélicos, sendo que 8,45% pertenciam às igrejas evangélicas de origem pentecostal, 3,259% às evangélicas de missão (3,259%) e 3,451% a evangélicas não determinadas.
Etnias
Tal como os brasileiros, a origem dos paraibanos está ligada à miscigenação entre brancos (vindos da Europa), os indígenas locais e os negros (vindos da África). Isso contribuiu para que a população paraibana fosse considerada como mestiça. Os pardos constituem a maioria da população do estado e, entre eles, os principais são os caboclos, que predominam no interior e no litoral norte, enquanto nas regiões do agreste e do Cariri (mais especificamente o centro-sul paraibano), a população de mestiços é formada principalmente por mulatos. A identidade mestiça foi reconhecida como um grupo étnico-racial-cultural pela lei estadual N.º 8.374, de 9 de novembro de 2007, que também instituiu o Dia do Mestiço na Paraíba, comemorado desde então no dia 27 de junho. Existem também pequenas populações de cafuzos dentro do estado.
Turismo
Outra importante fonte de renda econômica na Paraíba é o turismo. Eleito melhor destino nacional do ano em 2013, cerca de um milhão de turistas que visitam o estado todos os anos.
A capital paraibana é considerada porta de entrada para o turismo no estado da Paraíba. Desde 1970, com a construção do Hotel Tropical Tambaú, João Pessoa investiu bastante no setor turístico, o que contribuiu com o desenvolvimento comercial na orla da cidade. Tendo como principal cartão-postal o Parque Sólon de Lucena, João Pessoa possui 37 quilômetros de praias, como as de Bessa, Manaíra e Penha e Tambaú, além de um vasto acervo cultural e construções históricas, desde construções mais antigas no centro histórico (como a Casa da Pólvora, o Centro Cultural São Francisco, o cruzeiro monolítico, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o mosteiro de São Bento), até as mais recentes (tais como o Hotel Globo e o Teatro Santa Rosa), além de contar com a segunda maior reserva de Mata Atlântica do Brasil localizada em área urbana. Ainda em João Pessoa está localizado o Espaço Cultural José Lins do Rego, no bairro de Tambauzinho, construído em uma área de 55 000 m³, onde funciona o primeiro planetário da região Nordeste, além de ocorrerem apresentações culturais, exposições e feiras.
O litoral sul possui algumas das praias mais bonitas do Brasil, entre as quais as do Amor, de Carapibus, de Graú, de Jacumã, de Pitimbu e de Tabatinga. Mas a mais famosa de todas elas é a do Tambaba, cercada por falésias e matas densas, localizada na Barra de Garaú, município de Conde, primeira praia de naturismo da Região Nordeste e a segunda do Brasil, atraindo milhares de visitantes anualmente. Outras praias importantes da região litorânea sul são as de Barra de Gramame; Cabo Branco; Coqueirinho; Tambaú, nesta última está localizado o Picãozinho, uma formação de corais de recifes; todas localizadas na área urbana de João Pessoa. No restante do litoral, destacam-se as areias coloridas (em Pitimbu), Baía da Traição (município que possui praias e redutos indígenas com aldeias) e a Igreja de Nossa Senhora da Guia (no município de Lucena).
Interior
Campina Grande, no agreste, é o principal destino turístico do interior, abrigando, junto com João Pessoa, os principais eventos realizados na Paraíba, como O Maior São João do Mundo, o festival de Inverno, o Encontro da Nova Consciência, além de contar com hotéis e diversos outros atrativos.
No município de Ingá, ainda no agreste, encontra-se o sítio arqueológico mais visitado do estado, conhecido como Pedra do Ingá, um dos monumentos pictográficos mais estudados no mundo, onde estão gravadas dezenas de inscrições rupestres em baixo-relevo, com mensagens que até hoje ainda não decifradas. Embora ainda fazendo parte do desconhecido, os achados da Pedra do Ingá estão já há bastante tempo catalogados por notáveis arqueólogos como um dos mais importantes documentos líticos, motivando permanentes e incessantes pesquisas, que buscam informações mais nítidas sobre a vida e os costumes de civilizações passadas.
Outros importantes atrativos turísticos naturais e culturais do interior paraibano são: na região agreste, a Cachoeira do Roncador (nos municípios de Bananeiras e Borborema), o Memorial Frei Damião (em Guarabira), a Pedra da Boca (em Araruna); na região da Borborema, o Lajedo de Pai Mateus (em Cabaceiras); no sertão, O Melhor São João do Mundo (em Patos), a Estância Termal de Brejo das Freiras (em São João do Rio do Peixe) e o Vale dos Dinossauros (em Sousa)
ATRAÇÕES TURÍSTICAS DA PARAÍBA:
JOÃO PESSOA: A simpática capital da Paraíba recebe mais de um milhão de turistas por ano pela sua combinação de praias brancas e tranquilas, atrações históricas e compras.
CAMPINA GRANDE: Com grande visibilidade em junho por conta das festas juninas super concorridas, o arrasta-pé dura por todo o mês, palco central de toda a festa é no Parque do Povo.
LUCENA: Uma boa pedida para passeios ecológicos, rica em inúmeros atrativos naturais, mar tranquilo com poucas ondas, magues, manguezais, lagoas naturais como as do Mangue da Capivara e dos Homens.
BANANEIRAS: Cidade bem visitada durante o período de festas juninas para dançar o autêntico forró pé-de-serra.
PRAIAS TAMBABA: Uma das praias naturistas mais famosas do Brasil, divida em duas partes, uma sendo pria de nudismo e a outra não.
PRAIA COQUEIRINHO: Como característica marcante há coqueiros por todo o local, além das falésias avermelhadas.
PRAIA DO JACARÉ: Lugar romântico e perfeito para acompanha o pôr do sol em um barco ao som do Bolero de Ravel que acontece por volta das 17h.
Saiba Mais...
Artesanato
O artesanato é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural paraibana. Em várias partes da Paraíba é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, criada de acordo com a cultura e o modo de vida local e feita com matérias-primas regionais, como os bordados, a cerâmica, o couro, o crochê, a fibra, o labirinto, a madeira, o macramê e as rendas. Alguns grupos reúnem diversos artesãos, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais.
Culinária
A culinária da Paraíba é resultado da miscigenação entre africanos, europeus e indígenas. Buchada de bode, carne de sol preparado ao forno ou com purê de macaxeira, galinha de cabidela, lagosta ao alho e óleo, moqueca de camarão, moqueca de peixe, paçoca, panelada, peixe misturado a camarão e legumes e pernil de cabrito assado são os salgados típicos do estado, enquanto arroz doce, bolo de fubá, bolo de macaxeira, bolo de milho, canjica, cuscuz de tapioca, pamonha, pudim de macaxeira e pudim de tapioca são os principais doces. Outros pratos típicos de todas as regiões do estado são arroz de leite, arrumadinho, bode guisado, cabeça de gado, chouriço doce, lagosta, macaxeira, mungunzá, pamonha, peixes, queijo assado e tapioca.
Teatros e museus
O primeiro teatro construído na Paraíba foi o Minerva, localizado em Areia, na segunda metade do século XIX (1859). Com o decorrer dos anos, foram surgindo novos espaços teatrais que foram ganhando importância, como o Teatro Santa Rosa, no Centro Histórico de João Pessoa, o mais importante do estado. O teatro mais recentemente entregue é o Teatro Pedra do Reino, no Centro de Convenções da capital. Outros teatrais do estado são o teatro Santa Inês (em Alagoa Grande); teatro Santa Catarina (Cabedelo); teatro Íracles Pires (Cajazeiras); Espaço Paulo Pontes e teatros Elba Ramalho, Rosil Cavalcanti e Severino Cabral (Campina Grande); teatros de Arena, Ariano Suassuna, Cilaio Ribeiro, Ednaldo Egypto, Lampião, Lima Penante, Paulo Pontes, Piollin e da SESI, além do Cine Teatro Banguê (em João Pessoa); teatro Oficina de Artes (em Santa Rita) e cine-teatro Gadelha (em Sousa).
Música
A música paraibana varia em vários ritmos, como baião, ciranda, forró e xote, e destes são influenciados vários grupos musicais e artistas. Algumas das personalidades musicais nascidas na Paraíba são Abdon Felinto Milanês, Antônio Barros, Barros de Alencar, Bartô Galeno, Bastinho Calixto, Biliu de Campina, Cecéu, Chico César, Elba Ramalho, Flávio José, Genival Lacerda, Geraldo Vandré, Herbert Vianna, Jackson do Pandeiro, Lucy Alves, Parafuso, Pinto do Acordeon, Renata Arruda, Roberta Miranda, Sivuca, Zé Pacheco e Zé Ramalho. A Orquestra Sinfônica da Paraíba foi criada pelo professor Afonso Pereira da Silva em 4 de novembro de 1945 por meio de uma iniciativa da Sociedade de Cultura Musical da Paraíba e, posteriormente, por meio de uma parceira entre a Universidade Federal da Paraíba e o governo estadual.
Feriados
Existem na Paraíba dois feriados estaduais, a data magna do Estado da Paraíba, Fundação do Estado em 1585 e dia da sua padroeira Nossa Senhora das Neves,em 5 de agosto, instituído pela Lei Estadual n.º 10.601, de 16 de dezembro de 2015 e o feriado em homenagem à memória do ex-presidente João Pessoa no dia 26 de julho, instituído pela lei Lei Estadual 3.489/67, Art. 2º.
Fontes:
wiki/Paraíba
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