Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre. Tradução da palavra entrepreneursbip. Sua origem vem da palavra francesa entrepreneur, que era usada no século XII para designar aquele que incentivava brigas. No final do século XVIII, passou a indicar a pessoa que criava e conduzia projetos e empreendimentos. Nessa época o termo se referia as pessoas que compravam matérias-primas (um produtor agrícola) e as vendiam a terceiros, depois de processá-las, apresentando, portanto, uma oportunidade de negócios e assumindo riscos. A partir daí os economistas passaram a considerar o desenvolvimento econômico como o resultado da criação de novos empreendimentos.
A origem da palavra, empreendedor, leva-nos há 800 anos atrás, com o verbo francês entreprendre, que significa, fazer algo. Uma das primeiras definições da palavra empreendedor foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês J.B. Say, com o aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais 8 baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento” (DRUCKER 1987, p.45).
O termo entrepreneur foi incorporado à língua inglesa no início do século XIX. Entre os economistas modernos, quem mais se debruçou sobre o tema foi Joseph Schumpeter, que teve grande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo. Em seus estudos, ele o descreve como “a máquina propulsora do desenvolvimento da economia. A inovação trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico renovar-se e progredir constantemente”.
De acordo com Schumpeter, “sem inovação, não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona” (DEGEN 1989, p. 78). O empreendedorismo é uma criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar uma idéia. Designa uma área de grande abrangência e trata de vários temas, além da criação de empresas, tais como: a) a geração de auto-emprego (trabalhador autônomo); b) o empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); c) o intra-empreendedorismo (o empregado empreendedor); d) as políticas públicas (políticas governamentais para o setor).
O vocábulo empreendedor, em português, é utilizado com o mesmo sentido da palavra empresário. Segundo Igor Ansoff "o empreendedor é aquele indivíduo cujo desejo de independência foi capaz de motivá-lo no sentido de estabelecer sua própria empresa” (ANSOFF 1993, 52).
O empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador. Ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas. A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto.
Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, apesar das dificuldades.
Um mau empreendimento na mão de um bom empreendedor pode até ser melhorado e sobreviver, mas na mão de um mau empreendedor, nem mesmo um ótimo negócio sobrevive.
É por isso que o estudo, a pesquisa, o planejamento do negócio são fundamentais no empreendedorismo. O empreendedorismo faz parte da índole brasileira.
Segundo estudo publicado pelo jornal americano US Today Global Entrepreneurship Monitor.
O Brasil é considerado o país mais empreendedor do mundo, sendo o brasileiro um empreendedor nato. O lado negativo do empreendedorismo é que o índice de mortalidade das Pequenas e Médias 9 Empresas no Brasil é elevadíssimo. Entre as principais razões, destaca-se a falta de preparação do empreendedor para administrar com eficiência a sua empresa, insuficiência de capital, além de dificuldades pessoais do candidato a empresário. O empreendedor irá criar e administrar um negócio, que poderá ser seu ou não, assumindo riscos em busca de lucro.
Para ser um empreendedor de sucesso é essencial que tenha algumas características específicas. A garra, a força de vontade e a determinação são, talvez, as mais importantes, mas há outras que são decisivas para quem pretende se aventurar pelo mundo dos negócios, são elas, a considerar: a) iniciativa; b) auto-confiança; c) aceitação do risco; d) não temer o fracasso e a rejeição; e) decisão e responsabilidade; f) energia; g) auto-motivação e entusiasmo; h) controle; i) otimismo; j) persistência.
No que tange a iniciativa, o empreendedor não fica esperando que os outros (o governo, o empregador, o parente, o padrinho) venham resolver seus problemas. O empreendedor é uma pessoa que gosta de começar coisas novas, iniciá-las. A iniciativa, enfim, é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age, arregaça as mangas e parte para a solução.
O empreendedor tem auto-confiança, isto é, acredita em si mesmo. Se não acreditar, será difícil para ele tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo arriscar mais, ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais empreendedor.
O empreendedor aceita riscos, ainda que muitas vezes seja cauteloso e precavido contra o risco. A verdade é que o empreendedor sabe que não existe sucesso sem alguma dose de risco, por esse motivo ele o aceita em alguma medida.
O empreendedor fará tudo o que for necessário para não fracassar, mas não é atormentado pelo medo paralisante do fracasso. Pessoas com grande amor próprio e medo do fracasso preferem não tentar correr o risco de não acertar, ficando, então, paralisadas. O empreendedor acredita.
O empreendedor não fica esperando que os outros decidam por ele. O empreendedor toma decisões e aceita as responsabilidades que acarretam. É necessária uma dose de energia para se lançar em novas realizações, que usualmente exigem intensos esforços iniciais. O empreendedor dispõe dessa reserva de energia, vinda provavelmente de seu entusiasmo e motivação.
O empreendedor é capaz de uma auto-motivação relacionada com desafios e tarefas em que acredita. Não necessita de prêmios externos, como compensação financeira. Como conseqüência de sua motivação, o empreendedor possui um grande entusiasmo pelas suas idéias e projetos.
O empreendedor acredita que sua realização depende de si mesmo e não de forças externas sobre as quais não tem controle. Ele se vê como capaz de controlar a si mesmo e de influenciar o meio de tal modo que possa atingir seus objetivos.
O empreendedor em geral não é somente um fazedor, no sentido obreiro da palavra. Ele cria equipe, delega, acredita nas pessoas, obtém resultados por meio de outros.
O empreendedor é otimista, o que não quer dizer sonhador ou iludido. Acredita nas possibilidades que o mundo oferece, acredita na possibilidade de solução dos problemas, acredita no potencial de desenvolvimento.
O empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado e crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que as coisas comecem a funcionar adequadamente.
Para ser um empreendedor é necessário ainda que tenha boas capacidades de liderança. Tem de organizar, redirecionar esforços e manter a motivação dos seus colaboradores. Eles estão sob a sua coordenação e por isso tem de criar uma filosofia de trabalho, definindo objetivos e métodos, ao mesmo tempo, que implementa um bom relacionamento entre a equipe de trabalho.
O empreendedor não faz o que gosta e sim o que precisa ser feito, pois o sucesso está no caminho que ninguém gosta de fazer. Ser empresário ou empreendedor não significa abrir um negócio, mas tornar-se competitivo, ter condições para desenvolver um potencial de aprendizado e criatividade, junto com a capacidade de implementá-lo em velocidade maior que o ritmo de mudanças no mercado. O empresário empreendedor deve ver sua idéia com distanciamento emocional, de modo a fazer uma análise detalhada, para aumentar suas chances de sucesso.
Portanto, nosso empresário de hoje para ter sucesso, deverá ser um empreendedor e um administrador do futuro. Segundo um provérbio chinês “há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”.
Segundo o dicionário Priberam de Língua Portuguesa, a definição e conceito de empreendedorismo é “Atitude de quem é empreendedor, que é quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração”.
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Referências Bibliográficas
ANSOFF, H. Igor. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas.1993.
COMTE. Curso de Filosofia Positiva. Os pensadores. São Paulo: Victor Civita, 1983.
DAVID, René. Os grandes sistemas do direito contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: MacGraw-Hill, 1989.
DINIZ, Maria Helena. Código civil anotado. São Paulo: Saraiva, 2002.
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