“A inclusão como estudo de caso da Pousada Uacari, no Amazonas é, para nós, motivo de orgulho por apresentar um modelo de gestão participativa de ecoturismo”, destacou o ministro do Turismo do Brasil, Marcelo Álvaro Antônio. “Minha orientação à frente do Ministério é de explorar a possibilidade de utilizar as recomendações advindas desse estudo em outros empreendimentos de turismo em comunidades tradicionais que ajudem a desenvolver o ecoturismo em áreas de conservação da biodiversidade”, finalizou.
O documento foi desenvolvido pela Organização Mundial do Turismo (OMT), em parceria com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), a pedido do G20. Além do Brasil, experiências de outros 18 países também foram destacadas, como: Canadá, México, França, Itália, Japão e Suíça. As indicações de boas práticas foram feitas por cada país e chanceladas pela presidência do G20 Turismo que, neste ano, é exercida pela Arábia Saudita. O objetivo é de que as iniciativas sirvam como inspiração aos demais países.
O incentivo ao desenvolvimento comunitário inclusivo através do turismo está entre os compromissos assumidos pelos ministros de Turismo dos países que compõem o grupo. A ideia é apoiar o crescimento de experiências autênticas para os turistas e, ao mesmo tempo, sustentáveis, bem como promover o desenvolvimento rural e o empoderamento de comunidades.
Pousada Uacari é modelo de desenvolvimento comunitário inclusivo por meio do turismo. Crédito: Ministério do Turismo
Ao apresentar o relatório Desenvolvimento Comunitário Inclusivo por Meio do Turismo, o secretário-geral da OMT, Zurab Polikashvili, avaliou que o “turismo ajuda as comunidades a manterem seus patrimônios natural e cultural, apoiando a conservação, salvaguardando espécies ameaçadas, tradições perdidas ou sabores”.
POUSADA UACARI - Proteger o planeta e conservar o patrimônio cultural, oferecendo aos turistas oportunidades únicas de experimentar a natureza e a cultura local é a receita de sucesso da Pousada Flutuante Uacari. Localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – unidade de conservação estadual –, a área conta com mais de 1,1 milhão de hectares de natureza.
Toda a estrutura da pousada é sustentável, desde a energia solar às telhas ecológicas, produzidas pela mesma tecnologia de reciclagem de garrafas pet. São 10 quartos, com capacidade para 24 hóspedes por vez. Cada um dos cinco bangalôs tem duas suítes com vista para a floresta.
A administração é feita de forma compartilhada entre o Instituto Mamirauá – uma Organização Social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – e 11 comunidades que fazem parte da Reserva Mamirauá e estão próximas a pousada, por meio da Associação de Auxiliares e Guias de Ecoturismo do Mamirauá (AAGEMAM).
Por meio desta gestão compartilhada são realizadas as reservas e organizada a logística de chegada e saída dos hóspedes. Também é feito o gerenciamento dos funcionários, prestadores de serviços e vendedores de produtos agrícolas e de artesanato. O trabalho é em regime de rodízio, ou seja, cada pessoa trabalha, em média, 10 dias por mês, o que permite às comunidades continuarem exercendo atividades tradicionais.
O formato gera benefícios socioeconômicos aos moradores locais e contribui para a conservação dos recursos naturais. Cerca de 100 famílias da comunidade possuem emprego direto ou indireto, a partir das relações da cadeia produtiva, incluindo mulheres, jovens e idosos. A estimativa é de que, para cada R$ 1 investido na pousada, R$ 5 tenham retornado para a economia regional.
Assim, dos 19 países com boas práticas destacadas no relatório do G20, apenas a Pousada Uacari pontuou em todos os quatro tópicos analisados: empoderamento de pessoas, salvaguarda do planeta, prosperidade e colaboração entre pessoas.
Edição: Lívia Nascimento
Por Amanda Costa
Fonte: turismo.gov.br
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