Como forma de definir a atividade de transporte, mas especificamente para o caso do transporte voltado para o turismo, o mesmo pode ser tido como a atividade meio que interliga a origem de uma viagem turística a um determinado destino ( e vice - versa ) , que interliga vários destinos turísticos entre si ( primário e secundários ) ou que faz com que os visitantes se desloquem dentro de um mesmo destino primário ou secundário.
O crescimento da importância da atividade turística na perspectiva das redes e da satisfação do cliente, faz-nos atentar a diversos aspectos do funcionamento do sistema de Turismo. Particularmente, o acesso, exerce um papel de relevância dentro do sub-sistema de transportes, tanto para a satisfação do cliente quanto para a integração da oferta numa área de destino, entretanto tal aspecto tem sido pouco estudado pela literatura dedicada ao Turismo.
Desde o surgimento da humanidade, há necessidade de transportar informações, imagens, carga ou pessoas. Estes deslocamentos só foram possíveis através da abertura de estradas e o desenvolvimento dos meios de transportes. Após a fixação territorial da humanidade, sobretudo a partir do império romano, quando os primeiros sistemas de estradas foram construídos, promovendo comunicação comercial e administrativa entre os núcleos do império, os transportes ganharam ainda mais importância. Enquanto os grupos de pessoas viajavam por meios próprios e não tinham um local de repouso, literalmente, eles se deslocavam de destino em destino. A fixação promove a importância dos meios de transporte e do acesso, além de favorecer o entendimento moderno de uma das componentes conceituais de turismo, o de sair e retornar ao seu local de residência.
Quando se fala em turismo, a primeira necessidade que vem ao imaginário do turista são os meios de transportes e alojamento que será utilizado para a viagem, criando a expectativa de hospitalidade, que constitui não apenas como ato de hospedar, mas receber o turista demonstrando que ele não é apenas um objeto de lucro, mas o reconhecimento como ser humano com necessidades e desejos a ser correspondidos. Esses serão possíveis apenas com serviços de boa qualidade desde o embarque. Sendo através de meios de transportes marítimo, rodoviários, ferroviário e aéreos.
Os sistemas de transportes que desencadearão hospitalidade compreenderão desde as condições de estradas ,sinalização, semáforos, higiene e segurança, e até o atendimento na compra do bilhete de passagem. Os meios de transportes podem constituir ainda como o próprio atrativo turístico não apenas em sua infra- estrutura mas na qualidade de serviços oferecidos, e o conteúdo turístico incorporado ao meio.
O crescimento da importância da atividade turística na perspectiva das redes e da satisfação do cliente, faz-nos atentar a diversos aspectos do funcionamento do sistema de Turismo.
Particularmente, o acesso, exerce um papel de relevância dentro do sub-sistema de transportes, tanto para a satisfação do cliente quanto para a integração da oferta numa área de destino, entretanto tal aspecto tem sido pouco estudado pela literatura dedicada ao Turismo
SISTEMA DE TRANSPORTES E TURISMO: CONCEITOS E CALSSIFICAÇÃO
A princípio o sistema de transporte limitava-se apenas ao deslocamento de pessoas ou cargas, através de veículos com tração animal. Com o passar dos anos, os meios de transportes foram evoluindo, acompanhando assim, o desenvolvimento da sociedade que passaram a utilizar como meio de locomoção os veículos motorizados. Por transporte Di Roná (2002, p.6) explica que “[...] é o deslocamento entre dois pontos (origem/destino), por uma trajetória, em um tempo determinado”. É um setor que cria alto nível de atividade na economia e refere-se a um conjunto de trabalho, facilidades e recursos que movimentam a economia. A capacidade de movimentação inclui carga e pessoas, além da distribuição de outros sistemas intangíveis, como comunicações telefônicas, energia elétrica e serviços médicos. (Ballou,2007)
O setor de transporte tornou-se um dos principais agentes no crescimento da economia e no desenvolvimento da sociedade uma vez que, além de gerar emprego e renda, o mesmo possibilita a locomoção de um lugar a outro, já que o mesmo está diretamente ligado com a moblidade, determinando assim, o acesso das pessoas não só a educação, saúde e trabalho, mas também ao turismo. Sendo assim, os transportes e as mobilidades não se encontram tãosomente associados a modais e aos movimentos, mas também à política, ao dinheiro, às pessoas e ao poder (Shaw & Sidaway, 2010 como citado em Kunz, Pimentel & Tosta, 2014
p.2)
Os serviços de transportes constituem-se em fator crucial para o
desenvolvimento econômico de uma nação, o que torna indispensável o
provimento de uma rede muito bem estruturada de transportes para induzir a
maior integração tanto intersetorial como regional em toda a estrutura
produtiva, embasada nos ganhos de competitividade daí decorrentes [...]. (
Toyoshima & Ferreira, 2002, p. 25).
Quanto aos elementos que compõem este sistema, pode-se destacar, além dos veículos que são dotados de motor próprio e da força motriz que impulsiona, as vias e os terminais que ambos interagem entre si, para proporcionar o deslocamento de cargas ou pessoas.
Entende-se por via o local pelo qual transitaram os veículos, que por sua vez,
são os elementos que promovem o transporte e sendo o terminal o local
destinado para a realização da carga e descarga e armazenamento de
mercadorias. (Pereira & Elendzion, 2013, p. 25)
Se tratando da sua classificação, o sistema de transporte divide-se de acordo com seus modais que são: ferroviário, aquaviário, dutoviários, aéreo e rodoviário. No Brasil, o sistema rodoviário é o mais utilizado, devido ao seu baixo custo quando relacionado a utilização de veículos próprios, por proporcionar uma integração em todos os estados brasileiros e ainda atender a demanda da população urbana que necessita do mesmo para satisfazer suas necessidades. Porém, o sistema de transporte rodoviário no Brasil ainda deixa a desejar quando se trata da infraestrutura das rodovias, uma vez que o mesmo possui uma larga extensão em estradas não pavimentadas.
O transporte é responsável não apenas por movimentar fisicamente a demanda turística para as regiões de oferta, mas também pelo transporte dos turistas quando estes chegam à destinação. (Cooper, Fletcher, Fyall, Gilbert, & Wanhill, 2001).
O conceito de turismo envolve o deslocamento do indivíduo, de um dado lugar a outro, logo, o mesmo está ligado com o sistema de transporte que compreende desde as condições de estradas, até ao primeiro contato na compra do serviço, podendo influenciar os seus usuários a partir de sua estrutura e as qualidades dos serviços oferecidos. Para relacionar a relevância dos meios de transportes para o desenvolvimento do turismo, conceitua-se o turismo como:
[...] tráfego de pessoas que, temporariamente, afastam-se, de seu local fixo
de residência para deter-se em outra localidade, com o objetivo de satisfazer
desejos de natureza diversa, unicamente como consumidores de bens
econômicos e culturais (Morgenroth, 1929 como citado em Andrade, 2001,
p.10).
A atividade turística engloba diversos setores tais como, hotelaria, esporte, lazer, repouso, exposições, entre outros. Além de um vasto elenco de ofertas, que estão ligadas direta ou indiretamente, às viagens individuais ou em grupo através do transporte de passageiros. Para Glücksmann e Benscheidt (1929 como citado em Andrade, 2001, p.6) o turismo é: “[...] a ocupação de espaço por pessoas que aluem à determinada localidade, onde não possuem residência fixa”. Dentro destes dois conceitos, pode-se observar um elemento comum entre ambos, que dizem respeito à viagem ou deslocamento do indivíduo. Dessa forma, se pode afirmar que a atividade de turismo não pode acontecer sem o transporte já que implica mobilidade.
[...]o turismo é mobilidade, na medida em que pressupõe deslocamento. Seja
na condição de turistas, ou por outros motivos que levam as pessoas a
assumirem a condição de viajantes, existem aspirações de movimento, mas
também para que os tempos de deslocamento sejam continuamente
encurtados (Coriolano & Fernandes, 2012; Grinover, 2009, como citado em
Kunz, Pimentel & Tosta, 2014 p.2).
Os transportes são considerados elementos estratégicos para o desenvolvimento das sociedades, o que torna essencial a compreensão desse tema nos dias atuais. O mesmo é conceituado por Pena (2016, p.1) como um “[...] conjunto de materiais e instrumentos técnicos utilizados no deslocamento de pessoas e cargas de um lugar para o outro.” Estabelecendo assim, um papel fundamental, na expansão de negócios com outras regiões, o que propicia a geração de renda e consequentemente o desenvolvimento local.
No contexto do desenvolvimento das sociedades, os meios de transportes são uns dos principais elementos para garantir a infraestrutura, ou seja, o suporte material para que tal crescimento se concretize. No Brasil, por exemplo, o surgimento e o desenvolvimento dos meios de transporte, possibilitou além do crescimento econômico, uma melhora na qualidade de vida da população.
Durante a década de 1950 o país limitou-se aos transportes fluviais e ferroviários, porém, a partir da segunda metade do século XX, as políticas concentraram-se para setor rodoviário. (Agência Nacional de Transportes Terrestres [ANTT] ( 2005). O transporte além de ser responsável por ajudar no crescimento do país, possui um papel fundamental para o desenvolvimento do turismo, não apenas por movimentar fisicamente a demanda para as regiões turísticas, mas também pelo transporte dos turistas dentro da região. Neste sentindo, com a finalidade de expandir o turismo em todas as regiões e proporcionar a facilidade de integração dos transportes em todas as localidades, o Ministério do Turismo adotou uma nova metodologia para categorizar os municípios brasileiros.
Atualmente a principal estratégia do Brasil quando se trata de sistema de transporte concentra-se na utilização e estruturação das rodovias, já que o país possui uma larga extensão territorial permitindo uma ampla e articulada rede rodoviária para ligar os diferentes pontos do território nacional.
Além da perspectiva histórica, os transportes e, não particularmente, o acesso, podem ser destacados do ponto de vista sistêmico, da composição do produto ou mesmo da Conta Satélite do Turismo. Enquanto sistema, os transportes são observados por Gunn (1994), como elementos integradores da oferta turística, juntamente com atrações, serviços, informação e promoção, sendo a “satisfação do cliente” o principal objetivo do sistema ou o resultdado esperado dele. A abordagem de Leiper (1984) atua numa perspectiva mais geográfica, na qual existem três grandes áreas: as geradoras, as de trânsito e as receptoras. Os transportes estão na área de trânsito e receptoras, como um elemento de ligação entre a demanda e a oferta, concentrando-se neste último.
Transportes turísticos
Os meios de transporte, em todas as suas modalidades, podem ser considerados elementos fundamentais para o desenvolvimento de qualquer sociedade. As grandes transformações ocorridas na humanidade, que culminaram com o seu progresso, em grande parte, se devem à invenção e ao aperfeiçoamento dos meios de transporte. Estes permitiram uma aproximação entre os povos, proporcionando não apenas o deslocamento das pessoas e o comércio de mercadorias, mas também o intercâmbio de novas ideias.
Constata-se que algumas regiões mais isoladas, as quais não possuem um eficiente sistema de transporte ou até mesmo, onde estes não existam, são economicamente atrasadas e limitadas ao autoconsumo. Atualmente, a globalização econômica permite que as relações comerciais entre as nações sejam ainda mais intensas, gerando uma grande demanda por fluxos não só de bens de consumo e informações, como também de pessoas, viajantes e turistas.
Transportar significa trasladar, levar de um lugar a outro, transpor. Partindo desse conceito, se faz necessário voltar às atenções para o papel dos transportes no sistema turístico. Sendo um fenômeno fundamentado no deslocamento temporário de pessoas, o turismo depende diretamente do transporte e este desempenha uma função vital em tal atividade, tornando possível a acessibilidade do turista aos atrativos turísticos.
Entende-se por sistema de transportes o meio utilizado para transportar cargas ou pessoas envolvendo veículo, via, terminal e força motriz. Isto é, o sistema de transporte compreende desde as condições de estradas, até ao primeiro contato na compra do serviço, podendo influenciar os seus usuários a partir de sua estrutura e as qualidades dos serviços oferecidos.
O crescimento da atividade do Turismo, tanto do ponto de vista do produto quanto da massificação dos destinos se processou por meio dos transportes. Este destaque é dado por Lamb e Davidson (1992, apud Palhares, 2003), no qual os autores destacam que “o desenvolvimento dos transportes foi fundamental para o crescimento da indústria turística”, pois “o transporte é um dos três componentes fundamentais do turismo”. Os outros dois são o produto turístico (a oferta) e o mercado turístico (a demanda).
O transporte também é um elemento chave da experiência turística" (Pearce 1982). O destaque dado por Pearce remete ao transporte como fator de conectividade entre a origem e o destino, além de creditar a este parte da experiência turística, uma vez que o transporte, de forma genérica, é por onde se processa o começo e o término de uma viagem.
Mill e Morrison (1985) chamam a evolução do turismo, de Sistema de Viagens, e dividem em seis eras, entretanto podemos agrupá-las em quatro, associadas aos meios utilizados e aos períodos históricos. A primeira e segunda eras, associadas à Revolução Industrial e ao desenvolvimento do transporte a vapor, notadamente as líneas férreas; a terceira era, associada ao desenvolvimento do automóvel e grandes embarcações a vapor; e a quarta marcada pelo desenvolvimento do avião, associada à massificação das viagens e a redução do tempo de deslocamento.
Os elementos característicos dos transportes e transporte turístico
Os estudos desenvolvidos sobre os meios de transporte nos permitem, hoje, ter um melhor entendimento de sua dimensão e características. Cooper (2002) define quatro meios básicos: rodoviário, ferroviário, aquático e aéreo. A relação entre a escolha do visitante por um meio depende das características associada a cada viagem, esta é afetada por alguns determinantes: tempo e distância; status e conforto; segurança e utilidade; preço comparativo e serviço oferecido; posição geográfica e isolamento; tipos de serviços oferecidos; nível de competição entre serviços; etc.
A estes determinates podemos agregar nível social, cultural, político e econômico do viajante que podem influir na sua percepção em relação aos elementos comparativos exposto. Todavia, para este trabalho, interessa-nos destacar os quatro elementos básicos do transporte: a via, o terminal, a unidade de transporte e a força motriz, mais especificamente o terminal, “o ponto que dá acesso à via para os usuários”. Os elementos destacados por Cooper (2002) e Palhares (2003) são:
* A Via: é o instrumento de viagem utilizado por um meio de transporte. Pode ser de natureza artificial, como rodovias e ferrovias; ou natural, como a água e o ar. As naturais são as que permitem maior flexibilidade, apesar das regras impostas a circulação nestes instrumentos, como controle aéreo e marítimo. Ao passo que os artificiais não permitem tanta flexibilidade, pois as vias terrestres, por exemplo, como estradas e trilhos são estáticas, não possibilitando um amplo deslocamento espacial;
* A Unidade de Transporte ou Modal: é o meio de transporte propriamente dito, o veículo que possibilita o movimento. Cada via demanda uma forma específica e diferente de unidade, por exemplo, para vias aéreas, os aviões; para vias ferroviárias, os trens. Estas podem se apresentar bastante flexíveis em suas configurações, como número de lugares e disponibilidade de serviços;
* A Força Motriz: o elemento utilizado para mover a unidade de transporte. Pode ser natural, como a força dos ventos e dos animais, como cavalos; e artificial, ou a motor, como de barcos a vapor e aviões a jato. A evolução da força motriz, principalmente, relacionada a fatores tecnológicos, possibilitou um aumento da capacidade de movimento, ou seja, mover mais pessoas, com custos relativamente baixos, por distâncias maiores;
* O Terminal: segundo Cooper, além de dá acesso a via para os usuários, também funciona com o intercâmbio de diferentes tipos de via. O terminal é o ponto mais avançado a que o sistema de transporte se estende, é o elemento de conexão entre a origem e o destino do viajante. Podemos estender o conceito de terminal para o elemento de conexão entre a oferta e a demanda, no momento em que esta chega ao destino. Por exemplo, um viajante que sai de Portugal (Lisboa) para o Brasil (Fortaleza), o primeiro momento de relação da oferta, especificamente, operadores de receptivo, com seus cliente (demanda), será no ponto de acesso, o terminal.
Entretanto, os elementos característicos dos transportes não nos dão a dimensão conceitual exata do que venha a ser transportes turísticos. Palhares (2003), todavia, afirma que transporte voltado para o turismo (transporte turístico) “pode ser tido como a atividade meio que interliga a origem de uma viagem turística a um determinado destino ( e vice-versa), que interliga vários destinos turísticos entre si (primário e secundário) ou que possiblita o deslocamento dentro de um destino primário e secundário”. Esquematicamente, o autor apresenta o modelo de Lamb e Davidson (Apud Page, 2001):
Segundo modelo apresentado, verifica-se que o transporte é fundamental para a existência da atividade turística tanto inter regional (entre regiões) quanto intra regional (dentro da região), tonando-se um dos três componentes fudamentais do turismo, somando-se ao produto turístico (oferta) e o mercado turístico (demanda).
O sistema de transporte turístico
Ao se fazer referência ao transporte, é preciso estar ciente de que este é um elemento socioeconômico e que seu conjunto não foi criado especificamente para atender às necessidades do traslado turístico. Assim, o transporte possui uma dualidade, pois é, ao mesmo tempo, utilizado por turistas e não-turistas. Sendo um serviço de utilidade pública, é extensivo a todo tipo de usuário, seja ele turista, viajante ou qualquer outra pessoa.
Por essa razão, alguns estudiosos criaram a definição “Sistema de Transporte Turístico”, a fim de sintetizarem os diferentes fatores e processos que relacionam viagens e transportes, desde a organização até o gerenciamento da operacionalização destes, com o intuito de se compreender como ocorre essa interação.
Sendo assim, um sistema de transporte turístico pode ser definido como um grandioso mecanismo que engloba toda uma rede de infraestrutura de apoio (agências, terminais rodoviários, hotéis, órgãos e entidades públicas, sistemas de códigos e sinalização, etc.) para dar suporte às viagens e aos viajantes. De acordo com Paolillo (2002: p. 12):
O sistema de transporte turístico é a estrutura composta por serviços
e equipamentos de um ou mais meios de transportes, necessários ao
deslocamento dos turistas e viajantes em geral entre núcleos
emissores e receptores e dentro dos mesmos.
Os serviços e equipamentos a que o autor se refere foram agrupados em quatro grupos, levando-se em consideração alguns aspectos de semelhança quanto à natureza das vias que os meios de transporte utilizam. Cada grupo ou “modalidade” possui um equipamento específico conhecido como “modal”. Os grupos dos modais são:
* O Aéreo – composto pelos transportes aéreos e pela infraestrutura aeroportuária, que integra os órgãos relacionados à aviação comercial, as vias de tráfego e os sistemas operacionais;
* O Ferroviário – composto pelos transportes ferroviários e pela sua infraestrutura, integrando as ferrovias, as estações e os órgãos competentes reguladores do sistema de transportes terrestres;
* O Hidroviário – apresenta três equipamentos distintos: o transporte fluvial, o lacustre e o marítimo.
* O Rodoviário – Composto pelos transportes rodoviários, pelas estradas e rodovias e seus sistemas de sinalização.
Transporte aéreo:
Este meio pode ser subdividido em serviços aéreos com horário marcado, serviços sem horários ou charter e táxi aéreos. Os primeiros fazem rotas domesticas internacionais com licenças concedidas pelos governos dos países que servem ou sobrevoam. Tem de operar de acordo com os horários publicados e acordados independentemente do fator da carga de passageiros. As companhias de aviação podem ser de propriedade do estado ou empresas privadas que dependem das políticas dos governos dos respectivos países a que pertencem.
Geralmente a companhia de avião particular será transportadora nacional. Outras transportadoras, segundo a sua importância relativa em relação ao sistema total, são conhecidas companhias de avião de segunda ou terceira força. Aquelas que fornecem serviços locais ou regionais são designadas companhias de manutenção.
Os serviços sem horários ou charter cativam devido ao preço ou tarifa mais atrativo por passageiro.
Os táxis aéreos são aviões particulares de aluguel, geralmente com capacidade para transportarem de quatro a dezoito passageiros, usados sobretudo por executivos de empresas e equipas em diversas viagens para as companhias.
O transporte aéreo é a transportadora dominante para o setor do turismo na maioria dos países. Todavia, embora seja um transporte rápido e cômodo para os destinos mais distantes, em termos de custo total não é mais barato.
Os serviços aéreos atualmente não sobrevivem apenas da sua rapidez e eficiência, pode-se observar isso através das crises atuais das companhias aéreas que hoje estão até mesmo unindo-se a outras companhias para conseguirem permanecer no mercado. As companhias necessitam rever os serviços prestados e colocar o cliente no topo dos seus serviços, oferecendo a eles serviços diferenciados para conquista-lo. A diferenciação não deve ficar apenas no preço mas voltar-se principalmente para a hospitalidade do passageiro, para que a viagem constitua na satisfação do turista.
A qualidade nos serviços pode acontecer se forem oferecidos não apenas em uma pessoa para atender o turista na sua necessidade, mas em alguém preocupado com o bem estar do turista. Devendo ser sempre sorridente, atencioso e calmo, não deve estar escondido por traz de seus uniformes como um robô programado para trabalhar no horário pré- determinado.
Transporte Ferroviário:
A tecnologia ferroviária, que se expandira largamente durante o século XlX , passou a perder cada vez mais importância em muitos paises, dentre eles o Brasil. Entretanto, a parir de meados da década de 1960, no Japão, e do inicio da década de 1980, na Europa, o surgimento de trens de alta velocidade permitiu uma maior competição da tecnologia ferroviária não só com o modo rodoviário, as até mesmo com o aéreo. Compreende-se transporte ferroviário de cargas, de passageiros urbano e médio a longo prazo. E transporte ferroviário exclusivamente para fins turísticos.
A hospitalidade neste transporte pode ser destacada no charme que constitui viajar nestes, compreendendo a paisagem o preço e a rapidez.
Quando se fala em transporte - hospitalidade, requer atenção a forma de tratamento do turista antes e durante o seu embarque, no atendimento a compra da passagem seja por telefone ou pessoalmente, na recepção dos funcionários envolvidos, seja motorista ou comissária de bordo, demonstrando a felicidade de te - lo para viajar, os serviços diferenciados, e um guia capacitado.
São todos elementos que irão compor o sistema da hospitalidade. Qual viagem seria agradável se desde o começo já não superasse os fatores determinantes de uma viagem?
Podemos compreender a interdependência de transportes e hospitalidade, destacando assim a necessidade do individuo ao se deslocar de sua residência habitual, buscando um mínimo de conforto, qualidade , proteção, e satisfação de suas necessidades e superar suas expectativas.
A precariedade dos transportes influenciou por grande tempo a hospitalidade, pois os automóveis não passavam de 60km/h nas viagens, necessitando de hospedagem durante as viagens. Diferente de épocas anteriores, hoje a evolução tecnológica favorece a hospitalidade através da rapidez e eficiência , deslocando um maior numero de pessoas a preços mais acessíveis favorecendo a demanda por viagens contribuindo para o aumento do turismo. Mas é evidente como citado anteriormente que a hospitalidade vai além destes fatores.
O transporte pode ser definido também como transporte- produto turístico segundo Palhares in Lamb e Davison (2002) a própria atividade de transportes é uma experiência de turismo, como no caso dos cruzeiros, dos trens panorâmicos, dos passeios de carro e de bicicleta, sendo em algumas circunstancias o transporte prevalecendo sobre o próprio destino turístico, e muitas vezes influindo na escolha do local a ser visitado.
Essa influencia destacado acima pode ser resultado de todo um sistema que acolhedor do viajante e supridor da necessidade do individuo ao se deslocar do seu ambiente natural. Ou também pode ocorrer numa má influencia como exemplo de um turista se deslocar para um local e o meio de transporte utilizado não acolher o turista de forma correta, a hospitalidade ficará prejudicada.
No Brasil, o histórico da hospitalidade remonta a época do povoamento e colonização. Normalmente os alojamentos, que foram se formando pela beira dos caminhos, eram erguidos como pequenas mercearias de suprimentos para os proprietários dos animais de tração ou montaria utilizados para o transporte das mais variadas mercadorias e para os tropeiros que conduziam gado pelas estradas do interior.
A hospitalidade pode ser compreendida no turismo de acordo com os três pilares básicos do turismo, segundo (OLIVEIRA,2001)
Transporte marítimo
Navios de cruzeiro de longo curso, ferries, barcos de rios e canais constituem este setor. Os cruzeiros marítimos são o segmento turístico que mais cresce no mundo todo. O objetivo do cruzeiro é em grande parte fazer com que seus hospedes desfrutem de ótima infra- estrutura que os navios oferecem, além de visitarem pontos turísticos ao longo da viagem.
Dando atenção maior para os serviços de navios cruzeiros constituindo a maior parte da atividade turística. Este é o responsável por segurar maior tempo os turistas dentro de seu anterior, ele oferece mil coisas de lazer como cassinos, discotecas, compreendendo as mesmas atividades que outros navios oferecem.
Para que os serviços de cruzeiros se diferenciem será necessário voltar atenção para os responsáveis por atendimento tanto direto como indireto,ou seja desde o garçom até a cozinheira ou camareira deixando no imaginário do turista algo que nunca mais se esquecerá. Isso é hospitalidade.
Transporte rodoviário
Em função da acessibilidade que o modo rodoviário apresenta, ele não apenas compreende boa parte da rede de transporte de uma região, mas também serve como meio de interligação entre outros modos de transporte.No âmbito do turismo, permitiu que um maior nº de viagens fossem realizadas e com cada vez mais freqüência, tornando-se alguns paises a primeira forma de transporte no seguimento turístico.Compreendem automóveis particulares, motos bicicletas, carruagem, ônibus e caminhões.
Este meio de transporte tem como elemento essencial na prestação de serviços suas condições físicas, mas como todos os outros meios destacados, não se pode deixar de mencionar a necessidade de funcionário bem capacitado para atendimento ao turista .Acreditamos que ninguém gostaria de viajar com um motorista nervoso, ou calado ao ponto de não falar bom dia para o turista.
Muitas empresas ainda não perceberam o erro que estão cometendo de investir cada vez mais em bens físicos e não investir em recursos humanos a atentar aos pequenos detalhes, sendo que muitas vezes o turista é espantado já na compra do bilhete de passagem ou na compra do pacote. O turista não vai procurar uma empresa só porque a passagem é mais barata, mas analizará todo o contexto, segurança, recepção e conforto e por ultimo o preço.
TRANSPORTADORAS TURÍSTICAS: Empresas que tenham por objeto social a prestação de serviços de transporte turístico de superfície, caracterizado pelo deslocamento de pessoas em veículos e embarcações por vias terrestres e aquáticas. Art. 28, Lei no 11.771, de 17 de setembro de 2008 (Brasil, 2008).
Caminho
Todas as formas de acesso aos locais turísticos. São as estradas, os portos, os aeroportos, as rodoviárias, as estações de trem e os meios de transportes em geral. Quanto às estradas, incluem-se tanto as modernas, pavimentadas, seguras e também sinalizadas, quantos as pitorescas. Aquelas estradinhas estreitas e sinuosas pelo litoral ou pelas montanhas constituem-se, elas próprias na grande atração local.
Ao programar a construção de estradas em locais turísticos o poder publico deve cuidar para não descaracterizar o meio ambiente: a vegetação nativa, as pedras, a manutenção de certas curvas que garantem um belo visual e transformam o trajeto em atração turística. O turista tem mais interresse em percursos pirotescos do que naqueles em que as estradas são retas, monótonas, sem paisagens para apreciar.
Segundo Beni “o transporte turístico constitui em si mesmo um sistema e revela uma estrutura que precisa ser avaliada”. Esta estrutura inclui todos os meio de transporte disponíveis para ir, vir e circular em um determinado destino turístico, passando por sua infra-estrutura de terminais e serviços oferecidos. A perspectiva maior está assentada na premissa do deslocamento, um preceito básico do turismo.
Obviamente, se para experimentar o produto, há necessidade de se deslocar ao local de consumo, “a experiência do transporte torna-se um importante aspecto da experiência turística”, destaca Beni. Neste sentido, não somente a forma de deslocamento é importante, mas também o local de chegada – o terminal, o primeiro contado do viajante com o destino se revela também fundamental na experiência.
Sendo o deslocamento como elemento básico para que o turista chegue ao local turístico escolhido, a imagem do turista quanto a viagem que irá realizar se formará desde o embarque ao meio de transporte escolhido.Havendo uma falha, todo o sistema hospitaleiro será prejudicado. Por isso a necessidade de voltarmos atenção para a qualidade nos serviços oferecidos a esses turistas, buscando na elaboração de pacotes turísticos escolher qual o meio de transporte adequado, seus componentes , o caminho melhor a percorrer, os benefícios para o turista na escolha deste, atendendo sempre para os horários, recepção, conforto, aparência externa e interna. Por Todos esses fatores são imprescindíveis para a hospitalidade do turista , evitando assim imagem negativa quanto ao produto final e seus intermediários envolvidos no serviço prestado.
Segundo Beni (2001) “o transporte turístico constitui em si mesmo um sistema e revela uma estrutura que precisa ser avaliada”. Esta estrutura precisa estar atenda as novas demandas, como dos “novos viajantes”, mais exigentes, com necessidades diferentes dos viajantes de algumas décadas atrás.
Valls (2006) destaca também dois conceitos muito associados ao sistema de transportes e, especificamente, ao acesso: a acessibilidade, que “é a facilidade que tem o turista de chegar o destino”; e a conectividade, “a facilidade que o turista tem de se mover na localidade”. Estes dois conceitos podem ser expandidos para uma das componentes do produto, a liberdade de escolha, referente à variedade de opções aceitáveis de acordo com a necessidade dos visitantes, não somente ao deslocamento em si, mas os produtos e serviços ofertados nos terminais. O setor de transporte está implícito na “experiência vivida” pelo visitante, desta forma, como destaca Poon (1993), o mesmo desempenha um papel “chave” para a criação do processo de valor. Processo referido na integração em várias escalas: diagonal, vertical e horizontal.
Quanto ao fornecimento de serviços ou cortesias oferecidas pela as empresas de transportes, pode-se perceber que não há uma preocupação em satisfazer outras necessidades dos passageiros. Embora sua principal função seja a locomoção das pessoas de um lugar a outro, oferecer serviços extras aos seus usuários é uma forma de conquistar e fidelizar novos clientes.
A definição de transportes turísticos é apresentada por Palhares (2003) que “pode ser tido como a atividade meio que interliga a origem de uma viagem turística a um determinado destino (e vice-versa), que interliga vários destinos turísticos entre si (primário e secundário) ou que possibilita o deslocamento dentro de um destino primário e secundário”. O transporte desempenha um papel fundamental a conexão entre a origem e o destino, e dentro do destino. Certamente, como destacou Pearce, pelo tempo disprendido nestes deslocamentos, os meios de transportes e seus elementos caracterísitocs desempenham um papel fundamental na experiência, na satisfação da demanda e da oferta.
A definição de transportes turísticos é apresentada por Palhares (2003) que “pode ser tido como a atividade meio que interliga a origem de uma viagem turística a um determinado destino (e vice-versa), que interliga vários destinos turísticos entre si (primário e secundário) ou que possibilita o deslocamento dentro de um destino primário e secundário”. O transporte desempenha um papel fundamental a conexão entre a origem e o destino, e dentro do destino. Certamente, como destacou Pearce, pelo tempo disprendido nestes deslocamentos, os meios de transportes e seus elementos caracterísitocs desempenham um papel fundamental na experiência, na satisfação da demanda e da oferta.
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Por Akile Aguiar
Turismólogo e Guia de Turismo
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