Cavalhadas no MTur: ministro Marcelo Álvaro Antônio recebeu representantes da festa tradicional de Pirenópolis. Foto: Roberto Castro/MTur
Temporada 2019 de “batalhas medievais” vai de maio até setembro e tem a cidade de Pirenópolis como principal destino da encenação
Misturando elementos sagrados e símbolos pagãos, as cavalhadas unem religiosidade, cultura e turismo para movimentar e incrementar a economia dos municípios goianos. Nesta quinta-feira (18), o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, recebeu uma comitiva da Festa do Divino de Pirenópolis (GO), principal destino da encenação no estado. Além do prefeito da cidade, João Batista Cabral, participaram da reunião o Imperador do Divino, Celso Afonso de Souza, e os Reis das Cavalhadas: Rosecler de Pina, o mouro; e Adailton Cardoso, o cristão. Os dois comandam os exércitos que pintam a cidade de vermelho e azul ao longo da festa.
Durante a audiência foram discutidas ações estruturantes para o turismo local. O destino é um indutor do turismo regional e ocupa a categoria “A” no Mapa do Turismo Brasileiro. São 450 meios de hospedagem e 8 mil leitos disponíveis. A construção de um centro de eventos no valor de R$ 36 milhões faz parte da estratégia para aumentar o fluxo turístico. A revitalização da Orla do Rio das Almas, no valor de R$ 6 milhões, e a passarela do córrego Lava-Pés, no valor de R$ 1,2 milhão, interligando as ruas do Lazer e do Bomfim, são obras de urbanização e mobilidade para facilitar a movimentação dos visitantes no centro histórico.
“Eventos como as cavalhadas são fundamentais para a geração de empregos e o desenvolvimento local, que é baseado nos pequenos negócios da cadeia produtiva do turismo e empreendedores familiares”, destacou o ministro Marcelo Álvaro Antônio. Além de destino histórico e cultural, Pirenópolis é um polo gastronômico e concentra grande oferta de atrativos de natureza e aventura.
Prestes a realizar a 202ª edição das cavalhadas entre os dias 9 e 11 de junho, Pirenópolis chega a receber 10 mil visitantes por espetáculo no "cavalhódromo". As batalhas, que simulam a disputa entre cristãos e mouros pela península ibérica, hoje Portugal e Espanha, encerram a Festa do Divino. É a celebração de Pentecostes, descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, comemorada 50 dias depois do domingo de Páscoa. Um cortejo real pelas ruas de Pirenópolis segue até a matriz, repetindo a celebração nas cortes ibéricas. São dois meses de eventos, realizados na cidade e no campo, desde a quaresma. O conjunto de elementos religiosos e profanos da festa foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Imaterial do Brasil.
A encenação termina com a conversão dos mulçumanos ao cristianismo e foi introduzida no Brasil pelos colonizadores para facilitar a catequese dos índios, escravos e gentios. O registro mais antigo da representação medieval, em Goiás, foi em Luziânia, em 1751. As datas são móveis e variam de acordo com o calendário de eventos de cada destino. Geralmente as cavalhadas estão associadas a uma celebração religiosa. Em Corumbá de Goiás, as batalhas coincidem com a Semana da Pátria e a festa da padroeira Nossa Senhora da Penha, celebrada no dia 8 de setembro.
Circuito - Enquanto manifestação cultural e religiosa, as cavalhadas envolvem os goianos e projetam os 11 destinos que mantêm a tradição. Até setembro, o Circuito Cavalhadas de Goiás vai contar com encenações em Posse, Santa Cruz de Goiás, Jaraguá, Palmeiras de Goiás, Crixás, São Francisco de Goiás, Cedrolina, Hidrolina, Pilar de Goiás, além de Corumbá de Goiás e Pirenópolis. No coração do Brasil, o povo revive o teatro ambientado no século VIII, na região dos Pireneus, entre a Espanha e a França, simbolizando o combate entre o exército cristão de Carlos Magno e os muçulmanos do Marrocos e Mauritânia.
Edição: Vagner Vargas
Por Geraldo Gurgel
Fonte: turismo.gov.br
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