A cidade de Congonhas, a 82 quilômetros de Belo Horizonte, guarda um verdadeiro tesouro! Afinal, é o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos que abriga aquelas que são consideradas as mais importantes obras de Aleijadinho.
São 66 estátuas que ornamentam suas capelas e representam os passos da Paixão de Cristo, esculpidas em madeira, e as imagens dos 12 Profetas em pedras-sabão. Essas obras, feitas com detalhamento e perfeição, são importantes representantes da genialidade do artista brasileiro e se sobressaem no cenário do estilo barroco no nosso país.
Aleijadinho levou três anos para concluir as encomendas, cuja inspiração tinha origem em um conjunto instalado na cidade de Braga em Portugal. Os personagens da Via Crucis são em tamanho natural e feitos em madeira de cedro. São atribuídas ao artista mineiro as cenas completas da Última Ceia e do Horto das Oliveiras. As demais têm participação dos seus auxiliares, ficando a cabo de Aleijadinho, os personagens principais de cada uma.
Na Flagelação e na Coroação de Espinhos foram as mãos do artista mineiro que talharam as duas figuras de Jesus em sofrimento. Assim como na ocorrência em que Cristo leva a cruz, enquanto a mulher chora com um lenço. Detalhe para o zelo dedicado aos membros das imagens, como pernas e joelhos tensos, até mesmo com veias salientes. As expressões de horror, tristeza e abandono na face dos esculpidos também tornam esse conjunto de obras uma vitrine imperdível do esmero de Aleijadinho.
Turismo
Considerado uma das obras-primas do barroco mundial, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos foi inscrito no Livro do Tombo de Belas Artes, pelo Iphan, em 1939, e reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela UNESCO, em dezembro de 1985. Situado em Minas Gerais, no município de Congonhas, o Santuário começou a ser construído na segunda metade do século XVIII. Desde 2015, o Museu de Congonhas funciona ao lado do Santuário e está aberto à visitação para potencializar a percepção e a interpretação das múltiplas dimensões desse patrimônio.
O conjunto edificado consiste em uma igreja, com interior em estilo rococó, adro murado e escadaria externa monumental decorada com estátuas dos 12 profetas em pedra sabão, além de seis capelas dispostas lado a lado no aclive frontal ao templo, denominadas Passos, ilustrando a Via Crucis de Jesus Cristo. Sua inspiração é fortemente relacionada a exemplares portugueses como a Igreja de Bom Jesus do Monte (Braga) e ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios (Lamego), ambos em Portugal.
As 66 esculturas de madeira policromada em tamanho natural, abrigadas nas seis capelas que reúnem os sete grupos de Passos da Paixão de Cristo, compõem um dos mais completos grupos escultóricos de imagens sacras no mundo, sendo, sem dúvida, uma das obras-primas de Francisco Antônio Lisboa, o Aleijadinho, que deixou para a Humanidade uma obra de grande expressão e originalidade.
O Santuário apresenta-se em bom estado de conservação permitindo que sua materialidade exprima a importância e os valores a ele atribuídos, representando uma realização artística única e exemplo excepcional da arquitetura brasileira do século XVIII. O conjunto edificado e escultórico conserva seus valores intrínsecos: a Igreja do Bom Jesus; o adro com as estátuas dos profetas em pedra sabão; os passos e capelas com suas sete estações ambos concluídos em 1805 e expressivo conjunto escultórico representativo da Paixão de Cristo. Apesar do processo de transformação ocorrido com o crescimento urbano da cidade de Congonhas, decorrente do intenso processo de mineração de ferro, o Santuário mantém-se intacto e se constitui, até os dias atuais, em ícone da arte sacra e religiosidade no Brasil.
Congonhas MG. Essa cidade é considerada perfeita para o turismo e lazer, porque reúne arte, história, culinária e beleza num só lugar. Os principais atrativos de Congonhas são: Basílica Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, Romaria, Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja do Rosário, museu da Imagem e Memória e o Parque da Cachoeira. Antes de ser a "Cidade dos Profetas", Congonhas foi e ainda é um grande centro de peregrinação. Todo ano, o município reúne milhares de fiéis em busca da cura das suas aflições.
Atrações
Complexo do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
O Santuário de Bom Jesus de Matosinhos é um conjunto arquitetônico e paisagístico formado por uma igreja, um adro e seis capelas anexas, localizado no município brasileiro de Congonhas, estado de Minas Gerais.
A igreja é um importante exemplar da arquitetura colonial brasileira, com uma rica decoração interna em talha dourada e pinturas. O adro é ornado com doze estátuas de profetas em pedra-sabão e as capelas contêm grupos escultóricos em madeira policromada que representam passos da Paixão de Cristo, estátuas criadas pelo Aleijadinho e seus assistentes. Outros artistas de gabarito participaram nas obras de construção e decoração, entre eles Francisco de Lima Cerqueira, João Nepomuceno Correia e Castro e Mestre Ataíde. O conjunto foi construído em várias etapas entre 1757 e 1875.
Sua implantação cenográfica e monumental, seguindo o modelo dos "sacro montes" europeus, não tem paralelos no Brasil à sua altura, e as capelas e o adro abrigam a parte mais relevante do legado escultórico do Aleijadinho. O Santuário é também o centro de uma das mais populares devoções do país, recebendo milhares de peregrinos todos os anos e recolhendo enorme coleção de ex-votos. Tornou-se um ícone do Barroco brasileiro e do estado de Minas Gerais, e uma grande atração turística.
Devido à sua superior importância histórica, social e artística, o conjunto foi tombado em 1939 como patrimônio histórico nacional pelo SPHAN, atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985. Em 26 de julho de 1957 o papa Pio XII elevou a igreja à dignidade de basílica menor.
Devido à sua superior importância histórica, social e artística, o conjunto foi tombado em 1939 como patrimônio histórico nacional pelo SPHAN, atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985. Em 26 de julho de 1957 o papa Pio XII elevou a igreja à dignidade de basílica menor.
Os profetas no adro da igreja
Em 1800 Aleijadinho iniciou a execução das imagens em pedra-sabão de doze profetas do Antigo Testamento, concluindo em 1805.
Cada um deles segura um pergaminho com uma mensagem que convida à reflexão e à penitência, ou anuncia a vinda do Messias. A entrada é flanqueada por dois profetas maiores: Jeremias e Isaías. Marcia Toscan sintetizou seus atributos, e invocando Mucci, traduziu os textos latinos que apresentam:
1 Isaías: suas profecias mostravam aos israelitas sua infidelidade e prediziam os castigos de Deus. "Choro o desastre da Judeia e a ruína de Jerusalém e rogo ao meu povo que volte ao Senhor".
2 Ezequiel: o centro de suas profecias era mostrar aos judeus que Deus cumpria suas promessas e seus castigos. "Descrevo os quatro animais, no meio das chamas, as terríveis rodas e o etéreo trono".
3 Jeremias: previu o triunfo dos caldeus, a destruição de Jerusalém e da Babilônia. "Eu choro o desastre da Judeia e a ruína de Jerusalém. Peço que eles voltem ao seu Senhor".
4 Daniel: conseguiu que a cidade de Jerusalém fosse reconstruída. "Encerrado por ordem do rei na cova dos leões, estou são e salvo, pela proteção de Deus".
5 Oseias: escolhido por Deus para anunciar os castigos aos reinos de Judá e de Israel e a felicidade no reino de Messias. "Recebe a adúltera, disse-me o Senhor; isto eu faço. Ela se torna esposa, concebe e tem muitos filhos".
6 Jonas: foi castigado por Deus e jogado ao mar por desrespeitar uma ordem. "Engolido pelo monstro, passo três dias e três noites, no ventre do peixe, depois, chego a Nínive".
7 Joel: expôs à Judeia quais os males que a assolariam. "À Judeia eu explico quanto mal hão de trazer à terra a lagarta, o gafanhoto, o besouro e o fungo".
8 Baruc: era secretário de Jeremias, de quem anotou os oráculos. "Eu anuncio a encarnação de Cristo e o fim do mundo e aviso os bons".
9 Amós: exercia seus ministérios em Betel, centro de idolatria em Israel. "No começo, simples pastor, depois, profeta. Invisto contra as vacas gordas e os líderes".
10 Abdias: o mais antigo dos profetas. Previu a ruína da idolatria e o estabelecimento do reino divino. "Acuso as nações e a vós, povos da Idumeia. Anuncio-vos triste ruína".
11 Naum: profetizou a destruição de Nínive e da Assíria. "Persigo Nínive e digo: haja castigo contra a relapsa Assíria, que deve ser destruída totalmente".
12 Habacuc: previu a destruição de Judá pelos caldeus. "Eu te acuso, Babilônia, a ti, tirano da Caldeia, mas a ti, ó Deus, que me sustenta, eu canto em salmos".
Quase todos eles têm um mesmo tipo físico, mostrando um jovem de rosto alongado, barba rala e bipartida, cabelos longos que caem em cachos, vestidos de roupas elegantes típicas do século XV, que sugerem uma inspiração tomada de gravuras antigas que naquele tempo circulavam pela colônia e davam modelos para muitos artistas brasileiros. Germain Bazin estudou comparativamente gravuras florentinas do Renascimento e encontrou muitos paralelos com os figurinos dos profetas. Apenas Naum e Isaías aparentam ter idade avançada, e somente Amós usa uma roupa de pastor.
HORÁRIO DA VISITAÇÃO
O horário para visitar o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos é de terça a domingo, das 6h às 18h, sendo que as capelas do Passo da Paixão ficam abertas até as 20h 30min.
Tempo de visita: Com guia, de 1h30 a três horas. Sem, pelo menos uma hora.
Vista dos altares do arco do cruzeiro e da capela-mor.
Atrativo Turístico
PASSOS DA PAIXÃO
Divididas entre as seis capelas, as obras contam os passos da Paixão de Cristo: Ceia, Horto, Prisão, Flagelação e Coroação de Espinhos, Subida ao Calvário e Crucificação.
As capelas dos Passos da Paixão
As capelas onde foram instaladas cenas da Paixão de Cristo só foram construídas bem depois de terminada a igreja, seguindo um projeto de Vicente Freire de Andrada. A partir de 1796 é registrada a atividade de Aleijadinho e sua oficina na elaboração das 66 estátuas que compõem o conjunto, divididas em seis capelas, que apresentam sete dos Passos da Paixão.
O trabalho de Aleijadinho e seus assistentes se prolongou por três anos e cinco meses. Em 1798 foram contratados os pintores Francisco Xavier Carneiro e Mestre Ataíde para encarnar e estofar as imagens, ou seja, pintá-las. A pintura só foi realizada à medida que as capelas foram sendo concluídas — 1808 para as peças da Santa Ceia, 1818 para as do Horto e da Prisão. As obras então foram paralisadas, sendo reencetadas em 1864, terminado-se a última em 1875. Presume-se que a policromia dos seus grupos de imagens date desta época, tendo um acabamento inferior ao dado por Ataíde e Carneiro. As pinturas parietais das capelas também são atribuídas ao Ataíde, mostrando cenários arquitetônicos ou paisagísticos.
A implantação cenográfica da igreja no topo de uma colina propiciou que se projetasse o complexo à semelhança do modelo do sacro monte, uma tipologia arquitetônica ou urbanística que busca reproduzir o caminho de Jesus em seus últimos dias, desde a Santa Ceia até sua morte na cruz. Esta tipologia se desenvolveu a partir da conquista de Constantinopla pelos mouros em 1453, que dificultaram o acesso dos cristãos à Terra Santa. Buscava-se, desta forma, evocar na Europa o que já não podia ser visto diretamente em seu local original. Nesses montes, estátuas em tamanho natural facilitavam a imitação da realidade e a identificação dos devotos com os eventos descritos.
O sacro monte conheceu grande impulso durante o período Barroco, em que se enfatizavam os aspectos da fé através de cenografias impactantes, dramáticas e luxuosas, destinadas a seduzir e arrebatar os devotos e levá-los por esses meios físicos à contemplação das glórias espirituais, tendo um propósito eminentemente didático e doutrinal.
No Santuário de Congonhas o caminho de Jesus até o Calvário desenrola-se em ziguezague, subindo por uma ladeira na qual organizavam-se procissões de penitência para expiar as culpas da sociedade opulenta do final do século XVIII neste importante centro minerador do Novo Mundo. Como disse Massara, esse ziguezague foi concebido principalmente "para tornar mais dolorosa a subida. O peregrino tinha que sentir no seu próprio corpo as dificuldades que o próprio Cristo encontrou quando percorreu os passos de sua Paixão". À medida que o devoto se desloca entre as capelas subindo o sacro monte, observa a face de Jesus estampar-se com crescente dor.
Capela 1: A Última Ceia.
Jesus senta-se com seus discípulos em torno de uma mesa redonda. Dois atendentes estão em prontidão nas laterais para servir o derradeiro repasto. A cena evoca o momento em que Jesus declara que será traído por um deles, suscitando a agitação dos seus seguidores, cada qual indagando "serei eu a trair?". João, "o bem-amado", reclina sua cabeça sobre o ombro de seu mestre.
Os outros discípulos assumem posições dinâmicas, com rica gestualidade, e parecem em pleno debate. Judas, o traidor, permanece como que à parte, pensativo, e segura uma sacola onde está o dinheiro pelo qual vendeu Jesus. A cena relembra também a perspectiva do sacrifício de Jesus, ocasião em que foi instituído o sacramento da Eucaristia, que reproduz misticamente o sacrifício do Cristo incorpóreo e eterno através de sua encarnação na matéria finita e perecível.
Jesus senta-se com seus discípulos em torno de uma mesa redonda. Dois atendentes estão em prontidão nas laterais para servir o derradeiro repasto. A cena evoca o momento em que Jesus declara que será traído por um deles, suscitando a agitação dos seus seguidores, cada qual indagando "serei eu a trair?". João, "o bem-amado", reclina sua cabeça sobre o ombro de seu mestre.
Os outros discípulos assumem posições dinâmicas, com rica gestualidade, e parecem em pleno debate. Judas, o traidor, permanece como que à parte, pensativo, e segura uma sacola onde está o dinheiro pelo qual vendeu Jesus. A cena relembra também a perspectiva do sacrifício de Jesus, ocasião em que foi instituído o sacramento da Eucaristia, que reproduz misticamente o sacrifício do Cristo incorpóreo e eterno através de sua encarnação na matéria finita e perecível.
Capela 2: Agonia no Horto das Oliveiras.
Jesus, ao centro da cena, de joelhos, prevendo os seus futuros sofrimentos, agoniza, e dialoga com um anjo que ao mesmo tempo o consola e lhe oferece o cálice das amarguras.
Nos cantos da capela os discípulos que o seguiram até o Horto das Oliveiras dormem, não percebendo o que se passa. Para Myriam de Oliveira, "a força dramática da cena é em parte fruto do contraste entre a angústia do Cristo, traduzida na expressão estática do olhar e no suor de sangue, e o sono dos Apóstolos João e Tiago Maior".
Jesus, ao centro da cena, de joelhos, prevendo os seus futuros sofrimentos, agoniza, e dialoga com um anjo que ao mesmo tempo o consola e lhe oferece o cálice das amarguras.
Nos cantos da capela os discípulos que o seguiram até o Horto das Oliveiras dormem, não percebendo o que se passa. Para Myriam de Oliveira, "a força dramática da cena é em parte fruto do contraste entre a angústia do Cristo, traduzida na expressão estática do olhar e no suor de sangue, e o sono dos Apóstolos João e Tiago Maior".
Capela 3: Prisão de Jesus.
Aqui se mostra uma cena movimentada, com oito personagens.
Jesus, ao centro, está entre os soldados que vieram capturá-lo para o levar até seu juiz. Pedro levanta uma espada para defender o mestre, tendo cortado a orelha de Malco, um dos soldados.
Jesus tem essa orelha em sua mão direita, prestes a recolocá-la milagrosamente no mutilado, enquanto recomenda aos seus que sosseguem, pois seu caminho está traçado. Judas, o que o traiu, está presente, e simula surpresa.
Aqui se mostra uma cena movimentada, com oito personagens.
Jesus, ao centro, está entre os soldados que vieram capturá-lo para o levar até seu juiz. Pedro levanta uma espada para defender o mestre, tendo cortado a orelha de Malco, um dos soldados.
Jesus tem essa orelha em sua mão direita, prestes a recolocá-la milagrosamente no mutilado, enquanto recomenda aos seus que sosseguem, pois seu caminho está traçado. Judas, o que o traiu, está presente, e simula surpresa.
Capela 4: Flagelação e Coroação de Espinhos.
A capela abriga duas cenas, separadas por uma vara. Na primeira Jesus, de pé, vestindo apenas o perizoma, em atitude de total passividade, está atado a uma coluna baixa, rodeado de soldados em posturas dinâmicas que o ridicularizam e torturam com açoites. Seu pescoço está sangrando pelo atrito da corda com que o puxaram. Na outra cena, Jesus está sentado, vestindo um manto vermelho que simboliza tanto sua dignidade régia como a intensidade de seu amor, mas que lhe fora investido pelos soldados que estão ao seu redor para ironizar sua alegada reivindicação de ser rei dos judeus. Ele está coroado de espinhos e segura uma vara que um dos soldados lhe oferece, à guisa de cetro, objetos que lhe foram impostos também para ridicularizá-lo, enquanto continua a ser torturado com bofetadas. Sua expressão é patética.
A capela abriga duas cenas, separadas por uma vara. Na primeira Jesus, de pé, vestindo apenas o perizoma, em atitude de total passividade, está atado a uma coluna baixa, rodeado de soldados em posturas dinâmicas que o ridicularizam e torturam com açoites. Seu pescoço está sangrando pelo atrito da corda com que o puxaram. Na outra cena, Jesus está sentado, vestindo um manto vermelho que simboliza tanto sua dignidade régia como a intensidade de seu amor, mas que lhe fora investido pelos soldados que estão ao seu redor para ironizar sua alegada reivindicação de ser rei dos judeus. Ele está coroado de espinhos e segura uma vara que um dos soldados lhe oferece, à guisa de cetro, objetos que lhe foram impostos também para ridicularizá-lo, enquanto continua a ser torturado com bofetadas. Sua expressão é patética.
Capela 5: Subida do Calvário (Carregamento da Cruz).
É uma cena complexa, com onze imagens. Ao centro, Jesus, com expressão de sofrimento, carrega uma grande cruz.
Por trás se movimentam soldados, dois se aprontam para apedrejá-lo, e um deles está em primeiro plano, tocando uma trombeta para abrir caminho, enquanto ao seu lado um menino carrega um dos cravos com que o aflito será pregado no madeiro. Seguem-nos duas mulheres chorosas, uma delas com uma criança nos braços, e ao fundo um soldado porta o estandarte do Império Romano, evocando o poder de Roma. Nas paredes da capela foram pintados o caminho da Paixão e o Monte do Gólgota.
É uma cena complexa, com onze imagens. Ao centro, Jesus, com expressão de sofrimento, carrega uma grande cruz.
Por trás se movimentam soldados, dois se aprontam para apedrejá-lo, e um deles está em primeiro plano, tocando uma trombeta para abrir caminho, enquanto ao seu lado um menino carrega um dos cravos com que o aflito será pregado no madeiro. Seguem-nos duas mulheres chorosas, uma delas com uma criança nos braços, e ao fundo um soldado porta o estandarte do Império Romano, evocando o poder de Roma. Nas paredes da capela foram pintados o caminho da Paixão e o Monte do Gólgota.
Capela 6: Crucificação.
Outras onze imagens reproduzem a cena em que Jesus já está sobre a cruz sendo pregado pelos soldados. Os dois ladrões que serão levados ao suplício com ele estão representados, o mau ladrão com uma face furiosa, e o bom ladrão em atitude serena e piedosa. À esquerda, dois soldados lançam dados para disputar os despojos de Jesus. Uma mulher, de joelhos, ergue o olhar para o céu, como que implorando pela piedade divina.
Outras onze imagens reproduzem a cena em que Jesus já está sobre a cruz sendo pregado pelos soldados. Os dois ladrões que serão levados ao suplício com ele estão representados, o mau ladrão com uma face furiosa, e o bom ladrão em atitude serena e piedosa. À esquerda, dois soldados lançam dados para disputar os despojos de Jesus. Uma mulher, de joelhos, ergue o olhar para o céu, como que implorando pela piedade divina.
O trajeto processional das capelas não encerra-se nelas, mas passa pelo conjunto dos profetas, carregado de outros simbolismos, e culmina na igreja, onde o devoto no altar-mor contempla Jesus na cruz levantada, encontra nas paredes pinturas referentes à Salvação e, ao voltar seu olhar para cima, vê no teto (o céu simbólico) Jesus redivivo e triunfante na eternidade, fechando o ciclo dos mistérios da Paixão através de um complexo roteiro iconográfico organizado de maneira coerente.
É um consenso que este conjunto estatuário está entre os pontos mais altos da produção de Aleijadinho, mesmo que nem todas as imagens tenham sido produzidas por ele pessoalmente e tenham, no conjunto, uma qualidade irregular. O projeto geral de todos os grupos pensa-se que foi dele, mas de fato, o grande número de peças e o curto período de tempo em que foram realizadas apontam indiscutivelmente para a colaboração de vários assistentes. Isso é atestado também pelo acabamento desigual entre elas. Acredita-se que ao Aleijadinho caibam a autoria pessoal de todas as imagens das duas primeiras capelas, as imagens de Jesus em todas as outras, talvez a de Pedro na terceira, provavelmente um dos soldados romanos na quarta, que teria servido de modelo para todos os outros, possivelmente as duas mulheres chorosas e o menino que carrega um cravo na quinta, os ladrões na sexta, e talvez também a de Maria Madalena. Quanto às demais figuras, teriam sido obra de seus ajudantes. Porém, essas atribuições não estão livres de controvérsia.
O conjunto das estátuas das capelas tem dado margem a muitas interpretações estéticas, sociais e mesmo teológicas, que buscam em seus elementos a ilustração de conceitos diversos e não raro divergentes. Julian Bell pensa que este conjunto apresenta uma intensidade patética que não tem paralelos nos seus modelos europeus; Mário de Andrade também o teve como um exemplo de profunda expressividade, e Gilberto Freyre, acompanhado de outros, interpretaram as feições muitas vezes grotescas dos soldados como um protesto contra a opressão da colônia pelo governo português e do negro pelo branco.
Salão dos Ex-votos
No Pátio da Basílica está o Salão dos Ex-votos. De várias épocas, contam através de pinturas, retratos, ceras modeladas (na forma de braços, mãos, cabeças) e cartas, que registram os milagres obtidos por intermédio do Bom Jesus de Matosinhos.
O ex-voto é uma forma popular de agradecimento por uma graça alcançada. É um testemunho de fé religiosa. A Coleção dos 89 Ex-votos de Congonhas é de grande interesse artístico e foi tombada em 29/01/81, pelo IPHAN. Algumas dessas peças são do século XVIII.
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
O acervo artístico de Congonhas é considerado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. A igreja mais antiga data do século XVII (Igreja do Rosário), construída pelos primeiros mineradores que chegaram à região. No século XVIII foram construídas as igrejas de Nossa Senhora da Conceição (matriz), a Capela de Nossa Senhora de Soledade, a igreja de Nossa Senhora D Ajuda e a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
A igreja foi construída em 1734 e possui trabalhos de Aleijadinho e seu pai, Manoel Francisco Lisboa. Tombada pelo IPHAN, sua nave é uma das maiores de Minas Gerais, contando com diversas imagens. Na igreja encontram-se várias fases do Barroco. A construção é da primeira metade do século XVIII. Apresenta o estilo jesuítico na sua fachada.
Igreja Matriz de São José Operário
A Igreja de São José é a única da cidade que possui o estilo neoclássico com suas imponentes torres arredondadas.
Localizada na Ladeira Histórica de Congonhas, a Igreja Matriz de São José Operário foi iniciada em 1817; entretanto suas obras foram terminadas somente no início do século XX.
Com talha neoclássica, possui três altares primitivos e pinturas simples no teto da nave principal. Suas torres arredondadas (estilo da Igreja São Francisco de Assis, de Ouro Preto) difere das demais igrejas de Congonhas.
Com talha neoclássica, possui três altares primitivos e pinturas simples no teto da nave principal. Suas torres arredondadas (estilo da Igreja São Francisco de Assis, de Ouro Preto) difere das demais igrejas de Congonhas.
Igreja Nossa Senhora do Rosário (mais antiga da cidade)
A mais antiga de Congonhas. Sua construção foi “realizada” pelos negros, no início da formação do povoado. Acredita-se que a obra foi realizada em 1697.
Construção datada do final do século XVII, foram realizadas a restauração dos bens integrados, a higienização do retábulo e revisão estrutural. As pinturas do templo também foram restauradas, com a remoção de repintura e nivelamento para preenchimento de algumas áreas danificadas.
As obras contemplaram, ainda, a reconstituição de pequenas partes da talha do retábulo e a reintegração do douramento, resgatando as características originais das cores.
As obras contemplaram, ainda, a reconstituição de pequenas partes da talha do retábulo e a reintegração do douramento, resgatando as características originais das cores.
Igreja de Nossa Senhora da Soledade
A capela foi construída na primeira metade do século XVIII, não havendo registros de identificação da autoria do projeto. O sistema construtivo da edificação é em alvenaria de pedra com embasamento corrido, típico das construções do terceiro quartel do século XVIII das capelas mineiras. No interior da capela, os forros não apresentam pinturas, o retábulo e os altares colaterais são em estilo rococó.
Construída na primeira metade do século XVIII, a igreja possui algumas imagens de madeira e gesso. A sineira da capela encontra-se separada da edificação, localizada na parte frontal do adro, na lateral esquerda, com estrutura simples de esteios de madeira e cobertura com telhas coloniais.
Romaria, antiga hospedagem de romeiros
O local que servia de abrigo aos pobres que iam a Congonhas para os festejos religiosos. Era uma espécie de pousada formada por um conjunto de casas organizadas em semicírculo ao redor de um imenso pátio. Foi desativada no início da década de 1960, vendida e demolida pelos compradores que pretendiam construir um hotel no terreno, mas a obra jamais foi realizada. Da construção original, que foi implodida em 1968, só restaram duas torres ligadas por um arco que compõem o pórtico de entrada.
A prefeitura reconstruiu a Romaria em 1993, mas atualmente ela serve como espaço de conservação da história, cultura mineira e para o turismo da cidade. A Alameda das Palmeiras, que leva até a Romaria, possui lindas palmeiras e flores sobre a calçada. Horário de funcionamento: de segunda à sexta, de 7h às 18h. Aos sábados e domingo, funciona de 8h às 17h. A entrada é livre.
Museu de Congonhas
Concebido como espaço de interpretação do sítio histórico do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, conjunto incluído no livro de Tombo de Belas Artes do IPHAN, em 1939, e inscrito na lista da Patrimônio Cultural Mundial da Unesco, em 1985. A arquitetura, as obras de arte – com destaque principal para as obras de Aleijadinho – e as manifestações de fé, conferem ao local um valor transcendente, de múltiplos significados, que o Museu busca realçar, conduzindo o visitante a uma experiência de fruição estética, sensorial e intelectual.
O prédio construído para sediar o Museu, situado nas proximidades do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, embora possua uma arquitetura arrojada, se harmoniza inteiramente com a paisagem entorno. Com 3.452 m², o Museu dispõe de salas de exposição, reserva técnica, biblioteca, auditório, ateliê, espaço educativo, cafeteria e anfiteatro.
A entrada custa R$10 e o museu funciona de terça à domingo de 9h às 17h, exceto à quartas, quando funciona de 13h às 21h e a entrada é gratuita. Visitas guiadas são gratuitas, mas é necessário agendar.
Museu da Imagem e Memória de Congonhas
O Museu de Imagem e Memória, cuja entrada é gratuita, está localizado em um antigo casarão na Rua Bom Jesus, a uma curta distância do Jardim dos Passos.
Instalado em um antigo casarão. O museu possui dois pavimentos e o acervo conta com fotos, documentos e objetos antigos da cidade e das personalidades que fizeram a história de Congonhas.
O casarão é equipado com elevador que atende aos visitantes com dificuldade de locomoção. Vale a pena dedicar ao menos meia hora ao passeio.
Beco dos Canudos
Localizado ao lado do Santuário e do Jardim dos Passos, o Beco dos Canudos é uma rua de pedestres onde estão localizadas diversas lojinhas de artesanatos.
Formado por casas de propriedade da Reitoria da Basílica do Senhor Bom Jesus, preserva a arquitetura característica do período colonial. Estas edificações abrigam lojas de “souvenir”.
O artesanato comercializado é bastante diversificado. São vendidos artigos feitos em gesso, pedra-sabão, madeira, cerâmica, tapeçaria, cestos, estanhos, pedras semi preciosas e outros.
O artesanato comercializado é bastante diversificado. São vendidos artigos feitos em gesso, pedra-sabão, madeira, cerâmica, tapeçaria, cestos, estanhos, pedras semi preciosas e outros.
Estação Ferroviária
A Estação da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil é uma edificação representativa da arquitetura eclética do início do século XX. A estação de Congonhas foi aberta em 1914, com o primeiro trecho da linha do Paraopeba que seguia apenas até João Ribeiro.
Embora tombada pelo município em 1996, a estação esteve abandonada até 2005, quando passou a ser restaurada, obra entregue em dezembro de 2006. "A nova proposta vai atender o turista com receptivo, sala para multimeios, lanchonete e cafeteria" Hoje possui suas características originais da época, muito utilizada durante as festividades do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Congonhas. No local existe um espaço dedicado ao lazer com playground para as crianças e ainda é possível visualizar os trens de carga que passam pelo local, além disso no interior do prédio é possível visitar uma coleção de fotos que contam a história do local.
Parque Ecológico da Cachoeira
O Parque Ecológico da Cachoeira fica a 5 quilômetros do centro de Congonhas e possui uma ótima infraestrutura de lazer, com quadras, piscinas, campo de futebol, churrasqueiras e áreas de camping.
Cercado por uma natureza exuberante e banhado pela cachoeira de Santo Antônio, o Parque Ecológico da Cachoeira, de Congonhas, oferece uma estrutura completa de esporte, lazer e entretenimento para congonhenses e turistas. Além de piscinas para adultos e crianças, o espaço conta com quadras poliesportivas, campo de futebol, área de churrasco, camping, lanchonete e estacionamento.
O Parque funciona das 8h às 18h, de terça-feira a domingo. O valor do ingresso de terça a sexta-feira é R$ 4. No sábado, R$ 5. Já em domingos e feriados, a entrada custa R$ 10. A área de camping pode ser utilizada durante 24h, ao preço de R$ 25 por pessoa. Crianças menores de 12 anos e adultos com idade superior a 60 anos têm garantida a entrada gratuita. Estudantes e funcionários da Prefeitura de Congonhas pagam meia-entrada, mas é necessário apresentar os documentos de identificação na bilheteria.
Serviços Turísticos
Largo do Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas - MG
CEP: 36415-000 / Telefone: +55 31 3731-1591
Horário: As capelas estão abertas à visitação de terça a domingo, até 20h30.
Diretoria de Turismo – Setor de Informações Turísticas:
Alameda Cidade Matozinhos de Portugal 153 – Basílica
Tel: (0xx31) 3731-2077
Horário: de segunda a sexta, das 07 às 18 h. Sábados, domingos e feriados, das 08 às 17 h.
PROGRAMA A ação do tempo e, principalmente do ser humano, são agravantes para a preservação dos monumentos históricos, por isso, a Cidade dos Profetas, como Congonhas é chamada, foi um dos municípios brasileiros contemplados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas.
Antônio Francisco Lisboa, O Aleijadinho
Suposto retrato póstumo de Aleijadinho realizado por Euclásio Ventura no século XIX. Abaixo, sua assinatura
Aleijadinho (1730-1814) foi um escultor, entalhador, carpinteiro e arquiteto do Brasil colonial.
Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, (Ouro Preto, ca. 29 de agosto de 1730 ou, mais provavelmente, 1738 — Ouro Preto, 18 de novembro de 1814) foi um importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial.
Pouco se sabe com certeza sobre sua biografia, que permanece até hoje envolta em cerrado véu de lenda e controvérsia, tornando muito árduo o trabalho de pesquisa sobre ele e ao mesmo tempo transformando-o em uma espécie de herói nacional. A principal fonte documental sobre o Aleijadinho é uma nota biográfica escrita somente cerca de quarenta anos depois de sua morte. Sua trajetória é reconstituída principalmente através das obras que deixou, embora mesmo neste âmbito sua contribuição seja controversa, já que a atribuição da autoria da maior parte das mais de quatrocentas criações que hoje existem associadas ao seu nome foi feita sem qualquer comprovação documental, baseando-se apenas em critérios de semelhança estilística com peças documentadas.
Toda sua obra, entre talha, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contém suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Com um estilo relacionado ao Barroco e ao Rococó, é considerado pela crítica brasileira quase em consenso como o maior expoente da arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiosos estrangeiros é o maior nome do Barroco americano, merecendo um lugar destacado na história da arte do ocidente.
Antônio Francisco Lisboa, O Aleijadinho
Suposto retrato póstumo de Aleijadinho realizado por Euclásio Ventura no século XIX. Abaixo, sua assinatura
Aleijadinho (1730-1814) foi um escultor, entalhador, carpinteiro e arquiteto do Brasil colonial.
Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, (Ouro Preto, ca. 29 de agosto de 1730 ou, mais provavelmente, 1738 — Ouro Preto, 18 de novembro de 1814) foi um importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial.
Pouco se sabe com certeza sobre sua biografia, que permanece até hoje envolta em cerrado véu de lenda e controvérsia, tornando muito árduo o trabalho de pesquisa sobre ele e ao mesmo tempo transformando-o em uma espécie de herói nacional. A principal fonte documental sobre o Aleijadinho é uma nota biográfica escrita somente cerca de quarenta anos depois de sua morte. Sua trajetória é reconstituída principalmente através das obras que deixou, embora mesmo neste âmbito sua contribuição seja controversa, já que a atribuição da autoria da maior parte das mais de quatrocentas criações que hoje existem associadas ao seu nome foi feita sem qualquer comprovação documental, baseando-se apenas em critérios de semelhança estilística com peças documentadas.
Toda sua obra, entre talha, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contém suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Com um estilo relacionado ao Barroco e ao Rococó, é considerado pela crítica brasileira quase em consenso como o maior expoente da arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiosos estrangeiros é o maior nome do Barroco americano, merecendo um lugar destacado na história da arte do ocidente.
Topônimo
"Congonhas", cujo nome do município foi Congonhas do Campo até 1948, origina-se do nome de um arbusto abundante na região.
Gentílico: congonhense
História
Em meados do século XVIII, camponeses portugueses oriundos da Vila de Matosinhos, ali se fixaram na vertente oriental da Serra do Sucupira, abrindo roças de subsistência com pequena plantação e gado. Devotos do Bom Jesus, por volta de 1773 ergueram no local uma pequena ermida de pau-a-pique, em louvor a Bom Jesus Crucificado. Com a frequência de fiéis, romarias e pagamentos de promessas, é elevada a Curato por volta de 1776. Com a ajuda de Pedro da Costa Lima, o antigo templo serviu ao povoado até 1862, quando foi demolido. No mesmo ano, por iniciativa do Sr. Martinho Álvares da Silva Campos, então proprietário da Fazenda do Matosinhos de Sardoal, foi construída uma capela de maior porte arquitetônico, que possuía altar-mor e dois altares laterais, com imagens belíssimas, especialmente a do Bom Jesus Crucificado. A atual igreja teve sua pedra fundamental lançada em 1953 e foi concluída em 1959, pelo pároco italiano Luiz Raymondo. A grande romaria acontece, anualmente, no último domingo de agosto, onde os fiéis dão graças e pagam promessas pelos milagres alcançados. No local existe uma "sala dos ex-votos" com testemunhos milagroso, desde o século XVIII, numa demonstração de devoção ao santo milagroso.
Histórico da cidade
Origem na busca do ouro: 1691 - Notícia dos primeiros contatos dos bandeirantes com índios carijós, na região denominada de Passagem do Gagé (Entre Congonhas e Conselheiro Lafaiete). Uma das bandeiras seguiu a bacia rumo ao Rio Doce e na região de Itaverava se tem o primeiro registro do tão procurado ouro nas Minas Gerais. Outras seguiram rumo ao norte (bacia do Rio das Velhas), usando de referência a Serra do Deus te Livre (Serra de Ouro Branco), contornando-a, encontrando bastante ouro na região do Ribeirão do Carmo, surgindo assim a primeira vila de MG, Mariana, em 1696 e dezenas de arraiais ao longo desse trajeto. Outras bandeiras seguiram a bacia do Rio Paraopeba. Após a atual região da Passagem do Gagé, descendo os rios Soledade, Macaquinhos e Maranhão se tem as primeiras notícias de achados auríferos nas Congonhas do Campo, ainda no final do Século XVII. Por essas rotas abertas na busca do ouro, surgiu o principal caminho do ouro até a primeiras décadas do Século XVIII, ligando a região de Vila Rica a Paraty, denominado Caminho Velho da Estrada Real.
1707 a 1709 - O primeiro conflito gerado pela busca insaciável ao ouro foi a Guerra dos Emboabas que travou duelos e perseguições entre Bandeirantes, forasteiros de outros estados e indígenas. Um dos marcos desse conflito são as ruínas da Cadeia, que serviu para aprisionar pessoas detidas durante o conflito. Ainda de pé no atual distrito do Alto Maranhão.
1718 - É concedida a sesmaria da criação do arraial do Redondo (Alto Maranhão), em referência aos irmãos portugueses José e João da Silva Redondo, famílias pioneiras que plantam suas raízes nesse distrito, através da devoção à Nossa Senhora Da Ajuda.
1734 - Inicia-se a construção da segunda ermida da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, criando oficialmente o arraial das Congonhas do Campo, pertencente a Vila Rica. O vão livre da nave desta igreja é considerado uma das maiores do pais. Sua portada em pedra sabão é atribuída à Aleijadinho, na sua primeira passagem por Congonhas. Seu interior com traços do Barroco e Rococó tem trabalhos atribuídos ao artista português Francisco Vieira Servas. Até então já existiam nas redondezas do arraial as capelas de Nossa Senhora Da Ajuda no arraial do Redondo, Santa Quitéria com data talhada de 1717 e a Nossa Senhora da Soledade em Lobo Leite.
1735 - Nasce Conego Luís Vieira da Silva, em Lobo Leite. Se tornou Cônego na Arquidiocese de Mariana e por causa de sua capacidade intelectual e acervo bibliográfico é considerado o principal pensador da Inconfidência Mineira. Faleceu em 1805 como prisioneiro político em um convento.
1750 - O português Manoel José Monteiro de Barros obtém a posse de três sesmarias de terras na região de Congonhas do Campo e se torna Guarda-Mor das explorações na região.
1755 - Provável chegada em Congonhas do minerador Feliciano Mendes, vindo através de notícias de fortuna pra quem morava em Portugal e migrou para o Brasil.
O marco de uma devoção
1757- Após uma doença grave, Feliciano Mendes realiza uma promessa de criar um santuário em devoção ao Bom Jesus de Matozinhos (devoção vinda do norte de Portugal). Com autorização do Rei de Portugal, foram iniciadas as obras do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, com verba obtida da doação da fortuna adquirida do ouro de Feliciano Mendes e esmolas obtidas pelo mesmo usando um oratório, onde ele e um escravo perambulavam vilas a arraiais da região em busca de conseguir pagar a promessa. Feliciano faleceu alguns anos após se iniciar as obras. Contribuíram com grandes quantias Francisco de Lima; Manuel Rodrigues Coelho, Bernardo Pires da Silva, de modo que se começou a nave central da igreja; em 1787 foi colocada diante do altar-mor a imagem do Cristo morto; custódia e vasos sacros de prata foram encomendados ao ourives Felizardo Mendes. De 1769 a 1772 trabalhou ali o mestre João de Carvalhais, recebendo 32 oitavas «à conta da pintura do altar de Santo Antônio». Data de 1781 a última menção a Carvalhais: recebeu oito oitavas « de feitio de duas imagens de Cristo dos colaterais» para a igreja.
No fim do Século XVIII foi contratado Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, para talhar 66 imagens em madeira de cedro com figuras da paixão de cristo. Em 1800, junto de seu ateliê, mesmo sofrendo com sua doença degenerativa, começou a esculpir 12 profetas da Bíblia em pedra sabão (há teorias que os 12 profetas seriam retratos dos Inconfidentes Mineiros). É considerada sua obra-prima e o Santuário é a maior obra barroca das Américas. Em 1819 requisitaram-se os serviços do pintor Manuel da Costa Ataíde para restaurar pintura da capela-mor e a pintura das cenas da Paixão de Cristo nas 6 capelas dos passos. Nos anos 1970 recebeu uma grande intervenção paisagística comandada por Burle Marx. Em 1985 todo o complexo do Santuário foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO. Em 2004, numa campanha da Globo Minas, o Santuário foi eleito a Imagem de Minas.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 20º29'59" sul e a uma longitude 43º51'28" oeste, estando entre serras, a uma altitude média de 1 023 metros.
A cidade, distante setenta quilômetros de Belo Horizonte, é formada por três distritos: O distrito de Congonhas (distrito-sede), Alto Maranhão e Lobo Leite O solo é rico em minério de ferro de alto teor (hematita), sendo que no passado também já foi expressiva a mineração em busca de ouro, metal encontrado até nos dias atuais, apesar de não ser em escala industrial. A exploração do ouro ocorreu pela região do rio Paraopeba e seus afluentes Varginha, Ouro Branco, Soledade, Gagé e Maranhão.
Clima
O clima predominante é o tropical de altitude (Cwb, de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger), característico das regiões montanhosas, com chuvas durante os meses de outubro a abril e geadas ocasionais em junho e julho.
A temperatura média anual é de 25° C, podendo chegar a marcações de até 40° C na primavera. As mínimas registradas podem chegar a valores próximos de 10° C ou até menos, nos meses de maio, junho e julho.
A precipitação média anual fica entre 1 200 e 1 800 mm, sendo os meses de março e outubro os mais chuvosos. Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocorrer no meio da primavera e do verão, no período de maio a setembro.
Fauna e Flora
Imagem: lobo-guará (nome científico: Chrysocyon brachyurus)
Mata Atlântica - Bromélias - Samambaias - Cipós - Líquens - Orquídeas Nos Campos de Altitude. Vegetação composta basicamente por gramíneas, herbáceas e arbustos. Minas Gerais abriga cerca de 70% das espécies de mamíferos que ocorrem em todo o Domínio da Mata Atlântica. Ainda que existam poucas indicações sobre o tamanho das populações e a dinâmica dos animais que ali vivem, não há dúvida de que a riqueza de espécies e endemismos sejam as características mais importantes dessa fauna. Há algumas ocorrências que podem ser apontadas como típicas nesse bioma.
É o caso da jibóia (Boa constrictor), da cascavel (Crotalus durissus), de várias espécies de jararaca, do lagarto teiú (Tupinambis merianae), da ema (Rhea americana), da seriema (Caraiama cristata), do joão-de-barro (Furnarius rufus), do anu-preto (Crotophaga ani), da curicaca, do urubu-caçador, tucanos, papagaios e gaviões, do tatu-peba, do tatu-galinha, do tatu-canastra (Priodontes maximus), do tatu-de-rabo-mole, do tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e do tamanduá-mirim, do veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus), do cateto, da anta, do cachorro-do-mato, do cachoro-vinagre (Speothos venaticus), do lobo-guará (Crysocyon brachyurus), da jaguatirica, do gato-mourisco, e muito raramente da onça-parda (Puma concolor) e da onça-pintada (Panthera onca).
Localização
Congonhas situa-se na Macrorregião de Planejamento I de Minas Gerais, denominada Central, segundo a nova regionalização adotada no Estado a partir de 1995. Tal área é formada por 13 microrregiões, localizando o Município na Microrregião de Conselheiro Lafaiete, constituída por 12 municípios.
Municípios limítrofes
Ao norte: Belo Vale e Ouro Preto
Ao Sul: Conselheiro Lafaiete e São Brás do Suaçuí
À Leste: Ouro Preto e Ouro Branco
À Oeste: Jeceaba e Belo Vale
Como chegar
Situada a setenta quilômetros de Belo Horizonte, Congonhas situa-se na Macrorregião de Planejamento I de Minas Gerais, denominada Central, segundo a nova regionalização adotada no Estado a partir de 1995. Tal área é formada por 13 microrregiões, localizando o Município na Microrregião de Conselheiro Lafaiete, constituída por 12 municípios.
De Belo Horizonte a Congonhas basta seguir pela BR040, sentido Rio de Janeiro. O turista de São Paulo deve seguir pela BR381, sentido BH, até o trevo para Lavras.
Para o Rio de Janeiro o trajeto é todo pela BR040, passando por Petrópolis, Juiz de Fora, Barbacena e Conselheiro Lafaiete.
Avião
Há avião para Belo Horizonte. De lá você terá que tomar uma conexão rodoviária até Congonhas do Campo.
Fonte:
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/46
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-mundial/origem-portuguesa/santuario-do-bom-jesus-de-matosinhos/
https://www.congonhas.mg.gov.br/index.php/patrimonio-historico/
http://www.santuariomatosinhos.org.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Santu%C3%A1rio_do_Bom_Jesus_de_Matosinhos
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