O Pico da Neblina, localizado no norte do Estado do Amazonas, na serra do Imeri, é o ponto mais alto do Brasil com 2995,30 metros de altitude (medição revista pelo IBGE em 2015).
O nome do pico origina-se do fato de que o topo da montanha fica encoberto pela neblina a maior parte do tempo. Por sua vez, o pico dá nome ao Parque Nacional do Pico da Neblina, onde está situado. Localiza-se no município de Santa Isabel do Rio Negro, mas a zona urbana mais próxima é a de São Gabriel da Cachoeira. Embora o maciço do Pico da Neblina esteja situado na fronteira com a Venezuela e a maior parte da área do maciço esteja nesse país, o cume principal está inteiramente dentro do território brasileiro, a meros 687 metros da fronteira venezuelana no Pico 31 de Março, conforme determinado por uma comissão demarcadora de fronteiras em 1962.
Atrações
Além de ser o ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina é o ponto mais alto do Escudo das Guianas e também o ponto mais alto da América do Sul a leste dos Andes (embora a Sierra Nevada de Santa Marta, na Colômbia, a noroeste da cordilheira e totalmente separada desta, tenha o ponto mais alto do continente fora dos Andes). Portanto, o Pico da Neblina é o ponto mais alto de grande parte do continente e tem uma grande proeminência topográfica. O vizinho Pico 31 de Março, por onde passa a fronteira com a Venezuela e que é dividido com esta, é ainda o ponto mais alto daquele país fora dos Andes, a 2974,18 metros.
Um lugar encravado no meio da selva amazônica. É o segundo maior parque brasileiro e o terceiro de toda a América Latina, o Parque Nacional do Pico da Neblina apresenta extraordinária e diversificada beleza paisagística.
A imensidão verde da floresta impressiona quem está ali pela primeira vez. A subida dos rios Cauaburis e Tucano é maravilhoso, no seio da maior floresta do mundo. Até o desconforto das várias horas de “voadeira” é compensado com os vôos das diversas aves (garças brancas, mutuns, maçaricos, maguaris, jacutingas e tucanos), e também com as belíssimas imagens das serras do Padre e do Maiá. Nas margens dos rios encontram-se algumas aldeias Tucano. Os índios Maku também vivem nessa região, embora estejam mais para o interior da mata fechada. Sem falar também dos Yanomami, que são um dos povos mais antigos do planeta.
A Montanha Sagrada dos Yanomami
Ao longo da trilha que leva ao alto do monte, há diversos lugares considerados sagrados e espirituais pelos indígenas, alguns decorados para funerais. "Por isso, os, yanomami, não aceitam o desenvolvimento de atividades no Parque Nacional do Pico da Neblina sem haver consulta à comunidade indígena"
Os Ianomâmi/Yanomami são uma das maiores tribos relativamente isoladas da América do Sul. Vivem em florestas tropicais e em montanhas no norte do Brasil e no sul da Venezuela. Na Venezuela, o povo ianomâmi vive em uma região de 8,2 milhões de hectares no Alto Orinoco. Juntas, as duas regiões onde os ianomâmis se localizam no Brasil e na Venezuela, formam o maior território indígena florestal em todo o mundo. A própria Venezuela conta com cerca de 15 mil indígena ianomâmi no Estado do Amazonas e outra parte no Estado de Bolívar. Distribuídos ao longo de 200 comunidades, eles manteêm práticas tradicionais de caça, pesca, coleta, ritos fúnebres, mitos e cosmologia.
Os anciões poderão atuar como recepcionistas dos turistas, de modo que seus conhecimentos tradicionais enriqueçam ainda mais a experiência dos visitantes. “O ecoturismo é uma forma importante de geração de renda em atividades sustentáveis e foi uma demanda que partiu dos próprios indígenas”,
Os anciões poderão atuar como recepcionistas dos turistas, de modo que seus conhecimentos tradicionais enriqueçam ainda mais a experiência dos visitantes. “O ecoturismo é uma forma importante de geração de renda em atividades sustentáveis e foi uma demanda que partiu dos próprios indígenas”,
Nível Trekking Pico da Neblina - Dificuldade Média
O Pico da Neblina não só é a mais alta montanha brasileira, com 2995,30 metros de altitude, como também um incrível desafio de resistência a aqueles que resolvem conquistá-la. Para se chegar até a Neblina é preciso percorrer um longo caminho a partir de Manaus. O início da viagem começa no pequeno porto de São Raimundo, as margens do Rio Negro. É de lá que as sexta-feira saem as embarcações com destino a São Gabriel da Cachoeira. Embora demorada, a viagem que percorre cerca de 1.200 Km pelo Rio Negro Chegando em São Gabriel da Cachoeira, é preciso organizar toda a logística da expedição ao Pico da Neblina. É preciso autorização do Ibama, pois a montanha localiza-se dentro de um parque nacional, e também é indispensável a contratação de um guia experiente que já tenha feito este percurso diversas vezes e conheça bem os segredos da floresta.
A chuva é uma companheira constante na viagem, fica fácil entender o motivo de tanta água nesta região. É preciso ter grande cuidado com a roupa e a rede que será usada para dormir, pois se estiverem molhadas, será uma desagradável noite sem sono e um péssimo dia seguinte. Os acampamentos são montados em pequenas estruturas de madeira que foram montadas pelos guias em expedições anteriores, onde há apenas um local para pendurar uma rede e acender uma fogueira.
Para se chegar até a base são preciso 2 ou 3 dias de caminhadas bastante duras, em meio a lama pelos joelhos, mosquitos, o calor e a umidade constantes na floresta. Muitas vezes é preciso usar o facão para abrir espaço em meio a trilha que é quase devorada pela floresta. No final do terceiro ou quarto dia, chega-se a base da montanha de onde é possível vê-la em meio a intensa neblina que a rodeia. O acampamento é montado em um antigo garimpo de ouro que existia no local, é possível observar a destruição que esta atividade causou e que lentamente começa a ser preenchido novamente com a vegetação local.
Imagem: Myka Sam fez montoy, montou a linha de slackline mais alta do Brasil, no Pico da Neblina
É preciso começar cedo a subida da montanha. O tempo pode mudar e impossibilitar qualquer tentativa de subida. Embora não haja grandes dificuldades técnicas a subida ao topo do Brasil é bastante dura em função da lama no início do percurso e da umidade que tornam os paredões de pedra extremamente escorregadios. São preciso cerca de 5 horas até avistar a bandeira do Brasil, colocada no cume da montanha pelo Exército, que marca o ponto mais alto do país. É sem dúvida uma grande emoção chegar a este ponto, não somente por estar no alto desta incrível montanha, mas também por vencer todos os desafios impostos pela floresta.
Leandro Montoya primeiro voando de parapente sobre a floresta amazonica partindo do Pico da Neblina
Acesso
Por localizar-se num parque nacional, em região de fronteira e em terras da reserva ianomâmi, o acesso ao Pico da Neblina é restrito e depende de autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É obrigatório contratar um guia credenciado. Todas as expedições começam na cidade de São Gabriel da Cachoeira. A partir da cidade, é necessário subir o rio Cauaburi em voadeiras (velozes canoas de alumínio com motor de popa), até a boca do igarapé Tucano, início da caminhada, próximo à aldeia ianomâmi e missão católica de Maturacá. Depois de quatro dias de caminhada, andando uma média de 4 a 5 horas por dia, chega-se ao ponto mais alto do relevo brasileiro.
Aspectos naturais
O Pico da Neblina é o ponto mais alto do Brasil com 2.995,30 metros de altitude (última revisão do IBGE, em 2016) e faz parte de um belo conjunto de montanhas.
A UC conflui com o Parque Nacional Serranía de La Neblina, no lado venezuelano da fronteira, de aproximadamente 1.360.000 hectares, formando um dos maiores complexos bióticos protegidos do planeta, e contribuindo para satisfazer o objetivo do parque de proteger uma amostra significativa dos ecossistemas amazônicos.
O Parque faz parte de um conjunto de áreas protegidas juntamente com quatro Terras Indígenas (TIs) e uma estação ecológica estadual (Morro dos Seis Lagos), situadas na região conhecida como “Cabeça do Cachorro” no Rio Negro.
Além disso, dois parques nacionais da Venezuela são contíguos: o Parque Nacional Serranía de La Neblina e o Parque Nacional Parima-Tapirapecó. Neste conjunto de áreas protegidas o parque tem parte de sua área sopreposta à Terra Indígena Médio Rio Negro II, Terra Indígena Balaio, Terra Indígena Yanomami e Terra Indígena Cué-Cué/Marabitanas.
Existem 46 comunidades situadas nessas terras indígenas que abrigam uma grande sociodiversidade. As etnias presentes nessas comunidades são: Yanomami, Tukano, Tuyuka, Dessano, Baniwa, Koripaco, Carapanã, Baré, Tariano, Piratapuya, Yepamasã, Kobéwa e Werekena.
Relevo e clima
Imagem: Plato a aproximadamanente 2.000m de altitude, ao fundo o Pico da Neblina (Yaripo)
O clima da região apresenta temperaturas anuais médias acima de 25° C e umidade relativa superior a 80%. O mês mais frio possui temperaturas acima de 20° C e não existe inverno climático, tendo como precipitação anual 3.496 mm.
O clima da região apresenta temperaturas anuais médias acima de 25° C e umidade relativa superior a 80%. O mês mais frio possui temperaturas acima de 20° C e não existe inverno climático, tendo como precipitação anual 3.496 mm.
O relevo da região amazônica comporta-se com domínio de terras baixas equatoriais ou ainda domínio dos tabuleiros e sendo o mesmo bem ondulado com picos e montanhas. Sua maior altitude é o Pico da Neblina com 3.014 metros. Lá no alto do pico, as temperaturas podem chegar a zero grau, à noite.
A UC situa-se no platô interfluvial entre as bacias dos rios Amazonas e Orinoco. Embora predominem as formações cristalinas do Planalto das Guianas, há também rochas sedimentares do grupo Roraima.
As riquezas minerais despertam uma gama de interesses, e a região já foi invadida por garimpeiros e empresas de mineração em busca de concessões de lavra, inclusive com capital estrangeiro. Há relatos de danos ambientais causados por estas atividades, com destaque para a contaminação por mercúrio em certas áreas.
Fauna e flora
Imagem: gavião-pega-macaco
A cobertura vegetal da área compreende a Floresta Tropical Úmida Densa e Aberta. Esta fisionomia apresenta cobertura uniforme, com árvores de grande porte (de 25 a 30 metros) e ainda apresenta espécies como palmeiras, cipós, buriti, gomeira-amarela, tamaquete e outras.
A cobertura vegetal da área compreende a Floresta Tropical Úmida Densa e Aberta. Esta fisionomia apresenta cobertura uniforme, com árvores de grande porte (de 25 a 30 metros) e ainda apresenta espécies como palmeiras, cipós, buriti, gomeira-amarela, tamaquete e outras.
Em relação à fauna: entre os mamíferos, existem algumas espécies ameaçadas de extinção, como o macari-preto, o cachorro-do-mato-vinagre e a onça-pintada. Entre a avifauna estão ameaçados o gavião-pega-macaco, o gavião-de-penacho, bem como o galo-da-serra.
O Parque abriga uma das faunas mais ricas do país como o primata uacari-preto, o galo-da-campina, a anta, os zoguezogues, o tucano-açu, o mutumporanga e jacamim-de-costas-cinzentas.
Objetivos específicos da unidade
Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e de turismo ecológico.
Como objetivos específicos estão a pesquisa científica, a conservação de parcela significativa do ecossistema e do monumento natural – o Pico da Neblina.
Histórico
O Parque Nacional do Pico da Neblina é uma das principais reservas florestais do mundo e abriga população indígena de origem Yanomami. As propostas de criação da unidade datam de 1908. Em 1978, estudos realizados pela diretoria do Departamento de Parques Nacionais sobre a unidade, constataram a importância de se criar um Parque.
Até 1954, o Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó (MG), era considerado o ponto mais alto do Brasil. Naquele ano foram descobertos o Pico da Neblina e o 31 de Março, os dois mais altos. Muitos anos depois foi criado o segundo maior parque nacional do país para proteger uma região onde a natureza ainda era selvagem.
O segundo maior parque brasileiro, com 2,2 milhões de hectares, foi criado em 1979, durante o governo do general Figueiredo, juntamente com os outros parques amazônicos.
A UC está localizada no norte do estado do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. O Parna integra junto aos parques nacionais da Serra do Divisor, do Cabo Orange, Montanhas do Tumucumaque e do Monte Roraima, o conjunto de Parques Nacionais fronteiriços da Amazônia brasileira.
Até meados da década de 1960, a atual área que abrange o Parque Nacional do Pico da Neblina era considerada como "terra de ninguém". O Brasil e a Venezuela ainda não haviam terminado com os litígios fronteiriços.
A primeira expedição ao Pico da Neblina ocorreu em outubro de 1964 e não chegou a atingir o seu cume. Foi liderada pelo senhor Roldão e teve como participante o jornalista Carlos Marchesini que definiu: “Aquele era um mundo perdido, ainda intocado pelo homem”.
A segunda expedição ao pico ocorreu em março de 1965 liderada pelo general Ernesto Bandeira Coelho.
Até o início da década de 1990, apenas cientistas e militares tinham permissão para explorar a região. Uma das expedições mais interessantes foi a coordenada pelo entomólogo (estudioso de insetos) Victor Py-Daniel, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA ).
Localização
Localizado nos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira (AM), a 900 km de Manaus.
Como chegar
Com acesso por via fluvial ou aérea, o Parque não dispõe de infraestrutura para visitação, sendo a cidade mais próxima São Gabriel da Cachoeira.
Ingressos
O Parque Nacional do Pico da Neblina encontra-se fechado para visitação e uso público por recomendação do Ministério Público Federal desde 2003. O ICMBio tem trabalhado em parceria com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Associação Yanomami do Rio Cauaburi e Afluentes (AYRCA) e com o Ministério Público Federal para a reabertura e ordenamento da atividade turística no Parque, sobretudo para a visitação ao Pico da Neblina. O que motivou a recomendação de fechar o Parque foi a prática do turismo desordenado, que causou impactos socioambientais relevantes para a população residente e ao meio ambiente.
2019 - Aberto à visitação mediante a aprovação da Fundação Nacional do Índio (Funai)
Dicas
Nível de dificuldade: a trilha exige um esforço físico grande, além de um bom preparo psicológico. É necessária experiência anterior em viagens deste gênero, o condicionamento físico deve ser muito bom e a disposição altíssima.
O que levar: confira o check list de equipamentos. É imprescindível que tudo seja organizado com antecedência.
Redes para dormir: sugerimos a utilização de redes ao invés de barracas. São mais leves, práticas e rápidas de ser montadas.
Malária: a transmissão da doença ocorre na região. Como não existe vacina para sua prevenção, procure passar repelente constantemente e usar camisa de mangas compridas ao amanhecer e anoitecer. Nesses períodos, os banhos de igarapé devem ser evitados também.
Contato:
Endereço: R. Dom Pedro Massa, 51, São Gabriel da Cachoeira - AM, 69750-000
Telefone: (97) 3471-3458
Exército Brasileiro e USP, juntos em uma Expedição Científica Multidiciplinar no Parque Nacional do Pico da Neblina. A expedição foi realizada de 31 de Outubro a 25 de Novembro, com a finalidade de estudar a fauna e flora local, tanto na parte baixa como nos pontos altos do maciço do Pico da Neblina. O Exército Brasileiro apoiou os pesquisadores com toda a logística.
Exército Brasileiro e USP, juntos em uma Expedição Científica Multidiciplinar no Parque Nacional do Pico da Neblina. A expedição foi realizada de 31 de Outubro a 25 de Novembro, com a finalidade de estudar a fauna e flora local, tanto na parte baixa como nos pontos altos do maciço do Pico da Neblina. O Exército Brasileiro apoiou os pesquisadores com toda a logística.
Fonte:
https://www.wikiparques.org/wiki/Parque_Nacional_do_Pico_da_Neblina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pico_da_Neblina
http://altamontanha.com/decolagem-de-parapente-e-o-recorde-nacional-de-slackline-de-altitude-na-montanha-mais-alta-do-brasil/
http://altamontanha.com/decolagem-de-parapente-e-o-recorde-nacional-de-slackline-de-altitude-na-montanha-mais-alta-do-brasil/
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