O Parque Nacional da Serra do Pardo, - Pará (PA). Criado através do decreto de 17 de fevereiro de 2005, conta com uma área de 445.392 hectares. A área possui elementos naturais importantes como montanhas, diferentes tipos de vegetação, presença de rios, entre outros. Esta categoria de unidade de conservação permite abrir a área para visitação pública, apresentando potencial para desenvolvimento de atividades ligadas ao turismo. Tais atividades podem beneficiar diretamente a comunidade local através da geração de empregos e, indiretamente, por meio do desenvolvimento do comércio e da infra-estrutura local.
Localização
O Parque fica localizado na região da Terra do Meio fica no centro do Pará, entre Altamira e São Félix do Xingu.
BIOMA: Amazônia
Histórico
O Parque foi criado sob o governo Lula da Silva durante a gestão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Em 2011, especialistas a Rede WWF Brasil realizaram uma expedição nos municípios de Altamira e São Felix do Xingu para se encontrar com os principais atores que interagem na UC: as comunidades de São Sebastião, Tracuá e Primavera e as aldeias indígenas de Xingu, Apyterewa e Kwaraya-pya.
A história da região é marcada por diversas fases de ocupação da Amazônia ao longo do século 20 tendo sido área de seringal na década de 50, passando a ser ocupada por grileiros que retiravam madeira e posteriormente investiram na criação de gado.
Apesar de se saber da integridade da área do Parque Nacional da Serra do Pardo, havia pouco conhecimento sobre sua biodiversidade. A área nunca tinha sido pesquisada até a realização desta expedição e informações sobre suas características biológicas ainda eram especulação.
O objetivo da expedição científica no parque nacional foi obter informações sobre o meio biológico da área para subsidiar a elaboração de um documento, o Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra do Pardo, fundamental para a realização de uma boa gestão da unidade de conservação.
Atrações
Na região há cachoeiras, igarapés e pequenas praias banhadas pelo Rio Xingu. O trabalho dos pesquisadores serviu para a elaboração do plano de manejo do parque, isto é, em que áreas e condições a região poderá vir a receber os turistas.
Aspectos naturais
O Parque abriga uma riqueza natural de extrema importância, com grande diversidade biológica e espécies endêmicas. A área é uma das mais ricas em biodiversidade na Amazônia e tem o tamanho equivalente a 450 mil campos de futebol.
Mesmo com a ocupação de comunidades e algumas fazendas no passado, aproximadamente 95% da área do Parque mantém sua vegetação natural e é considerada de extrema importância para a conservação.
Na expedição realizada em 2011, foram encontradas cinco novas espécies de peixes e 35 espécies de aves que os biólogos não esperavam encontrar na região, como o pássaro conhecido como cancão, típico da caatinga.
O grupo de botânicos se deparou ainda com orquídeas e plantas carnívoras que são mais comuns no cerrado. O potencial de estudo científico no parque deixou os pesquisadores motivados. As descobertas podem ajudar os pesquisadores a entenderem como plantas e animais de outras florestas do país conseguiram se adaptar à Amazônia.
Relevo e clima
O parque situa-se em uma área de transição geológica, entre o planalto central e a floresta amazônica.
Fauna e flora
Existem cerca de 900 espécies no parque. Pesquisas apontam uma estimativa a existência de 26 mamíferos, 265 aves, 57 répteis e anfíbios, e cerca de 500 plantas e 71 peixes.
Entre os mamíferos, vivem no Parque o cachorro do mato, a paca, anta, a capivara, onça pintada, ariranha, cutia, esquilo, macaco prego, veado, jaguatirica e tatu-canastra.
De aves, destacam-se a estrelinha-preta, fruxu-do-cerradão, periquito-rei, pretinho e gavião-de-penacho.
Das centenas de espécies de flora estão o açaí-da-serra, a copaíba, taperebá, canela-de-ema e mandacaru.
Foram listadas 4 espécies que encontram-se em listas vermelhas de espécies ameaçadas de extinção: maçaranduba, itauba, cedro e a castanheira.
Problemas e ameaças
Por estar em uma área de interflúvio dos rios Xingu e Tapajós, a UC possui uma biodiversidade particular com espécies endêmicas, que sofrem ameaças de desmatamento como o gado, mineração e obras de infraestrutura planejadas para a região.
As fazendas que ficavam dentro dos limites do parque foram desapropriadas e o gado retirado em algumas operações conjuntas entre o ICMBio, o Ibama e a Polícia Federal chamadas de “boi pirata”.
No entanto, apesar de Parque Nacional ser uma categoria de unidade de conservação de proteção integral, que não permite a permanência de pessoas morando em seu interior, algumas comunidades tradicionais de ex-seringueiros ainda moram no local. Como são povos tradicionais, eles têm permissão para ficar dentro do parque até que se encontre uma área para a qual eles possam se mudar sem que a manutenção dos seus meios de vida seja prejudicada.
O Parque é marcado pelo desmatamento e pela grilagem. A UC contém um número significativo de espécies que constam da lista brasileira e ou das listas estaduais de espécies ameaçadas de extinção.
Fontes
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