Chapada Diamantina é uma região de serras, protegida pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, situada no centro do estado brasileiro da Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio de Contas. Estas correntes de águas brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em belos regatos, despencam em borbulhantes cachoeiras e formam transparentes piscinas naturais. O parque nacional é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Na região estão situados as maiores altitudes da Região Nordeste do Brasil: o Pico do Barbado, com 2033 metros, Pico do Itobira e o Pico das Almas. A formação geográfica faz parte do conjunto de serras e planaltos do Leste e do Sudeste do relevo brasileiro e constitui-se como prolongamento da Serra do Espinhaço, portanto, é um escudo cristalino formado no Pré-Cambriano.
A vegetação é exuberante, composta de espécies da caatinga semiárida e da flora serrana, com destaque para as bromélias, orquídeas e sempre-vivas. Sua população total estimada em 2014 era de 395.620 habitantes. Sendo Seabra, Morro do Chapéu e Iraquara as três cidades mais populosas, segundo dados do IBGE.
A Chapada Diamantina é composta por 24 municípios: Abaíra (juntamente com seu distrito Catolés e seu povoado de Ouro Verde), Andaraí, Barra da Estiva, Ibitiara, Iramaia, Itaetê, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Novo Horizonte, Palmeiras, Rio de Contas e seus distritos Arapiranga e Marcolino Moura, Seabra, Souto Soares, Tapiramutá, Utinga, Wagner, Boninal, Bonito, Ibicoara e seus distrito Cascavel, Iraquara e seu distrito Iraporanga, Jussiape e seu distrito Caraguataí, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção e Piatã e seus distritos Cabrália e Inúbia.
Geologia
A Chapada Diamantina é uma chapada limitada por penhascos de 41.751 quilômetros quadrados localizada na Bahia central. As rochas da Chapada Diamantina fazem parte da unidade geológica conhecida como Supergrupo Espinhaço, que tomou este nome por ocorrer na serra do Espinhaço, no estado de Minas Gerais. Apresenta-se em geral como um altiplano extenso, com altitude média entre 800 e 1.200m acima do nível do mar.
As montanhas mais altas do Nordeste brasileiro estão na Chapada Diamantina: o Pico do Barbado com 2.033 metros, o Pico do Itobira com 1.970 metros e o Pico das Almas com 1.958 metros. As serras que compõem a Chapada Diamantina são as divisoras de águas entre a bacia do rio São Francisco (rios S. Onofre, Paramirim) e os rios que deságuam diretamente no oceano Atlântico, como o Rio de Contas e o rio Paraguaçu.
O parque situa-se na Serra do Sincorá, no leste do planalto, uma área de estruturas fortemente erodidas. A cordilheira é alongada na direção norte-sul e tem uma largura média de 25 quilômetros. Ouro e diamantes foram encontrados na cordilheira.
As correntes de ar úmido que se movem a oeste do mar para cima faz com que os níveis de precipitação fiquem mais elevados, especialmente no leste. Existem muitos sistemas de cavernas formadas pelos rios da região. A Gruta da Lapa Doce, com 24 quilômetros, é a quinta maior caverna do Brasil. Algumas grutas apresentam pinturas rupestres ainda pouco estudadas.
Formação
A Chapada Diamantina nem sempre foi uma imponente cadeia de serras. Há cerca de 1 bilhão e 700 milhões de anos, iniciou-se a formação da bacia sedimentar do Espinhaço, a partir de uma série de extensas depressões que foram preenchidas com materiais expelidos de vulcões, areias sopradas pelo vento e cascalhos caídos de suas bordas. Sobre essas depressões depositaram-se sedimentos em uma região em forma de bacia, sob a influencia de rios, ventos e mares. Posteriormente, aconteceu um fenômeno chamado soerguimento, que elevou as camadas de sedimentos acima do nível do mar, pressionada pela força epirogenética, tendo aos pouco um sofrível erguimento ao longo de milhões de anos.
As inúmeras camadas de arenitos, conglomerados, e calcários, hoje expostas na Chapada Diamantina, representam os depósitos sedimentares primitivos; a paisagem atual é o produto das atividades daqueles agentes ao longo do tempo geológico. Nas ruas e calçadas das cidades da Chapada, lajes de superfícies onduladas revelam a ação dos ventos e das águas que passavam sobre areais antigos.
Panorama da Chapada Diamantina, no Parque Nacional da Chapada Diamantina, Bahia
Biodiversidade
Fauna
Há poucos grandes mamíferos, mas muitas espécies de pequenos mamíferos, répteis, anfíbios, aves e insetos. A proteção de aves na reserva incluem gavião-pombo-pequeno (Buteogallus lacernulatus), águia-cinzenta (Buteogallus coronatus), borboletinha-baiana (Phylloscartes beckeri), tiriba-grande (Pyrrhura cruentata) e joão-baiano (Synallaxis whitneyi). Outras espécies protegidas incluem o guigó (Callicebus barbarabrownae), onça-parda (Puma concolor), onça-pintada (Panthera onca), gato-do-mato (Leopardus tigrinus), tatu-canastra (Priodontes maximus) e tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).
Flora
A vegetação plantas típicas da caatinga, como xerófitas em altitudes de cerca de 500 a 900 metros, vegetação de Mata Atlântica ao longo dos cursos de água, além de prados e campos rupestres mais acima. A flora endémica incluem Adamantinia miltonioides, Cattleya elongata, Cattleya tenuis, Cattleya x tenuata, Cleites libonni e Cleistes metallina. O beija-flor Augastes lumachellus é endêmico.
Parque nacional
O parque nacional foi criado em 16 de setembro de 1985 através de um decreto federal, com uma área de 152 mil hectares na região da Chapada Diamantina, distribuído pelos municípios de Andaraí, Ibicoara, Iramaia, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e localiza-se entre as coordenadas geográficas 41º35’-41º15’ de Longitude Oeste e 12º25’-13º20’ de latitude Sul.
O turismo ecológico consciente dá à Chapada as melhores características de um polo de lazer que preserva a natureza. O acesso é feito por diversas entradas sem registros precisos sobre visitações. Ainda assim o ICMBio afirma que a Cachoeira da Fumaça e a Trilha dos Aleixos, onde há controle de acesso, superem os 25 mil e 15 mil visitantes anuais, respectivamente. Destacam-se também a visitação pela Trilha do Pati e em direção à Cachoeira do Sossego.
O parque é classificado como categoria de área protegida II (parque nacional) da IUCN e tem o objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a pesquisa científica, educação ambiental, lazer ao ar livre e ecoturismo. Os principais problemas da administração do parque são os incêndios florestais, a regularização fundiária e o controle de visitantes, uma vez que põem em risco a diversidade biológica, atração turística e o abastecimento de água de Salvador por meio do Rio Paraguaçu.
Aspectos naturais
A Chapada Diamantina é um reduto de belezas naturais com mais de 50 tipos de orquídeas, bromélias e trepadeiras, além de espécies animais raras, como o tamanduá-bandeira, tatu-canastra, porco-espinho, gatos selvagens, capivaras e inúmeros tipos de pássaros e cobras.
O Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado na década de 80, atua como um protetor desta exuberância. O Parna abriga um cenário montanhoso com grande variedade de ecossistemas como Cerrado, Mata Atlântica, Campos rupestres e Caatinga. Os morros mais conhecidos têm altitudes médias de 1.450 metros e se espalham pelos municípios de Palmeiras, Lençóis e Mucugê como: o monte Tabor, Calumbi, o Pai Inácio e o Morro Branco do Paty.
O parque possui inúmeras nascentes que brotam por entre os paredões rochosos e mais de 35 rios, como o Paraguaçu, o Rio de Contas e o rio Preto.
A Chapada Diamantina ainda resguarda um relevante banco genético para a pesquisa científica e conservação da biodiversidade. A cada ano, pelo menos quatro ou cinco novas espécies de plantas endêmicas e três espécies de animais são descobertas na região.
Roteiro
Atrações
- Cachoeira da Fumaça: é um dos principais atrativos da Chapada Diamantina com 360 metros de altura e uma das maiores quedas d’água do país. A Fumaça fica localizada no Vale do Capão e o seu acesso é feito a pé em uma trilha por cima de 6 km, dos quais 2 km de subida. Se feita por baixo, a trilha é de 20 km.- Cachoeira do Buracão: com 85 metros de altura, o Buracão é considerado uma das cachoeiras mais belas da região. A cachoeira se situa em um cânion emoldurado por pedras folhadas e na trilha realizada à margem do rio. O Buracão fica localizado no município de Ibicoara e o acesso pode ser feito a pé em 3 km de trilha.
- Morro do Pai Inácio: com 1.120 metros de altitude, este é o ícone da região com uma vista panorâmica. O morro fica localizado no município de Palmeiras, às margens da BR-242 e seu acesso pode ser feito a pé em uma trilha curta e íngreme com um tempo médio de 25 minutos de caminhada.
- Gruta da Torrinha: esta é uma das cavernas do Brasil com maior diversidade de espeleotemas – formações rochosas típicas de interior de caverna, como estalactites e estalagmites. A gruta localiza-se no município de Iraquara e seu acesso pode ser feito a pé em uma trilha de 1.600 metros na caverna.
- Gruta da Lapa Doce: uma caverna ampla que possui grande quantidade de formações como estalactites e estalagmites. Localizada no município de Iraquara, a sua travessia tem 850 metros.
- Pratinha: é um rio com águas cristalinas que atravessa uma gruta. Localiza-se no município de Iraquara e o acesso pode ser feito de carro. - Poço Azul: é uma gruta com águas cristalinas em que o azul vivo da água resulta da iluminação dos raios solares. No poço é permitido nadar. A gruta localiza-se no município de Nova Redenção e o acesso pode ser feito de carro e mais uma escadaria até o atrativo.
- Poço Encantado: o poço com águas cristalinas possui 60 metros de profundidade e não é permitido nadar. A melhor época para visitar o poço compreende os meses de abril a setembro, devido ao reflexo da luz solar. O poço localiza-se no município de Itaetê e o acesso pode ser feito de carro e mais uma escadaria até o atrativo.
- Marimbus: este é considerado o pantanal do semi-árido baiano com águas calmas e flores aquáticas. O passeio é feito de canoa ou caiaque e recomendado para família. Existem duas opções diferentes de passeios: uma saindo de Andaraí e a outra de Lençóis.
Por Andaraí, o trajeto inicia a partir do km 45,5 da BA-142 (referência: Banca Torta, quiosque de caldo de cana, que também dá informações sobre o passeio. Tel: 75 3335-2210).
Já por Lençóis, o acesso é realizado de carro até a comunidade quilombola do Remanso. Nessa opção, após o percurso pelo rio, é realizada uma caminhada até o Rio Roncador.
- Ribeirão do Meio: situado no leito do Rio Ribeirão, a 3,5 km de Lençóis. É de fácil acesso para quem está na cidade. O Ribeirão é um grande poço com um tobogã natural, ideal para nadar. Esse passeio também pode ser combinado com a Cachoeira do Sossego. Fica localizado no município de Lençóis e o acesso pode ser feito a pé com 3,5 km de trilha.
- Rio Mucugezinho e Poço do Diabo: o Rio Mucugezinho forma diversos poços e tem como um dos destaques a cachoeira do Poço do Diabo, de 20 metros de queda, e o seu poço profundo, ideal para nadar e praticar tirolesa ou rapel. Fica localizado no município de Lençóis e o acesso pode ser feito a pé. Nas margens da BR-242 há uma trilha de 5 minutos até o Rio Mucugezinho, e mais uma trilha de 20 minutos até o Poço do Diabo.
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COBRANÇA DE INGRESSOS
Não há cobrança de ingresso para entrar no parque.
ORIENTAÇÕES
DICAS DE SEGURANÇAS
Não corra risco desnecessários - resgates em áreas naturais são complexos, caros e demorados. As trilhas do Parque Nacional possuem condições rústicas e não possuem sinalização, então saber cuidar de si é essencial.
Planeje seu passeio - Antes de escolher um passeio, informe-se sobre as características do local, como distância, presença de água potável e o grau de esforço físico exigido.
Nunca saia sozinho - Não há sinal de celular dentro do Parque. Informe no local onde está hospedado qual passeio irá realizar e deixe o contato de algum familiar para ser informado em caso de acidente. Além disso, se você estiver acompanhado, terá alguém para te prestar socorro caso se machuque, sinta-se mal ou seja picado por um animal peçonhento.
Não salte nos poços - As águas da Chapada Diamantina são escuras e não é possível visualizar pedras, galhos e troncos. Mesmo que alguém “conheça”, as chuvas alteram o leito dos rios.
Sempre use tênis - Proteja seus pés e suas férias. Para trilhas longas e irregulares, use botas ou tênis de cano alto para evitar torções.
Contrate um bom condutor de visitantes - Eles são essenciais em trilhas pouco marcadas, longas e com terreno muito acidentado. Em trilhas com maior grau de dificuldade, a presença de um bom guia faz toda a diferença, pois, caso necessário, ele irá prestar os primeiros socorros e acionar um resgate. Mas antes de fazer a contratação, peça recomendação sobre o seu trabalho.
CUIDADOS COM O AMBIENTE NATURAL
Não faça fogueiras - fogueiras são prejudiciais à natureza e proibidas em todo Parque Nacional. Utilize um fogareiro para cozinhar.
Leve seu lixo de volta - o lixo não volta sozinho! Carregue seu lixo com você até encontrar uma lixeira fora do Parque Nacional.
Para ir ao banheiro - evacue a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água e trilhas. Enterre o papel higiênico junto com as fezes.
Acampamentos - utilize os acampamentos da Igrejinha, Escolinha, Prefeitura e proximidades das casas dos moradores. Evite acampar na beira de rios, cavernas ou criar novos acampamentos.
Animais domésticos - não é permitida a entrada de animais domésticos dentro do PNCD, pois eles podem ser portadores de doenças que não estão presentes no ambiente natural e, assim, contaminar os animais silvestres, ou o inverso, também podem contrair novos vírus e bactérias.
Acesse o Guia de Conduta Consciente em Ambientes Naturais: ---> Link
CONTATOS
Rua Barão do Rio Branco, 80, Palmeiras/BA - CEP: 46930-000
(75) 3332-2310
(75) 3332-2418
parnadiamantina@icmbio.gov.br
parnadiamantina@gmail.com
Fonte:
https://www.wikiparques.org/wiki/Parque_Nacional_da_Chapada_Diamantina
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