quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Conheça o Tocantins




Tocantins é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo o seu mais novo estado. Está localizado a sudeste da Região Norte e tem como limites Goiás a sul, Mato Grosso a oeste e sudoeste, Pará a oeste e noroeste, Maranhão a norte, nordeste e leste, Piauí a leste e Bahia a leste e sudeste.

Conheça o Tocantins ( Mais Conteúdo )

Ocupa uma área de 277 720,520 km², pouco maior que o Equador, Burkina Faso e Nova Zelândia. Sua capital é a cidade planejada de Palmas. Na bandeira nacional e no selo nacional do Brasil, o Tocantins é representado pela estrela Adhara (ε Canis Majoris).

As maiores cidades do estado são respectivamente: Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins. Juntas, estas cinco cidades abrigavam, em 2009, cerca de 42,22 por cento da população total do estado.[8] O relevo apresenta chapadas ao centro, ao sul e ao leste, a Serra Geral a sudeste, a Serra das Traíras (ou das Palmas) ao sul, e a planície do Araguaia, com a Ilha do Bananal, nas regiões norte, oeste e sudoeste. São importantes o Rio Tocantins (incluindo o Rio Maranhão), o Rio Araguaia, o Rio Javaés, o Rio do Sono, o Rio das Balsas, o Rio Manuel Alves e o rio Paranã. O clima é tropical. Veja lista de rios do Tocantins.

A economia se baseia no comércio, na agricultura (arroz, milho, feijão, soja, melancia), na pecuária e em criações. No setor terciário suas principais atividades estão concentradas na capital Palmas e também nas cidades que estão localizadas à beira da Rodovia Belém-Brasília (BR's 153 e 226).

Etimologia
"Tocantins" é uma referência ao rio Tocantins. É um termo oriundo do tupi antigo: significa "bicos de tucanos", através da junção dos termos tukana ("tucanos") e tim ("bicos"). O nome do rio, por sua vez, é uma referência à tribo indígena que habitava a região na época da chegada dos primeiros colonizadores portugueses.

História: Estado de Goiás
O estado de Goiás tinha uma região geográfica extensa e uma grande diferença no modo de vida dos habitantes das regiões ao norte e ao sul do estado. Sendo a capital Goiânia localizada mais a sul, e com a construção de Brasília, o sul de Goiás rapidamente se desenvolveu, se tornando uma região próspera e rica, com grande ênfase na indústria e no agronegócio, um estado promissor a novos investimentos, com grandes usinas hidrelétricas em construção e em projeto, como em Itumbiara, Cachoeira Dourada e Serra da Mesa. Assim, a região sul de Goiás se desenvolvia a todo vapor.

Devido à distância e terras com pouca cultura pela falta de tecnologia para cultivos agrícolas, o norte goiano sempre foi atrasado em relação ao resto do Estado. Assim, a população e autoridades dessa região, preocupadas com o desenvolvimento, decidiram não mais brigar para que o governo de Goiás olhasse para o norte, optaram por se libertar e constituíram um novo Estado brasileiro. Nasceu a ideia do que, futuramente, se tornou o Estado do Tocantins.

Primeiros movimentos emancipacionistas
Em 1821, o Desembargador Dr. Joaquim Teotônio Segurado chegou a proclamar um governo autônomo, mas o movimento foi reprimido e a luta pela emancipação do norte goiano ficou estagnada, até que em 13 de maio de 1956, o Dr. Feliciano Machado Braga, Juiz de Direito de Porto Nacional — juntamente com o Prof. Fabrício César Freire, o Bioquímico Dr. Oswaldo Ayres da Silva, o Jornalista João Matos Quinaud, o Advogado Dr. Francisco Mascarenhas, o Escrivão Pethion Pereira Lima e o Odontólogo Dr. Severo Gomes, com a adesão das entidades: ATI – Associação Tocantinense de Imprensa, CENOG – Casa do Estudante do Norte Goiano e UAO – União Artística e Operária —, lançou o "Movimento Pró-Criação do Estado do Tocantins", como uma expressão do desejo emancipacionista do norte de Goiás. Formaram-se comissões para estudar as formas de implantação do novo estado, sendo criados, então uma bandeira e um hino.

Durante quatro anos, foram realizadas paradas cívicas no dia 13 de maio alusivas à data de lançamento do movimento. Em sinal de sua dedicação à causa, o juiz Feliciano Machado Braga passou a despachar documentos oficiais como: "Porto Nacional, Estado do Tocantins". O juiz Feliciano Machado Braga foi transferido de Porto Nacional e assim, o movimento perdeu sua força e seu líder maior de então. A ocorrência de intensos conflitos agrários na região do Bico do Papagaio, na divisa entre o norte de Tocantins, o Pará e o Maranhão, a partir de 1960, alimentou a causa dos que defendiam a emancipação da região, ao longo das décadas seguintes.

O veto de José Sarney
Em 1982, circulou um rumor segundo o qual o governo federal estaria disposto a criar o "Território Federal do Tocantins" de modo a contrabalançar a influência do Partido do Movimento Democrático Brasileiro na Região Norte do país, visto que a legenda oposicionista conquistou os governos do Amazonas, Pará e Acre, restando ao Partido Democrático Social o controle, por nomeação presidencial, do estado de Rondônia e dos territórios federais do Amapá e Roraima. Tal alarido logo foi desmentido. Entretanto, o movimento autonomista já havia se articulado e, em 1985, o Senador Benedito Ferreira(PFL-Goiás), também conhecido por Benedito Boa Sorte em 1985 protocolou no Senado Federal um projeto de lei para criar o Estado do Tocantins, este sob o número Nº 201. Depois de ter seu projeto vetado pelo presidente Sarney, o deputado federal José Wilson Siqueira Campos (Partido Democrático Social-Goiás) apresentou, ao Congresso Nacional, um projeto de lei criando o estado do Tocantins. Aprovado pelos parlamentares em março, foi encaminhado ao presidente José Sarney que o vetou em 3 de abril de 1985. Sarney afirmou na época, que tal matéria deveria ser submetida à Constituinte, que elaboraria a nova Constituição nacional.

Constituição de 1988
Uma nova tentativa de emancipação foi durante a Assembleia Nacional Constituinte, que estabeleceu, no Artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, as condições para a criação do novo estado no bojo de uma reforma que extinguiu os territórios federais existentes e concedeu plena autonomia política ao Distrito Federal.

Em 5 de outubro de 1988, o norte de Goiás finalmente foi emancipado, passando a se chamar Tocantins, inserido na Região Norte. Em 1º de janeiro de 1989, o novo estado foi oficialmente instalado. O girassol tornou-se a planta-símbolo do estado. Sua flor amarela, aberta em várias pétalas, simboliza o sol que nasce para todos. As cores oficiais do estado são o amarelo, o azul e o branco.





Geografia

O relevo do estado do Tocantins é sóbrio. Pertence ao Planalto Central Brasileiro. Caracteriza-se, sobretudo, pelo solo sob cerrados, predominando, na sua maioria, superfícies tabulares e aplainadas, resultantes dos processos de pediplanação. As principais regiões geográficas do estado são a Chapada da Bahia do Meio-Norte, com altitudes variadas de 300 a 600 metros e representadas pela Serra da Cangalha e Mangabeira no Município de Itacajá; Chapada da Bacia de São Francisco, um divisor das águas das Bacias São Francisco/Tocantins, com altitude média de 900 metros e representada pela Serra Geral de Goiás; Planalto do Tocantins, com altitude médias de 700 metros; e a Peneplanície do Araguaia, constituída por um peneplano de colinas suaves com altitudes de 300 a 400 metros, ao longo dos vales dos rios Araguaia e das Mortes. O estado, num todo, é caracterizado por variadas gamas de rochas ígneas e metamórficas do complexo cristalino e unidades sedimentares de diversas idades.

O ponto culminante do estado fica localizado na nascente do Rio Claro, no extremo sul do município de Paranã, numa serra conhecida como Serra das Traíras (ou das Palmas). O local possui uma altitude aproximada de 1.340 metros, segundo o IBGE e a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, estando a apenas 2,5 km da divisa com o estado de Goiás.[11][12] Pode-se chegar até a região através da TO-130, da GO-241 e da GO-464 que é a rodovia asfaltada mais próxima (via Minaçu - Goiás). As localidades mais próximas do local são o povoado do Mocambo (ou Baliza) e o povoado do Campo Alegre, em Paranã, além do povoado São José e da UHE Cana Brava, em Goiás.


Vista da região ecoturística do Jalapão, situada no centro-leste do Tocantins.
Já o ponto mais baixo do estado, está localizado na extremidade oeste da Ilha dos Bois em Esperantina, na tríplice divisa com os estados do Pará e do Maranhão. Este ponto possui noventa metros de altitude, estando situado bem próximo à cidade paraense de São João do Araguaia. A Ilha dos Bois se encontra localizada logo após a confluência entre os rios Tocantins e Araguaia, sendo que toda a bacia hidrográfica do estado (Bacia do Tocantins-Araguaia) segue em direção à ilha.

Serras e Formações Geológicas
Vista da cidade de Lizarda.
Morro Solteiro - em Wanderlândia
Serra dos Cavalos - em Babaçulândia
Serra da Capela - em Piraquê
Serra da Raposa - em Piraquê
Serra do Lajeado - em Palmas
Serra do Estrondo - em Paraíso do Tocantins
Serra das Traíras (ou das Palmas) - em Paranã
Serra do Espírito Santo - em Mateiros
Morro da Igreja - em São Félix do Tocantins
Morro da Agrocan - em Araguaína
Morro da Pedra Furada - no Jalapão
Dunas do Jalapão
Chapadas de areia

Vegetação
A vegetação do Tocantins é bastante variada; apresenta desde o campo cerrado, cerradão, campos limpos ou rupestres a floresta equatorial de transição, sob forma de "mata de galeria", extremamente variada.

A vegetação é o espelho do clima. Em área, o cerrado ocupa o primeiro lugar no estado do Tocantins. As árvores do cerrado estão adaptadas à escassez de água durante uma estação do ano. Caracterizam-se por uma vegetação campestre, com árvores e arbustos esparsos, útil à criação extensiva do gado, por ser uma vegetação de campos naturais, em espécie vegetal dos diferentes tipos de cerrado.

Cerrado – Árvores de pequeno porte, poucas folhagens, raízes longas adequadas à procura de água no sub-solo, folhas pequenas duras e grossas, ciando grande parte na Estação seca. As espécies nativas mais comuns são: pau-terra, pau-santo, barbatimão, pequi, araticum e murici.
Campo sujo – Uma divisão do cerrado, que apresenta árvores bastante espaçadas uma das outras e, às vezes, em formação compacta. Ex: lixeira, gramínea etc.
Campo limpo – Caracteriza-se por se constituir uma formação tipicamente herbácea, com feição de estepes, quando isoladas; se em tubas deixam parcelas de terrenos descobertas, sob a forma de praiarias; quando é contínua, reveste densamente o terreno. Está ligada à topografia e hidrografia, notando-se uma associação nos divisores de água, nas encostas das elevações onde o lençol freático aflora, e, também, nas várzeas dos rios. Ex: Ilha do Bananal – onde se dá criação extensiva do gado no estado.
Floresta equatorial – Aparece de modo contínuo no norte do estado, próximo ao paralelo 5º, e acompanha o curso dos rios, sob forma de "mata de galeria". Essa formação em área de temperatura alta e pluviosidade elevada, propicia o aparecimento de uma forma densa bastante estratificada, composta de espécies variadas.
Floresta tropical – Características de regiões cuja temperatura é permanentemente alta com chuvas superiores a um total de 1 500 mm anual. Apresenta muitas espécies vegetais de grande valor econômico como as madeiras-de- lei, destacando-se o mogno e o pau-brasil etc. As bordas litorâneas do vale do Tocantins, no norte do estado, notadamente Tocantinópolis e Babaçulândia, oferecem uma grande riqueza vegetal – o babaçu. O estado ocupa o terceiro lugar, no Brasil, em relação à sua produção.
Resultantes da interação entre altitudes, latitudes, relevo, solo, hidrografia e o clima, o estado pode ser dividido em três regiões que são: Região Norte: de influência Amazônica, caracterizada pelas florestas pluviais; Região do Médio Araguaia: constituída, principalmente, pelo complexo do Bananal – onde se encontram os cerrados associados às matas de Galeria e à Floresta Estacional Semidecidual; Região Centro-Sul e Leste: onde predomina o cerrado com algumas variações de Floresta Estacional Decidual nas fronteiras de Bahia- Goiás.

De maneira geral podemos afirmar que a cobertura vegetal predominante no Tocantins é o cerrado, perfazendo um percentual superior a sessenta por cento. O restante é composto por florestas esparsas que podem ser identificadas, sobretudo, nas Bacias hídricas Tocantins-Araguaia – Paranã e seus afluentes.

Os recursos naturais de origem vegetal que merecem maior destaque no Tocantins são: o coco babaçu, o pequi e o buriti. O babaçu é rico em celulose e óleo, que, ao lado do pequi é aproveitado nos pratos típicos da região. O coco tem grande valor industrial, pois serve para a fabricação de gorduras, sabões e sabonetes. A casca do coco serve como combustível e a palha do babaçu presta-se para o fabrico de redes, cordas, cobertura de casas etc. Outra riqueza vegetal largamente explorada é a produção da madeira-de-lei.

Clima
O clima predominante no estado é o tropical seco, que é caracterizado por uma estação chuvosa (de outubro a abril) e outra seca (de maio a setembro). É condicionado fundamentalmente pela sua ampla extensão latitudinal e pelo relevo de altitude gradual e crescente de norte a sul, que variam desde as grande planícies fluviais até as plataformas e cabeceiras elevadas entre duzentos e seiscentos metros, especialmente pelo relevo mais acidentado, acima de seiscentos metros de altitude, ao sul. Há uma certa homogeneidade climática no Tocantins. Porém, por sua grande extensão de contorno vertical definem-se duas áreas climáticas distintas.

Ao Norte do paralelo 6ºS, onde o relevo é suavemente ondulado, coberto pela Floresta Fluvial Amazônica, o clima é úmido, segundo Kopper, sem inverno seco. Com temperaturas médias anuais variando entre 24 °C e 28 °C, as máximas ocorrem em agosto/setembro com 38 °C e a média mínima mensal em julho, com 22 °C, sendo que a temperatura média anual é de 26 °C. Em geral as precipitações pluviométricas são variáveis entre 1 500 e 2 100 mm, com chuvas de novembro a março.

Ao Sul do paralelo 6º S, onde o clima predominante é subúmido ou (estacionalmente) seco, os meses chuvosos e os secos se equilibram e as temperaturas médias anuais diminuem lentamente, à medida que se eleva a altitude. As máximas coincidem com o rigor das secas em setembro/outubro com ar seco e enfumaçado das queimadas de pastos e cerrados. Assim, a temperatura compensada no extremo sul, varia de 22 °C e 23 °C, no centro varia de 26 °C a 27 °C e no norte, de 22 °C a 23 °C. As chuvas ocorrem de outubro a abril.


Hidrografia

A hidrografia do estado do Tocantins é delimitada a oeste pelo Rio Araguaia e ao centro pelo Rio Tocantins. Ambos correm de sul para norte e se unem no município de Esperantina, banhando boa parte do território tocantinense. O Projeto de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Araguaia-Tocantins (PRODIAT) dividiu a hidrografia do estado em duas sub-bacias: Sub-bacia do Rio Araguaia: formada pelo Rio Araguaia e seus afluentes, tendo um terço de seu volume no estado; Sub-bacia do Rio Tocantins: formada pelo Rio Tocantins e seus afluentes, ocupando dois terços de seu volume aproximadamente no Estado.

O Rio Araguaia nasce nas vertentes da Serra do Caiapó e corre de sul para norte, formando a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal e lança suas águas no Tocantins, depois de percorrer 1 135 km engrossado por seus afluentes. O rio Tocantins nasce em Goiás, com o nome de Rio Padre Souza, no limite entre os municípios de Ouro Verde de Goiás (GO), Anápolis (GO) e Petrolina de Goiás (GO). O Rio Tocantins só passa a receber o seu nome após a confluência entre o Rio das Almas e o Rio Maranhão, localizada entre os municípios tocantinenses de Paranã e São Salvador do Tocantins. Sendo um rio de planalto, lança suas águas barrentas em plena baía de Guajará, no Pará.

O regime hídrico da Bacia Araguaia-Tocantins é bem definido, apresentando um período de estiagem, que culmina em setembro-outubro e um período de cheias, de fevereiro a abril. Há anos em que as enchentes ocorrem mais cedo, em dezembro, dependendo da antecipação das chuvas nas cabeceiras. (MINTER/1988).


Unidades de Conservação
O estado do Tocantins possui várias Unidades de Conservação de âmbito Federal e Estadual.

As unidades de conservação federais são: Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba; Parque Nacional do Araguaia; Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins; Área de Proteção Ambiental dos Meandros do Rio Araguaia; Área de Proteção Ambiental Serra da Tabatinga e Reserva Extrativista do Extremo Norte do Tocantins.

As unidades de conservação estaduais são: Parque Estadual do Cantão; Parque Estadual do Jalapão; Parque Estadual do Lajeado; Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins; Área de Proteção Ambiental das Nascentes de Araguaína; Área de Proteção Ambiental do Rio Taquari; Área de Proteção Ambiental Foz do Rio Santa Teresa; Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão; Área de Proteção Ambiental Jalapão; Área de Proteção Ambiental Lago de Peixe-Angical; Área de Proteção Ambiental Lago de Palmas; Área de Proteção Ambiental Lago de Santa Isabel; Área de Proteção Ambiental Lago de São Salvador do Tocantins, Paranã e Palmeirópolis; Área de Proteção Ambiental Sapucaia e Área de Proteção Ambiental Serra do Lajeado.

Em 5 de abril de 2005, através da Lei Estadual nº 1.560, o Governo do Estado do Tocantins instituiu o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), estabelecendo os critérios e normas para a criação e gestão das unidades estaduais.

Grupos étnicos
No Tocantins, assim como no restante do país, foram os índios os seus primeiros habitantes, sendo de assinalar que, após o descobrimento, houve um genocídio da raça indígena, uma vez que eram em número superior a 150 mil os que povoaram especialmente a zona litorânea. Mesmo assim, até hoje ainda existe no Tocantins um pequeno grupo de índios isolados da tribo Avá-Canoeiro, que vivem sem nenhum tipo de contato com a civilização na região da Mata do Mamão, localizada no interior da Ilha do Bananal.

Até hoje estes índios continuam rejeitando qualquer tentativa de contato, sendo que já foram encontrados diversos vestígios que indicam a presença deles na Mata do Mamão. Entre os principais grupos étnicos indígenas do estado, estão:apinayé; krahô; xerente; xambioá; karajá; javaé; avá-Canoeiro (incluindo os Isolados da Mata do Mamão); Krahô-Kanela; Tapirapé; Pankararu.

Quilombos do Tocantins
Lagoa da Pedra
Mimoso Kalungas
Malhadinha
Córrego Fundo
São José
São Joaquim
Laginha
Redenção
Barra da Aroeira
Cocalinho
Morro de São João
Baviera
Povoado do Prata
Mumbuca
Grotão
Mata Grande
Ilha de São Vicente, Araguatins


Governo e política

Palácio do Araguaia, sede do governo do estado
O Tocantins é um estado da federação, sendo governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Tocantins, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins e outros tribunais e juízes. Também se permite, nas decisões do governo, a participação popular, que dar-se-á sob a forma de referendos e plebiscitos.

O município de Palmas é quem detém o maior número de eleitores, com 172 344 mil destes. Em seguida aparecem Araguaína, com 102,8 mil eleitores, Gurupi (55,2 mil eleitores), Porto Nacional (37,1 mil eleitores) e Paraíso do Tocantins, Colinas do Tocantins e Araguatins, com 31,5 mil, 21,6 mil e 21,1 mil eleitores, respectivamente. O município com menor número de eleitores é São Félix do Tocantins, com 1,3 mil.

Tratando-se sobre partidos políticos, 34 dos 35 partidos políticos brasileiros possuem representação no estado.[16] Conforme informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base em dados de outubro de 2016, o partido político com maior número de filiados no Tocantins é o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com 32 824 membros, seguido do Partido Progressista (PP), com 19 083 membros e do Democratas (DEM), com 18 304 filiados. Completando a lista dos cinco maiores partidos políticos no estado, por número de membros, estão o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 17 197 membros; e o Partido da República (PR), com 12 926 membros. Ainda de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o Partido Novo (NOVO) e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) são os partidos políticos com menor representatividade na unidade federativa, com 4 e 9 filiados, respectivamente.[16] Não há membros do Partido da Causa Operária (PCO) no Tocantins, na data de divulgação supracitada.[16]


Economia
O Tocantins, estado mais novo da nação, é conhecido como uma terra nova, de novas possibilidades e oportunidades, atrativa para migrantes e propícia ao aporte de novos investimentos com uma série de incentivos fiscais: a economia tocantinense está assentada em um agressivo modelo expansionista de agroexportações e é marcada por seguidos records de hiper-superávits primários: cerca de 89% de sua pauta de exportação é soja em grão, cerca de 10% é carne bovina e 1% outros, revelando sua forte inclinação agropecuária.

Em 2005, Tocantins exportou 158,7 milhões de dólares e importou 14,3 milhões. Sua indústria é principalmente a agroindústria, centralizada em seis distritos instalados em cinco cidades-polo: Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins. Sua indústria é ainda pequena e voltada principalmente para consumo próprio. Observa-se uma economia, que com sucesso consegue reter capitais com sua pequena indústria (reduzindo a necessidade de importações), uma população com renda per capita em posição mediana, uma potência agrícola em expansão com um PIB cada vez maior e com deficiências principalmente no setor secundário (indústrias).

O potencial exportador do estado vem aumentando consideravelmente, tendo o Tocantins, em 2012, exportado aproximadamente 644 milhões de dólares, divididos principalmente em soja (69,37%), carne bovina congelada (20,29%), álcool etílico (3,35%), carne bovina (2,58%) e miúdos comestíveis (1,34%).[17] Boa parte de suas importações é de maquinário, material de construção, ferro e aeronaves de pequeno porte, produtos que representam a base de um expansionismo econômico. Não se observa a importação de produtos produtíveis em solo estadual: o que representa uma contenção de evasão econômica, garantindo um superávit na balança comercial, retendo mais divisas dentro do estado.

A produção de borracha natural (látex in-natura) após anos de incentivo dos órgãos agropecuários estaduais, estabilizou-se em três regiões, norte (Araguaína), centro (Pium) e sul (Palmeirópolis), com a região sul possuindo a maior área plantada do estado. Uma importante ajuda à economia estadual, como ocorre com a maioria das prefeituras do país, consiste no recebimento de verbas federais, principalmente através do FPM – Fundo de Participação dos Municípios.

No setor terciário (comércio e serviços) suas principais atividades estão concentradas na capital Palmas e também nas cidades que estão localizadas à beira da Rodovia Belém-Brasília (BR's 153 e 226). Faz-se importante frisar a relevância dessa rodovia para o Tocantins, pois ela corta o estado de norte a sul e possibilita um melhor desempenho no crescimento econômico das cidades localizadas às suas margens, servindo como entreposto de transportes rodoviários e de serviços a viajantes. Além disso, a Rodovia Belém-Brasília também facilita o escoamento da produção do Tocantins para outros estados e para portos no litoral.

Perfil Socioeconômico
Com apenas 26 anos, o Tocantins é o Estado mais novo do Brasil e se destaca como uma das economias mais promissoras da região Norte. Com excelente localização geográfica e em ritmo acelerado de crescimento, o Tocantins conta com grandes obras estruturantes, já concluídas e/ou em andamento, que estão fazendo do Estado um centro logístico de fundamental importância para o desenvolvimento do País.

Obras como a Ferrovia Norte-Sul, a hidrovia Araguaia-Tocantins, o Ecoporto Praia Norte, o Terminal de Cargas (Teca) do Aeroporto de Palmas, a ampla malha asfáltica e as hidrelétricas que fornecem energia suficiente para abastecer o Estado e exportar seu excedente, são exemplos de infraestrutura que atraem empresários nacionais e internacionais interessados em investir no Estado.

O Tocantins tem 139 municípios que somam 1.383.445 habitantes, segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 78,81% da população, o que corresponde a 1.090.241 pessoas, vivem na zona urbana e 21,19%, representando 293.212 pessoas, habitam a zona rural. De acordo com os últimos dados do IBGE (2010), a taxa de crescimento anual da população tocantinense é de 1,8%.

Ainda segundo o IBGE, 49% da população do Estado se concentra em apenas dez cidades, a maior parte delas nas regiões central e norte do Tocantins. Mais de 80% dos municípios do Estado - 116 - têm menos de 10 mil habitantes e 55% - 76 municípios - têm menos que 5 mil habitantes (IBGE 2010).

O Tocantins possui onze distritos agroindustriais em franca expansão, instalados nas cidades-polo de Palmas, Paraíso do Tocantins, Gurupi, Araguaína, Colinas e Porto Nacional – sendo estas cidades as mais populosas – que contam com estrutura apropriada, incluindo energia elétrica, vias asfaltadas e redes de água, tornando-as adequadas para a instalação de diversos tipos de indústrias.

O Tocantins possui o 4º melhor Produto Interno Bruto (PIB) da região Norte do País e ocupa o 24º lugar no ranking nacional. Já com relação à taxa de crescimento anual, o Estado ocupa o primeiro lugar do ranking. Enquanto a média da taxa de crescimento nacional foi de 27,5% entre 2002 e 2009, e o Norte do País alcançou 39,3%, o Tocantins foi ainda mais longe, registrando média de 52,6% nos últimos oito anos.

De acordo com a última pesquisa divulgada pelo IBGE, o Tocantins cresceu 69,8% no ranking das vendas do comércio varejista entre os anos de 2007 e 2010, duas vezes acima da média nacional que foi de 32,5% na análise por estado da Pesquisa Anual do Comércio.

Saiba mais sobre o Produto Interno Bruto (PIB) Estadual e Municipal.

Infraestrutura: Transportes
As principais rodovias federais do Tocantins são a BR-153 e a BR-226, que juntas formam o eixo viário da Rodovia Belém-Brasília. As demais são a BR-010, a BR-230 (Rodovia Transamazônica), a BR-235 e a BR-242. Estas últimas rodovias, com a exceção da BR-230, ainda possuem muitos trechos sem pavimentação ou até mesmo incompletos. No Tocantins, a Rodovia Belém-Brasília (BR-153 e BR-226) foi a primeira rodovia a ter sido construída e pavimentada no estado, tendo sido construída durante o final da década de 1950 (governo Juscelino Kubitschek),[18][19] e pavimentada entre 1960 (ano da inauguração do asfalto entre Araguaína e Wanderlândia)[20] e 1974.[21][22] Com a pavimentação de quase toda a Belém-Brasília durante o período do governo Médici (através do Plano de Integração Nacional), parte do traçado original da rodovia no Tocantins foi modificado, sendo que dentre os trechos que foram decomissionados, parte deles foi abandonada, enquanto que a maior parte foi transformada em estradas rurais que hoje margeiam a Belém-Brasília.[23] Dentre as rodovias estaduais do Tocantins, destacam-se a TO-050, TO-070, TO-255, TO-080, TO-010, TO-445, TO-342, TO-280, TO-040 (trecho entre Almas e a divisa com a Bahia), TO-374, TO-348, TO-336, TO-335, TO-222, além da TO-164.

O Tocantins possui três aeroportos servidos por voos regulares: Aeroporto de Palmas, Aeroporto de Araguaína e Aeroporto de Gurupi. Todos os demais aeroportos do estado são servidos apenas por empresas de táxi aéreo.

A Ferrovia Norte-Sul (ou EF-151) está em processo de construção, sendo operada de forma regular desde Aguiarnópolis até Porto Nacional pela VLI enquanto que a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (ou EF-334) ainda está em fase de planejamento no trecho que passará pelo estado. Vale ressaltar que a ferrovia já liga Açailândia - MA a Anápolis - GO, mas o trecho a sul de Porto Nacional - TO não é operado de forma regular pois não há patios para carregamento/descarregamento de vagões. A Valec ainda estuda o modelo de concessão para a ferrovia. As principais hidrovias do estado são as hidrovias do rio Tocantins e do rio Araguaia.


Agricultura
Desde a sua criação, em 5 de outubro de 1988, o Tocantins não para de crescer no setor do agronegócio. Por onde se anda pelo Estado, é possível ver novas áreas se abrindo para a produção, lavouras em crescimento e, principalmente, mais produtividade. Muitos fatores têm contribuído para o crescimento da produção de grãos, como disponibilidade de água em abundância, energia, logística de escoamento e principalmente o uso de novas tecnologias no campo, indo desde o manejo do solo, escolha correta da semente e até a adubação.

Em 1990, o Estado contabilizava apenas 35.140 toneladas de soja produzidas por ano. Na safra 2014/15, esse número saltou para 2,4 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de 6.945 %. O mesmo aconteceu com o milho, que passou de 69.590 toneladas para 1,04 milhão toneladas (1.409 % a mais) e o com o arroz, que saltou de 260.850 toneladas para 605,1 mil (131,9% de aumento). Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A tendência é que o crescimento permaneça, com safras recordes, comparando 2013/2014 com 2014/2015. Na safra 2014/15, segundo a Conab, a produção de grãos no Tocantins já cresceu 25,7%. O Estado produziu 4,2 milhões de toneladas de grãos, contra 3,3 milhões da safra passada.

Pecuária
Principal cadeia produtiva do agronegócio tocantinense e segunda maior atividade em termos de exportação, perdendo apenas para a soja, a pecuária é um importante pilar da economia do Tocantins, desde sua criação. Atualmente, ocupa o 11º lugar no ranking nacional com um rebanho bovino de 8,2 milhões de cabeças.

Agroindústria
Na agroindústria, são 16 laticínios, com Serviço de Inspeção Estadual, 13 com Serviço de Inspeção Federal e 12 com o selo de inspeção municipal. Já para o abate, são dez frigoríficos com Serviço de Inspeção Estadual, nove com Serviço de Inspeção Federal e 21 matadouros com o Selo de Inspeção Municipal. 

Exportações
Em 2014, o Tocantins exportou cerca 1,244 milhão de toneladas de soja. Até o mês de julho de 2015, esse número já havia aumentado para aproximadamente 1,334 milhão de toneladas. Em 2014, o volume de milho exportado foi de aproximadamente 68 mil toneladas. Até julho de 2015, o Tocantins já havia exportado cerca de 50 mil toneladas.

Em 2014, foram exportadas mais de 90 mil toneladas de frutas frescas e suco de abacaxi e banana. Até julho de 2015, o Estado já havia exportado aproximadamente 115 toneladas dos produtos.

Em 2014, mais de 29,700 mil toneladas de carne foram exportadas. Até julho de 2015, já foram exportadas cerca de 26,5 mil toneladas.

Ao todo, entre grãos, carnes de boi e frango, couro e frutas, o agronegócio tocantinense movimentou, até o mês de julho de 2015, recursos no valor de mais de US$ 630 milhões


Turismo
Outro grande potencial do Estado com impacto socioeconômico sustentável é o turismo.  O Tocantins reúne atrativos para todos os segmentos turísticos: uma natureza com rios, cachoeiras, lagos, praias, serras, cânions, cavernas, grande diversidade de fauna e flora; rica cultura com influência ainda preservada de povos tradicionais; culinária que valoriza produtos locais e a tradição dos povos que aqui se desenvolveram; arquitetura antiga e moderna; artesanato  que destaca culturas ancestrais; e as festividades e tradições influenciados pela fé do seu povo.

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