As Cavalhadas de Pirenópolis são uma atração turístico-cultural de Pirenópolis, município do estado de Goiás. A encenação é apresentada após a Festa do Divino Espírito Santo, quando dois exércitos contendo doze cavaleiros cada, durante três dias, se apresentam para um público de milhares de pessoas.
Reconhecida como uma das mais significativas cavalhadas do Brasil, esta festa virou símbolo e modelo para outras cidades. A pompa, a garbosidade e a seriedade desta manifestação envolve toda a população que espera ansiosamente por este momento.
A tradição foi introduzida em Pirenópolis em 1826 pelo padre Manuel Amâncio da Luz, como um espetáculo chamado de "O Batalhão de Carlos Magno". Pirenópolis manteve forte esta tradição, uma vez que os primeiros colonizadores desta antiga cidade mineradora eram, em sua maioria, portugueses oriundos do norte de Portugal, local onde mais se resistiu à invasão moura. Porém, o que mais motiva a população de Pirenópolis a manter viva a "rixa" entre muçulmanos e cristão é a beleza do espetáculo e o prazer pela montaria.
As edições das cavalhadas ocorre entre os dias 9 e 11 de junho, Pirenópolis chega a receber 10 mil visitantes por espetáculo no "cavalhódromo".
No Brasil esta representação dramática foi introduzida, sob autorização da Coroa, pelos jesuítas, com o objetivo de catequizar os gentios e escravos africanos, mostrando nisto o poder da fé cristã.
Referências Cavalhadas
Rei cristão e cavaleiros, nas Cavalhadas de Pirenópolis.
Cavalhada é uma celebração portuguesa tradicional que teve origem nos torneios medievais, onde os aristocratas exibiam em espetáculos públicos a sua destreza e valentia, e frequentemente envolvia temas do período da Reconquista. Era um "torneio que servia como exercício militar nos intervalos das guerras e onde nobres e guerreiros cultivavam a praxe da galantaria.
Nas cavalhadas as alcanzias, bolas de barro ocas cheias de flores e cinzas, eram jogadas no campo de batalha.
As cavalhadas recriam os torneios medievais e as batalhas entre cristãos e mouros, algumas vezes com enredo baseado no livro Carlos Magno e Os Doze Pares da França, uma coletânea de histórias fantásticas sobre esse rei. No Brasil, registram-se desde o século XVII e as cavalhadas acontecem durante a festa do Divino, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.
O folguedo
Os personagens principais são os cavaleiros, vestidos de azul (cristãos) ou vermelho (mouros) e armados de lanças e espadas. A corte é representada por personagens como o rei, o general, príncipes, princesas, embaixadores e lacaios, todos vestidos com ricas fantasias.
Cavalhadas no início do século 20, em Sorocaba, em tríptico de Alfredo Norfini.
A história da Festa do Divino e das Cavalhadas
A Festa do Divino acontece sempre sete semanas depois do Domingo de Páscoa e refere-se a comemoração do Espírito Santo sobre todos os apóstolos.
A origem se refere a comemoração da construção da igreja do Espírito Santo, na cidade de Alenquer, Portugal. A construção da Igreja ocorreu ainda no século 14 e a celebração de inauguração foi feita pela Rainha Isabel.
No Brasil, a festa começou por volta do século 17 e se tornou parte da cultura local.
Atualmente a festa se mantém viva em várias regiões do Brasil. E, em Pirenópolis, ela se apresenta através das cavalhadas que representa a batalha entre mouros e cristãos, mascarados e representação teatral.
A máscara de boi é a mais tradicional e só é encontrada entre os Mascarados de Pirenópolis. Outro mascarado muito interessante é o São Caetano, chamado assim pois orna seu cavalo, escondendo-o, com ramas de Melãozinho de São Caetano, erva trepadeira muito comum, e folhas de bananeiras. Leva na cabeça uma máscara de homem, com um chifre reto na testa, e na mão uma cesta de frutas que atira para a platéia. Outro muito engraçado veste-se com um macação extremamente grande de tecido de colchão que recheia com capim, ficando enormemente gordo, envolvem a cabeça com um pano preto onde pinta em branco a face de uma caveira.
A encenação das Cavalhadas
A encenação, que é a expressão máxima do evento, se dá em três dias e é composta por músicas específicas, carreiras eqüestres coreografadas, diálogos, exercícios e torneios à moda medieval.
Cavalhadinha Mirim
Realizada desde 1997, a Cavalhada Mirim do Centro é um resumo das “Cavalhadas”. Foi idealizada por Eduardo Tadeu do Nascimento, que, além de ser o coordenador e fundador da Cavalhada Mirim, também preside a Associação da Cavalhada Mirim do Centro.
A Cavalhada Mirim acontece graças à colaboração dos pais das crianças participantes e de diversas pessoas da cidade, algumas mais diretamente, como a Dona Conceição, Marilene Luiza, Ângela Vieira, Celmo Vieira e também os integrantes da Associação da Cavalhada Mirim, Reinaldo Vieira, Eleuza Donizete e Renato Rodrigues.
A Cavalhada Mirim está inclusa no Calendário de Festas Tradicionais de Pirenópolis, e conta com o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Cultura da cidade de Pirenópolis para sua realização.
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